Hallel (literalmente “louvor”) é um conjunto de Salmos (capítulos 113-118) incluídos no serviço matinal nas festas judaicas, em Rosh Chodesh (a lua nova) e na véspera de Pêssach. Os Salmos são tipicamente cantados ou entoados com alegria, e os versos finais (começando dos Salmos 118:21) são repetidos duas vezes.
As Bênçãos
Já que recitar o Hallel é uma mitsvá, é precedido por uma bênção louvando a D'us por ter “nos santificado e nos ordenado a ler o Hallel”. É seguido por uma bênção que termina com as palavras: “Bendito és tu D'us, Rei, que é exaltado com louvores”.
Quando falamos o Hallel
Em Sucot (e Shemini Atzeret), Chanucá, Pêssach, Shavuot e Rosh Chodesh, Hallel é recitado seguindo a repetição da Amidá.
Meio Hallel
Em Rosh Chodesh e nos seis dias finais de Pêssach, dois parágrafos1 são omitidos. Isso é coloquialmente conhecido como “Meio Hallel”. Ao recitar o meio Hallel, apenas o chazan (que lidera as orações) recita as bênçãos, e a congregação responde “amém”. Ao rezar sem um minyan, fale a bênção mesmo para meio Hallel.
Véspera de Pêssach
Durante o Seder de Pêssach, quando louvamos e agradecemos D'us por ter nos tirado do Egito, recitamos Hallel. Parte dele está incluído em “Maguid”, considerada a parte principal da Hagadá. E o restante é falado mais tarde, seguindo o Bircat HaMazon, Bênçãos de Agradecimento Após a Refeição. A bênção não é pronunciada antes deste Hallel, possivelmente porque está dividida em duas, ou porque é mais uma leitura do que um louvor ativo.
Este Hallel é recitado segurando no alto o segundo e o quarto dos quatro copos de vinho ingeridos durante o Seder de Pêssach.
No Seder e Pêssach, também rezamos outro Hallel, conhecido como “O Grande Hallel”, do Salmo 136.
Por que esse Salmo é grande? Porque ele faz louvores a D'us por Sua grande bondade rebaixando-Se, por assim dizer, para alimentar cada uma de Suas criaturas.
Nos tempos do Templo, quando todo o Pode de Israel se reunia em Jerusalém para sacrificar seus cordeiros de Pêssach, toda a multidão cantava Hallel junto. Sob essa luz, ao assar matsá na tarde anterior à Pêssach, é costume os padeiros cantarem Hallel.
Em algumas comunidades (principalmente sefarditas e chassídicas), o Hallel também é recitado nas duas primeiras noites de Pêssach (em Israel, apenas a primeira noite) na sinagoga, após o serviço de Maariv, Prece da noite.
Em Sucot
Enquanto dizemos Hallel na manhã de Sucot, seguramos as “Quatro Espécies” (lulav e etrog). Em quatro pontos durante o serviço, abalançamos o lulav em seis direções, conforme indicado no sidur (livro de orações). Isto é seguido por Hoshanot, quando circulamos a bimá, plataforma de leitura da Torá, no centro da sinagoga, enquanto seguramos o lulav e o etrog contra o coração.
Quando não recitamos o Hallel
Hallel é recitado em todas as principais festas, além de Rosh Hashaná e Yom Kipur. Por que isso?
De acordo com o Talmud, os anjos fizeram a mesma pergunta a D'us. Ele respondeu: É possível que enquanto o Rei está sentado no trono do julgamento e os livros da vida e os livros da morte estão abertos diante Dele, o povo judeu está recitando canções alegres?2
Rosh Hashaná e Yom Kipur são dias solenes cujo clima é incompatível com o canto jubiloso de Hallel.
Os Judeus e o Hallel
Há algo muito natural em cantar o Hallel, louvando a D'us por Sua bondade. A própria palavra “judeu” é uma adaptação da palavra hebraica Yehudi, que significa “louvador”. Isso é expresso lindamente no Talmud,3 onde discute a fonte da obrigação de recitar Hallel durante o sacrifício do Pêssach Sheni, o Segundo Pêssach.
Após sugerir uma fonte bíblica, os sábios acrescentam: “É possível que o povo judeu abata seus cordeiros pascais ou tome seus lulavim e não recitem o Hallel?”
Isso é tão natural e óbvio que não há necessidade de uma fonte bíblica explícita.
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