A Hierarquia da Santidade

Os sábios descrevem o número de aliyot para a leitura da Torá com base na singularidade do dia em que a Torá é lida:

  • A leitura básica da Torá tem três aliyot, que devem ser dadas nessa ordem: ao Cohen, ao Levi e ao Yisrael. Assim, em uma segunda e quinta-feira regulares (assim como Minchá no Shabat, que foi uma promulgação posterior de Esdras, o Escriba), há três aliyot para não sobrecarregar demais a congregação, já que as pessoas vão trabalhar.
  • Em Rosh Chodesh e Chol Hamoed, que são um passo mais sagrado no sentido de que a oferenda de mussaf era trazida ao Templo nesses dias, adicionamos uma aliyá e quatro pessoas são chamadas para a Torá.
  • Nas festas como Pessach, Shavuot, Sucot e Rosh Hashaná, que são considerados dias mais sagrados no sentido de que a maior parte do trabalho é proibida (exceto carregar e preparar comida), temos cinco aliyot.
  • Em Yom Kipur, todos os tipos de trabalho são proibidos (assim como no Shabat), e temos seis aliyot.
  • No Shabat, quando a santidade do dia é tão intensa que aquele que a violar deliberadamente está cometendo uma falha gravíssima, há sete aliyot.1

A Bênção Sacerdotal

No Talmud, 2 encontramos duas opiniões sobre a que corresponde o número de aliyot. Uma tradição associa as três aliyot em dias de semana regulares, cinco em festas e sete no Shabat com as palavras da Bênção Sacerdotal, que tem três palavras no primeiro verso, cinco no segundo e sete no terceiro.3

“Oficiais da Realeza”

Outra razão apontada no Talmud4 é que queremos conceder honra real à Torá. Assim, o número de aliyot corresponde ao número de atendentes reais mencionados nas Escrituras. Em épocas diferentes e reis diferentes, havia quantidades distintas; assim, três em um dia de semana correspondem aos “três guardas da porta”,5 cinco em festas correspondem aos “cinco oficiais que viram a face do rei”6 (ou seja, aqueles próximos ao rei que estão com ele constantemente) e sete no Shabat corresponde aos “sete oficiais que viram a face do rei”.7

Perdeu Um Dia de Sinagoga

O serviço diário das orações contém o chamado barechu na prece, que também se encontra na bênção pronunciada antes de cada aliyá. Assim, ouvir e responder a barechu sete vezes no Shabat tem a capacidade de fornecer uma medida de “recuperação” para aquele que faltou durante os sete dias da semana.8

Sete Atributos Divinos

Os cabalistas explicam que as sete aliyot correspondem às sete sefirot (chessed/bondade, guevurá/severidade, tiferet/harmonia, netsach/perseverança, hod/humildade, yesod/fundação, malchut/realeza), que são reveladas no Shabat.9

Sete Sons Divinos

Encontramos as palavras “som” ou “voz” sete vezes em relação à Entrega da Torá, tanto na seção da entrega do primeiro10 conjunto de Tábuas, quanto na seção em Devarim que discute a entrega do segundo conjunto de Tábuas.11 Assim, o Midrash 12 relata que a Torá foi dada através de sete “sons” ou “vozes”. Esses sete sons correspondem às sete facetas místicas da Torá (que são divididas em setenta). Correspondendo a essas sete vozes, temos sete aliyot no Shabat.13

Uma Porção para Cada Dia

Existe um antigo costume, fortemente encorajado pelo Sexto Rebe, 14 de aprender uma parte da porção semanal da Torá com Rashi todos os dias (como parte do ciclo diário de aprendizado de Chitas), ou seja, no domingo, a primeira aliyá, na segunda-feira, a segunda, etc. Sabemos que tudo, principalmente no que está conectado à Torá, é por Divina Providência. Assim, parece-me que o fato de haver uma porção a aprender para cada dia da semana é por si só uma razão para as sete aliyot.

O Mundo Vindouro

Alguns explicam que Yom Kipur, cuja escritura se refere como um “Shabat”, tem seis aliyot já que ele ocorre para expiar o que temos feito neste mundo, que veio à existência ao longo de seis dias da semana.

No entanto, no Shabat brilha um vislumbre do Mundo Vindouro, que é chamado de “um dia que é completamente Shabat,” 15 refletido nas sete aliyot lidas naquele dia. 16

Que ocorra rapidamente em nossos dias!