Cara Rachel,
Tenho uma filha (pré-adolescente), e ela é extremamente sensível! Chora sobre tudo que sente, é extremamente sensível. Ela não apenas é super-sensível sobre si mesma, mas sobre qualquer sofrimento ou injustiça feita a uma criatura, a um ser humano, e especialmente a um animal. Digo a ela para tentar ignorar comentários ofensivos, mas ela diz que não consegue. Tenho tentado fortalecera um pouco, mas ela chora se eu insinuar que está sendo super-sensível.
Ela chora até quando está feliz.
Como posso ajudá-la para que possa sobreviver num mundo que nem sempre é justo e delicado, e para que ela não esteja constantemente sofrendo um turbilhão de emoções?
Resposta:
Sensibilidade é uma qualidade positiva que demonstra compaixão, carinho, intuição, amor, espiritualidade, e apreciação por beleza e um desejo por justiça. Não creio que temos demais dessas qualidades neste mundo, e é injusto que aquelas pessoas que as possuem tenham de se adaptar àqueles que não as têm, ao invés de inspirá-las a seguirem seu exemplo e sensibilidade.
A Torá é uma Torá de chessed, “bondade”. Nos ensina em vários locais a sermos sensíveis às necessidades dos vulneráveis – viúva e órfão, o convertido, pessoas com necessidades especiais (cego, surdo, mudo, down, autista, etc.), o pobre – em outras palavras, quase todos pois cada um de nós é vulnerável de alguma forma. Não podemos ignorar suas necessidades ou fazer piada delas.
A Torá também nos ensina a apreciar e celebrar a beleza no mundo fazendo bênçãos sobre fenômenos naturais como trovão e relâmpago, ser bondosos com animais, marcando as estações e assegurando de abençoar a chegada de cada mês.
Elogie sua filha pela sua sensibilidade ao mundo criado por D'us, bem como pelos sentimentos de Suas criaturas, seja, elas grandes ou pequenas. Encoraje-a a encontrar motivos para expressar sua sensibilidade escrevendo, desenhando, compondo músicas ou talvez participando de organizações que ajudam os necessitados. E defenda-a se professores ou outras pessoas com autoridade não a protegerem de assédio ou de outros não sabem apreciar seus dons tão genuínos e especiais.
Há também outras estratégias e ferramentas que você pode ensiná-la para ajudar a lidar melhor com suas emoções e reações se elas estão lhe causando tanto sofrimento.
- Ouça seus temores, preocupações e desapontamentos, e os valide. ‘Parece que você está muito ---- porque ----.” Ser ouvido e entendido é especialmente importante para pessoas com emoções profundas. Dê a ela vocabulário para expressar seus sentimentos.
- Pergunte se ela tem sugestões para resolver o problema ou diminuir o sofrimento, e tente implementá-las. Você pode oferecer uma solução ou usar estratégia, mas não uma que negue a realidade dela.
- Garanta a sua filha meios de expressão: escrever, atuar, cantar, desenhar, dançar.
- Encoraje amizades com pessoas inteligentes, bem como amigos mais cerebrais.
- Não fique furiosa ou frustrada quando ela mostra emoção profunda; isso apenas a fará sentir-se pior e mal sobre sua essência. Fale com ela gentilmente quando estiver aborrecida até que se acalme.
- Organize seu ambiente para que haja poucas coisas estressantes, e assegure que ela está tendo sono suficiente e nutrição adequada. Problemas físicos podem agravar a falta de equilíbrio.
- Assegure que ela está num ambiente de aprendizado motivador e atencioso. Afaste-a de pessoas que zombam de sua natureza sensível, mesmo que sejam amigos ou parentes.
- Não se refira a ela como “minha filha super-sensível.” Sinta orgulho de sua natureza e caráter.
- Dê apoio e incentivo positivo quando ela escolhe uma maneira mais cerebral de responder, especialmente a um estímulo negativo. Isso ensina a ela que a emoção também pode ser respondida intelectualmente.
- Leia histórias de pessoas notáveis com uma natureza semelhante. Histórias chassídicas sempre trazem a mensagem de que pessoas sagradas têm sensibilidade elevada ao mundo e outros sentimentos.
Que possamos nós mesmos nos tornarmos pessoas mais amáveis, educadas e sensíveis!
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