“E vocês devem demolir seus altares... Não deves fazer isso para Hashem seu D'us.” (Devarim 12:3-4)
A Torá nos ordena destruir os altares usados para idolatria na Terra de Israel, e nos adverte: “Não faça isso para Hashem seu D'us” (Devarim 12:3-4) –ou seja, existe uma proibição da Torá de destruir o Beit Hamikdash, o Templo Sagrado.
Há uma situação, no entanto, na qual tal demolição é permissível: se feita a fim de fazer melhorias no Beit Hamikdash. Pois como Maimônides enfatiza, a pessoa é responsável por causar danos ao Beit Hamikdash somente se o fizer ”com uma intenção destrutiva”. Para aumentar a própria estrutura, no entanto, tal demolição é permitida (veja Kesef Mishnê; Taz, Orach Chaim 151:3).
Sobre o versículo: “Ele declara Suas palavras a Yaacov, Suas leis e Suas ordens a Yisrael” (Tehilim 147:19), o Midrash aprende que “Tudo que D'us instrui o povo judeu a fazer, Ele próprio também cumpre” (Shemot Rabá 30:9). Significando, que o próprio D'us observa, por assim dizer, todos os mandamentos e proibições da Torá. Isso desperta a pergunta: Como D'us poderia permitir a destruição do Beit Hamikdash – e até enviar agentes para fazer isso (veja Yirmiyahu 25:9, 7:14) – em violação da proibição de demolir até uma das suas pedras?
D'us enviando os agentes para destruir o primeiro e o segundo Beit Hamikdash pode ser justificado, no entanto, considerando que a destruição foi “condicional” sobre a futura construção do terceiro Beit Hamikdash (veja Yalkut Shimoni, Yirmeyahu 259).
Concluímos assim que a destruição dos dois Templos não foi “com uma intenção destrutiva” – mas para elevar e melhorar o próprio Templo; ao passo que o primeiro e o segundo Templos foram estruturas temporárias construídas pelo homem, já o terceiro Beit Hamikdash será uma edificação eterna construída pelo próprio D'us (veja Zohar vol. 3, 221a).
Portanto, pela Lei Judaica, a demolição dos Batei Mikdash não foi um ato de destruição, mas o início de sua restauração.
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