Há uma pergunta interessante que os comentaristas fazem sobre Chanucá.
Por oito dias acendemos as luzes e todas as noites fazemos a bênção sobre os milagres: sheassá nissim laavoteinu…
Mas qual foi o milagre da primeira noite?
A luz que deveria durar um dia durou oito. Mas isso significa que houve algo milagroso nos dias dois a oito; nada de milagroso no primeiro dia.
Talvez o milagre tenha sido este: os Macabeus encontraram um pequeno frasco de azeite com o selo intacto, sem mácula. Não havia razão para supor que algo teria sobrevivido à profanação sistemática que os gregos e seus apoiadores fizeram ao Templo sagrado. No entanto, os Macabeus procuraram e encontraram aqueles frascos.
A luz de Chanucá fala para nós e para o mundo sobre o poder do espírito humano para superar todas as tragédias e se recusar a aceitar a derrota.Por que eles procuraram? Porque eles tinham fé que da pior tragédia, algo sobreviveria. O milagre da primeira noite foi o da própria fé, a fé de que restaria algo com o qual recomeçar.
Assim sempre foi na história judaica. Houve momentos em que qualquer outro povo teria desistido em desespero: após a destruição do Beit Hamikdash, ou os massacres das Cruzadas, ou a Expulsão Espanhola, ou os pogroms, ou a Shoah.
Mas de alguma forma, os judeus não apenas sentaram e choraram. Eles reuniram o que restou, reconstruíram nosso povo e acenderam uma luz como nenhuma outra na história, uma luz que fala para nós e para o mundo sobre o poder do espírito humano para superar todas as tragédias e se recusar a aceitar a derrota.
Desde os dias de Moshê e da sarça que queimava e não se consumia, até os dias dos Macabeus e do único frasco de azeite, o Judaísmo tem sido o ner tamid da humanidade, a luz eterna que nenhum poder na terra é capaz de extinguir.
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