Pergunta:
Minha esposa e eu discordamos sobre a “fada do dente”. Claro que todos sabem que não existe; mas essa não é a questão. O debate é se é algo perigoso ensinar a nossos filhos. Ela diz que é prejudicial enganar as crianças porque, quando descobrem que não é verdade, não confiam mais em você. Mas acho importante desenvolver a imaginação da criança, e o mundo de fadas faz exatamente isso. O que você acha?
Resposta:
Não acho que a fada do dente seja tão perigosa, mas por que estimular a imaginação de uma criança com personagens inventados quando podemos fazê-lo com personagens imaginários reais? Sim, está certo. No pensamento judaico, temos personagens imaginários reais. Real porque eles realmente existem; imaginários porque só podemos percebê-los com nossas faculdades criativas.
Um exemplo é o ensino dos dois yetzers. Cada um de nós tem duas forças angelicais dentro de nós competindo pelo controle de nossas vidas. Um é o yetzer tov, a voz interior da bondade que nos encoraja a viver uma vida correta e moral.
O outro é o yetzer hará, a voz maligna dentro de nós que nos incita a fazer escolhas egoístas e imorais.
Cada vez que escolhemos o bem, a voz do mal é enfraquecida e nossa bondade interior é fortalecida. Mas se escolhermos o mal, nosso lado mau comemora enquanto nosso lado bom é prejudicado.
As crianças respondem muito bem a este ensinamento. Elas sabem o que significa lutar; crianças fazem isso o tempo todo. Quando você direciona a beligerância delas para dentro, personificando seu mal interior, isso dá vida à batalha pela moralidade. Não é mais apenas “Seja uma boa criança” e “Não seja travesso”, mas se torna “Não deixe o yetzer hará vencer a batalha!” e “bom para você, está tornando o seu yetzer tov mais forte!”
Em vez de recompensar as crianças por perderem um dente, que tal recompensá-las por não perderem a paciência? Isso é mais do que apenas desenvolver a imaginação de uma criança , é desenvolver sua musculatura moral. Esqueça a fada do dente. Nossos personagens imaginários são muito mais reais.
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