Jerusalém – Milhares de enlutados de todo Israel se reuniram solenemente sob o céu nublado no cemitério Har Hamenuchot para se unir à família e amigos de Eliyahu David Kay, de 25 anos, que foi assassinado no domingo por um terrorista do Hamas na Cidade Velha de Jerusalém. Um dos irmãos de Kay, Kasriel Kay, disse aos presentes na cerimônia que ele não iria elogiar seu irmão, como é adequado na tradição Chabad Lubavitch. Em vez disso, ele pediu a todos os enlutados para mudarem suas vidas para o melhor em memória do seu irmão.

“Não há motivo para ficar triste por ele... Ele estará em paz,” disse Kasriel Kay. “Eli não teria [escolhido] nenhuma outra maneira [de morrer], ou essa ou no meio da guerra.

“Meu bisavô Eliyahu está esperando por ele [no céu], o Rei David está esperando por ele, e tomarão conta dele,” ele continuou mencionando o bisavô cujo nome foi dado ao seu irmão. “Eli gostaria que cada pessoa desse... com o melhor de sua capacidade, da maneira que funcionasse para elas, tudo o que puderem para Israel.”

Kay cresceu na comunidade Chabad em Johannesburgo. Após formar-se na Torah Academy, ele continuou seus estudos na Faculdade Rabínica da Austrália e Nova Zelândia em Melbourne por um ano, antes de mudar-se para Israel. Ele planejava se casar em poucos meses.

Eliyahu David Kay chegou a Israel en 2016 para estudar na yeshivá Chabad Lubavitch em Kiryat Gat. Após completar seus estudos, ele serviu como paraquedista nas Forças de Defesa de Israel e seguiu carreira até se tornar sargento antes de trabalhar num kibutz agrícola perto da fronteira de Gaza, e então como guia turístico na Western Wall Heritage Foundation. Sua família tinha se mudado recentemente da África do Sul para juntar-se a Eli em Israel.

Segundo testemunhas oculares, Kay estava a caminho do Muro Ocidental, onde trabalhava como guia, carregando tefilin e um volume de Likutei Sichot, antologias de ensinamentos do Rebe – Rabi Menachem M. Schneerson, de abençoada memória, quando foi baleado e morto por um terrorista do Hamas, que feriu quatro outros antes de ser morto pelas forças de segurança Israelenses. Os feridos estão se recuperando de seus ferimentos.

Kay durante seu serviço na IDF
Kay durante seu serviço na IDF

Quando a notícia da morte de Kay começou a se espalhar após o tiroteio, houve uma imediata demonstração de lembranças dos muitos amigos que Kay tinha feito durante sua vida – da África do Sul, à Austrália, e em Israel. Menachem Deutsch, um antigo colega de classe de Johannesburgo, descreveu Kay como um homem sensível, sincero e profundo. “Ele não viveu apenas os estágios da vida. Ele percorreu todo o caminho com o que acreditava. Ele se jogou na yeshivá, e levou a sério o estudo e o crescimento,” ele disse a Chabad.org.

“Quando ele sentiu a obrigação de servir e proteger nosso país, ele se alistou para ser um soldado de combate, pronto a dar a sua vida pelo povo judeu. Ele levou a vida com grande significado, formando poderosas conexões pessoais em cada estágio.”

Zalmen Zajac, um parceiro de estudo de Kay em Kiryat Gat, lembrou as “excelentes midot [traços de caráter]” e apego ao estudo de seu amigo. “Ele realmente queria fazer o que é certo. Sua sinceridade era legendária e ele amava a Chassidut.”

Kay ajuda um soldado a colocar tefilin.
Kay ajuda um soldado a colocar tefilin.

Ele tratou das pessoas com amor e respeito

Jen Schiff, que estava para ficar noiva de Kaye, falou com os repórteres na noite de domingo sobre o caráter do jovem:

“É uma notícia muito chocante e profundamente trágica hoje,” disse Schiff. “Eu apenas sentia que era importante partilhar o quanto Eli amava este país, e como ele veio aqui sozinho e lutou por este país. Ele teve muitos ferimentos no exército, e mesmo assim continuava a passar por todo o treinamento e ter seus próprios soldados.

“Ele é a pessoa mais forte que já conheci, emocional e fisicamente. E ele é o homem mais inteligente que já encontrei; cuidadoso e atencioso, gentil e firme, e muito carinhoso e receptivo, não importa qual era a origem das pessoas, não importa o que elas diziam ou faziam. Ele sempre tratava as pessoas com amor e respeito.”

“Eu sei que quando isso aconteceu, ele não se sentiu sozinho,” continuou Schiff, “e que ele sabia que estando neste país, e fazendo o que ele e quem ele era, estava dando o que tinha às pessoas ao redor dele e ao povo de Israel.”

O Conselho Sul-africano de Deputados Judeus disse que estava “devastado” pela notícia da morte de Kay. “A comunidade judaica da África do Sul está se recuperando do choque,” dizia a declaração.

Pessoas vieram de todo Israel para se despedir de uma alma sensível e corajosa. . (Foto: Olivier Fitoussi / Flash90)
Pessoas vieram de todo Israel para se despedir de uma alma sensível e corajosa. . (Foto: Olivier Fitoussi / Flash90)

O ataque, que ocorreu no Portão Chain, foi o segundo a ocorrer numa semana na Cidade Velha. Na quarta-feira, dois oficiais de polícia da fronteira foram levemente feridos num ataque a facadas perto da Yeshivá Ateret Cohanim.

O Presidente de Israel Isaac Herzog invocou a comunidade internacional a reconhecer o Hamas como uma organização terrorista após o ataque a tiros em Jerusalém, cometido por um membro da ala política palestina.

O Rabino Chefe da África do Sul Rabi Warren Goldstein disse que “a família Kay tem sido os pilares da comunidade judaica da África do Sul durante gerações – exemplos de bondade, contribuição e fé – e estamos devastados pela sua perda.”

“Eles são uma família renomada e amada por fazer deste mundo um lugar melhor através de suas boas ações, e Eli viveu com o mesmo espírito e valore,” Goldstein continuou. “Eli deixou este mundo al kidush Hashem [em santificacão do nome de D'us], em seu caminho para daven [rezar] no Kotel, onde ele trabalhava como guia de turismo. Foi assassinado somente por um motivo: ser um judeu.”

Eliyahu David Kay deixou seus pais, Avi e Devorah Kay; irmãos Kasriel, Chanan e Na’ama; e seus avós.

(Photo: Olivier Fitoussi/Flash90)
(Photo: Olivier Fitoussi/Flash90)