“Faça aqui a Terra de Israel,” vários rebes Chabad fizeram essa afirmação.
Qual é o significado dessa declaração? Como alguém pode levar a Terra de Israel – sua santidade e qualidades únicas – e imitar aquela atmosfera na Diáspora?
Para explicar, vamos analisar uma discussão sobre a lei judaica sobre Eruv.
No Shabat nos abstemos, por ordem bíblica, de carregar num local público. Os rabinos aplicaram essa restrição a uma área não coberta sob essa lei bíblica, pois não é um “domínio público”; um local fechado ou bairro que contém múltiplas moradias privadas. A pessoa não pode carregar entre duas propriedades privadas dentro desse local a menos que haja um eruv que “mistura” as propriedades privadas.
O eruv consiste de uma substância alimentar, geralmente pão ou matsá, colocado em um dos lares dentro do local fechado – mas possuído juntamente por todos aqueles que moram dentro dos parâmetros do eruv, portanto eles poderiam todos tecnicamente vir e comer daquele pão.
Sobre isso, há aparentemente uma contradição entre o Talmud Yerushalmi, Jerusalém e o Talmud Bavli, Babilônico. O Talmud Jerusalém diz que a pessoa precisa somente designar a comida como o eruv; porém, a pessoa não precisa na verdade fazer um ato formal de transação para colocar a comida na posse do público (i.e., todos que moram dentro do local). O Talmud Babilônico diz que a pessoa iria precisar fazer este ato de transição para o eruv ser eficaz.
O Rebe explica que, em essência, não há desacordo. Pois o Talmud Jerusalém, escrito por sábios morando na Terra de Israel, está se referindo a um eruv criado naquela terra; o Talmud Babilônico está se referindo a alguém fora de Israel.
A unicidade de Israel é que é natural para os judeus morar ali, e cidadãos sentem um apego interior entre eles. Fora de Israel, porém, as pessoas estão mais preocupadas com suas próprias vidas, e sentem-se menos apegadas aos seus correligionários.
A conexão natural entre judeus em Israel é razão pela qual uma transação não é necessária para o eruv fazer efeito. Porém, fora de Israel, para a unidade, a mistura de propriedades de pessoas, para ocorrer, precisaria de uma transação verdadeira.
Com essa explicação, poderíamos também entender a declaração: “Faça aqui a Terra de Israel.” Este é um chamado para nós criarmos na Diáspora uma atmosfera de união, um senso de pertencer que existe naturalmente apenas na Terra de Israel.
Quando o Rebe estava prestes a lançar uma nova campanha, ele dizia: “Quando você encontrar alguém na rua, compartilhe isso com ele.”
Essa é a mensagem profunda do Rebe: aquilo que você sabe, compartilhe com os outros. Estamos todos conectados, e está em nosso poder influenciar positivamente as pessoas que encontramos.
Ao ouvir sobre uma tragédia, sensibilize outras pessoas a terem compaixão ajudando ao máximo, o que estiver ao alcance de cada um, e você próprio tome uma atitude positiva. “O que posso fazer para ajudar?”
Quando você sabe que alguém está distante do judaísmo, carente de conhecimento pode ser o mais básico, tente sensibilizá-la aproximando a pessoa de sua essência. Quando alguém está enfermo, uma mãe acaba de dar a luz, alguém está de luto por um ente querido, uma pessoa está desempregada, e tantas outras situações, faça um apelo comunitário para que todos possam participar no que cada um mais precisa.
Em essência, somos todos um, como duas mãos num único corpo. Façamos aqui [do lugar onde vivemos], a Terra de Israel.
E essa é a essência maior dessa expressão.
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