Eduque o mais jovem segundo a maneira dele; então, até mesmo quando crescer, ele não vai se afastar... - Mishlê 22:6

Levante as chamas; acenda-as até que subam por si mesmas- Bamidbar 8:2

Há uma crise educacional em garantir um futuro judaico. Confira a seguinte fascinante estatística: No mundo inteiro, casamento com pessoas de diferentes grupos religiosos atualmente está acima de 72%. Em alguns locais tem atingido um astronômico 90%. Dez cidades (fora de Israel) têm uma taxa mais baixa substancial de casamento com outra religião: Manchester, Toronto, Baltimore, Melbourne, Sydney, Joanesburgo, Cape Town, Antuérpia, São Paulo e Monterey. Um denominador comum distingue essas cidades de todas as outras. Acima de 75% das crianças judias recebem uma educação judaica.

Em Nova York, em contraste, a maior cidade judaica no mundo,somente 12,5% das crianças judias frequentam uma escola judaica. Somente 6% de todas as crianças judias nos Estados Unidos frequentam Escolas Judaicas Diárias.

A prova é clara e conclusiva: a educação dos jovens é a chave para preservar a identidade espiritual.

Mas como? Como mudamos o estágio atual da educação? Quais passos práticos podemos dar? E quem vai liderar o caminho?

Metade da cura de um problema é identificá-lo. Perguntas inteligentes são metade da solução.

Qualquer instituição mal sucedida – no nosso caso, educação judaica que está desapontando nossa juventude – é defeituosa em uma ou ambas as duas maneiras:

  1. A própria instituição não está funcionando.
  2. A meta de audiência que está tentando atingir não está interessada.

Como uma base, vamos abrir o problema em diversas categorias, o que pode realmente ser visto como um tipo de pesquisa, perguntas que recebem nossas respostas:

Primeiro as instituições:

  1. O problema é com as próprias instituições? Elas não estão preenchendo as necessidades – ou comunicando seus serviços efetivamente para a população mais ampla? Ou as instituições existentes simplesmente não estão equipadas para servir à população judaica secular?
  2. Nesse caso, quais tipos de novas instituições precisam ser criadas para atrair maiores audiências?

Agora para a audiência padrão:

  1. Por que a maioria dos pais não vê a educação judaica como prioridade?
  2. Como a tornamos uma prioridade maior?

O que nos leva finalmente ao próprio sistema de educação:

O que exatamente está errado com nossos sistemas e métodos educacionais que simplesmente não falam com as massas?

Para alguns, muitos estereótipos, alguns alimentados por atitudes contínuas, acossam o Judaísmo. A opinião prevalecente é que o Judaísmo, e religião em geral, é arcaico, primitivo – uma volta ao passado. Em uma palavra: irrelevante para a vida contemporânea. Até mesmo aqueles que sentem uma necessidade de religião e fé não encontram essas necessidades nas instituições existentes.

O problema se torna infinitamente composto quando você acrescenta a equação o ciclo desacelerador de falta de educação, a ignorância e a assimilação resultantes. Em suas ruínas, somos deixados com um ciclo vicioso de sintomas alimentando o problema de raiz, e vice versa.

Aqui estão alguns dos problemas mais comuns – ou atitudes para – o atual sistema educacional:

1 – Medo vs. Amor

Alguns argumentam que há uma falta de disciplina nas nossas instituições educacionais. Citando o versículo, “Aquele que poupa a varinha odeia seu filho, mas aquele que o ama é cuidadoso para discipliná-lo (Mishlê 13:24), eles defendem a necessidade de instilar medo e respeito em nossos filhos.

O problema com essa abordagem, obviamente, é considerar que a maioria das crianças judias não vão para instituições religiosas judaicas em primeiro lugar, é que mais disciplina não irá resolver o problema de baixas matrículas. Mesmo se mais disciplina possa ser necessária nas instituições existentes, isso mal vai ajudar a atrair mais crianças para essas escolas. Portanto outros argumentam que a oposta é verdadeira. Judaísmo – e educação religiosa – está lotado com uma abordagem levada pelo medo, em vez de uma infundida com amor e sensibilidade. Medo pode funcionar a curto prazo, mas não imbui estudantes com um compromisso interno e sim, amor pela tradição.

2 – Dogma vs. Relevância

Religião é pregada em vez de ensinada, A percepção é que a religião é toda sobre regras e rituais – lógicos ou não – que devem ser aceitos ou ainda mais. Muitos se sentem programados e impostos, reforçados pela família, comunidade e pressão dos parceiros que mantêm as pessoas na linha. O dogma também leva à condescendência. A religião com frequência aparece desligada de relevância pessoal, espiritualidade calorosa, introspecção psicológica e sobre todo o refinamento do caráter. Pessoas religiosas não são necessariamente vistas como mais sensíveis, amantes e carinhosas. O que explica por que 90% dos americanos se consideram um tanto espirituais, mas somente 40% se identificam com religião. Quando você considerar a milenar história de dominância religiosa e cruzadas impondo sua autoridade sobre as massas, a desconfiança do dogma religioso é quase compreensível.

3 – Divisibilidade vs. Unidade

Muitas pessoas sentem que religião cria divisibilidade. A verdadeira religião é toda sobre criar unidade neste universo. Como então é possível que religião seja sentida como uma força divisível? Isso também é um resultado da profunda distorção de religião aparecendo separada da espiritualidade.

4 – Conhecimento vs. Ferramentas

Nossos filhos nestão sendo ensinados sobre fatos e informação? Ou eles estão recebendo metodologia e ferramentas para encontrar felicidade e significado?

5 – Conformidade vs. Individualidade

A educação religiosa ajuda a cultivar a independência e auto-realização, ou silencia (ou aniquila) nossa individualidade e induz à conformidade? Ela nos ensina a “subir por nós mesmos” ou a ser sempre dependente dos outros?

6 – Passividade vs, Paixão

Para a vida ser vivida em sua plenitude você precisa de paixão. Para você acessar seus recursos mais interiores, precisa se sentir atraído e empolgado sobre suas possibilidades. Nossas escolas nos ensinam como encontrar nossa paixão, nossa missão - nossa visão da vida?

Este é apenas o começo. Eu iria apreciar mais profundamente seus comentários e sugestões a outros assuntos e questões que podem ser acrescentados a essa lista. Juntos vamos iniciar uma revolução, identificando as questões, analisando o dilema, e então inevitavelmente iremos começar a reconhecer as mudanças que precisam ser feitas. Provocação nem sempre é sábia. Mas quando se trata de questões que precisam desesperadamente de atenção e reparo, provocar é evocar, evocar uma vontade de criar mudança.

A palavra hebraica para educação é “chinuch”, que significa tanto “início” como “treinamento”. Essencialmente, a verdadeira educação estabelece o clima para a vida inteira da pessoa. Como aquele começo parece e qual tipo de treinamento recebemos define nossa vida. O passado é o passado – e os resultados estão “no mérito”. Olhe para sua própria vida e você pode traçar seu gênesis para sua educação.

Mas como aquele começo vai olhar para seus filhos e qual tipo de treinamento eles irão receber não é dependente do passado, cabe a nós criar mudanças e melhorar o padrão inteiro da educação. Hoje, nada menos que uma revolução é necessária em nosso sistema de educação. O primeiro passo para iniciar qualquer mudança é: Percepção e a coragem de enfrentar nossos desafios.