A cidade sagrada de Jerusalém é um ponto focal no Judaísmo e a capital de Eretz Yisrael, a Terra de Israel. Judeus do mundo inteiro ficam de frente para Jerusalém quando rezam. Era onde ficavam os Templos Sagrados, e onde os judeus eram requeridos a visitar três vezes por ano durante as festas de peregrinação. Também é onde ocorreram muitos eventos importantes na história judaica. Aqui estão 15 fatos que todo judeu deveria saber sobre essa extraordinária cidade.
1 – Jerusalém é a Capital da Nação Judaica
Três vezes ao dia rezamos para que D'us “retorne a Jerusalém, Sua cidade, com misericórdia.” Como cidade mais importante do Judaísmo, os judeus constantemente anseiam por retornar para lá e se reunirem. Esta cidade tem captado as esperanças e sonhos de gerações de judeus. Conquistada pelo Rei David no ano hebraico de 2892 (869 AEC), foi estabelecida como a eterna capital da nação judaica. Embora a cidade tenha sido capturada, recapturada e destruída muitas vezes, sempre irá permanecer como nossa capital dada por D'us. Não importa sob qual jurisdição a cidade está, ou quem pode ou não pode aceitar isso como fato. A realidade permanece inalterada.
2 – O Local dos Três Templos Sagrados
Em Jerusalém ficavam o Primeiro e o Segundo Templos Sagrados e é designada como local do Terceiro Templo. Quarenta e três anos depois que o Rei David capturou a cidade e comprou a terra, o primeiro Templo Sagrado – em todo o seu esplendor – foi completado pelo Rei Salomão, filho do Rei David. Dezenas de milhares de talentosos trabalhadores foram contratados para esse projeto extraordinário e demorou sete anos para que a construção fosse completada. O Templo permaneceu durante 410 anos até que foi destruído por Nebuchadnezar da Babilônia.
O Segundo Templo Sagrado foi completado por Ezra, Nehemiah, e os retornantes do exílio da Babilônia no ano 3412 (349 AEC). Foi renovado extensivamente no ano hebraico 3742 (19 AEC) pelo Rei Herodes. No ano 3829 (69 EC), foi destruído novamente, dessa vez pelos romanos.
Sobre o Templo de Herod o Talmud declara: “Todo aquele que não viu o Templo de Herodes não viu um belo edifício em sua vida.” O terceiro e final Templo será construído com a vinda de Mashiach. Que venha rapidamente em nossos dias!
3 – Jerusalém é a Cidade Mais Linda do Mundo
Caminhe pelas estreitas e curvas ruelas da Cidade Velha ou admire as sagradas pedras do Muro Ocidental; esta cidade não é apenas fisicamente impressionante, mas transcendental. A espiritualidade brota de suas paredes. Talvez devido a essa mistura única de espiritualidade e beleza física o Talmud (Kidushin 49b) considerou esta cidade como a mais bela de todas:
“Dez medidas de beleza foram dadas ao mundo. Nove foram tomadas por Jerusalém, e uma foi distribuída por toda a terra.“
4 – Jerusalém é o Local Mais Sagrado da Terra
É por um bom motivo que Jerusalém é chamada a Cidade Sagrada. Jerusalém foi o local singular onde o paradoxo da espiritualidade e fisicalidade foi realmente manifesto. Na câmara mais interna do primeiro e do segundo Templos, no Santo dos Santos, a Arca Sagrada não ocupava qualquer espaço físico. Embora fosse um objeto físico, a Arca não era restrita pelas leis da física. Espaço e não-espaço eram como um só. Quando milhares de judeus se reuniam no Templo durante as festas de peregrinação e se inclinavam durante a prece e sempre havia espaço suficiente.
5 – O Significado de Jerusalém
O nome Jerusalém é uma combinação de duas palavras hebraicas, yirê (veremos) e shalem (paz, plenitude). Na época da amarração de Yitschac – que ocorreu em Jerusalém sobre aquele local que mais tarde se tornaria o Monte do Templo – após os anjos dizerem a Avraham para não sacrificar seu filho. A Torá continua: “E assim Avraham chamou aquele local de ‘D'us verá,’ como se diz até hoje, ‘No alto da montanha, D'us será visto.’” Em hebraico, “será visto” se traduz como yirê.
Antes, esta cidade era conhecida como Shalem (Salem). Juntas essas duas palavras formam Yerushalayim ou Jerusalém (em português). O Rebe destaca que yirê shalem também tem um significado alternativo: “total reverência.” Ao entrar nesta cidade, é sentida uma maior e mais palpável reverência a D'us. É uma cidade onde um estado de completo êxtase, tornando-se um com o divino, é mais facilmente tangível.
6 – O Kotel em Jerusalém
O Kotel Hamaaravi ou Muro Ocidental é a única estrutura que tem permanecido no Monte do Templo, sobrevivendo através dos milênios. Data do período do Segundo Templo e foi construído por Herodes o Grande. Segundo a maioria das opiniões, é realmente um muro protetor do Monte do Templo. Durante a Guerra dos Seis Dias foi capturado pelas Forças de Defesa Israelenses. Após aquela guerra, Chabad colocou o seu agora famoso estande de tefilin no muro, permitindo que centenas de visitantes colocassem tefilin. Como o único remanescente da estrutura do Templo, o Kotel se tornou um local sagrado para a prece. Muitos têm o costume de escrever as preces e pedidos em pedaços de papel e colocá-los nas rachaduras deste muro antigo.
7 – A Única Sinagoga a Sobreviver à Ocupação Jordaniana
A Sinagoga Tsemach Tsedec na Cidade Velha de Jerusalém foi estabelecida por seguidores do Terceiro Rebe Chabad, Rabi Menachem Mendel de Lubavitch, no ano 1847. Após a Guerra da Independência de Israel, os judeus foram proibidos de acessar a Cidade Velha. Após a Guerra dos Seis Dias e a subsequente liberação da Cidade Velha, todas as suas sinagogas (exceto uma) tinham sido destruídas. Somente a sinagoga Tsemach Tsedek sobreviveu. Na verdade, o primeiro serviço de prece feito na Cidade Velha após sua liberação ocorreu nesta sinagoga.
8 – Kugel de Jerusalém
O kugel de Jerusalém, porque nada é mais judaico que comida! Este prato, originário da Cidade Sagrada no século 19, se tornou muito popular. Uma mistura de açúcar caramelado, macarrão e tempero, é o acompanhamento perfeito para a refeição no dia de Shabat.
9 – A Maior Sinagoga do Mundo
Não seria uma surpresa que a maior sinagoga no mundo esteja localizada em Jerusalém. Completada no ano 2000 da EC, levou 15 anos para ser construída. Servindo à comunidade chassídica Belz, a sinagoga está localizada nos arredores de Kiryat Belz. A impressionante estrutura contem um santuário principal com assento para mais de 10.000 congregantes, santuários menores para prece durante a semana, salas de banquete e outras instalações comunitárias. Foi modelada seguindo o projeto da sinagoga construída pelo primeiro Rebe de Belz, Rabi Shalom Rokeach, na cidade de Belz, na Ucrânia, em 1843 EC. O santuário principal também contém uma arca sagrada que pode abrigar até 70 rolos de Torá, a maior arca do mundo.
10 – O Talmud Jerusalém Não é de Jerusalém
O Talmud Jerusalém não foi realmente escrito em Jerusalém. Após a destruição do Segundo Templo, Rabi Yehuda, o Príncipe, compilou a Mishná. O Talmud consiste dos debates que ocorreram nos Salões de estudo pelos rabinos pós-Mishnaico, conhecidos como os amora’im. O Talmud Babilônico inclui as discussões dos rabinos da Babilônia – onde a maioria dos judeus residia. O Talmud Jerusalém inclui as discussões que tinham ocorrido em Israel. Durante este período, nenhum judeu morava em Jerusalém – que tinha sido arrasada pelos romanos na época da destruição do Templo e os judeus foram em seguida proibidos de morar ali. Em vez disso, eles moravam no território ao norte. Uma explicação possível para este nome, o Talmud Jerusalém, era a fervorosa esperança, de que logo, eles estariam de fato estudando na Cidade Sagrada de D'us.
11 – 150.000 Judeus São Enterrados no Monte das Oliveiras
O Monte das Oliveiras, situado nas proximidades do Monte do Templo, é o maior (e possivelmente o mais antigo) dos cemitérios judaicos. Muitos judeus do mundo inteiro procuram ser enterrados neste local, em parte devido à tradição de que com a chegada de Mashiach, a ressurreição dos mortos começará ali. Terrenos neste cobiçado cemitério podem chegar a dezenas de milhares de dólares.
12 – (Quase) Todas as Construções São Feitas com Pedra de Jerusalém
A aparência única desta cidade é graças a um Funcionário Civil Britânico, Sir William McLean, e a um governador do Mandato Britânico com o nome de Sir Ronald Storrs. Os britânicos ordenaram que todas as construções usassem em sua fachada pedras de Jerusalém. Embora os jerusalemitas tivessem usado esta pedra durante milhares de anos, essa foi a primeira vez em que foi estabelecida como lei. Na verdade, hoje, alguns dos únicos edifícios em Jerusalém que não são construidos com pedra de Jerusalém são duas réplicas da Sede Mundial de Chabad-Lubavitch, no 770 da Eastern Parkway. Uma réplica foi construída no bairro de Ramat Shlomo de Jerusalém e a outra em Pisgat Ze’ev.
13 – O Velho vs. o Novo
Jerusalém hoje é formada de uma cidade dentro de uma cidade. A Cidade Velha de Jerusalém é uma seção murada dentro de uma cidade moderna, com apenas um quilômetro quadrado. Contem quatro seções: o Bairro Judaico, o Bairro Armênio, o Bairro Cristão e o Bairro Muçulmano. Durante a ocupação da cidade pelos jordanianos após a Guerra Israelense da Independência, o Bairro Judaico foi destruído. Após ser recapturado em 1967, foi reconstruído e reinstalado. A Cidade Velha contem muitos locais históricos, incluindo o Muro Ocidental e o Monte do Templo. Ao redor da Cidade Velha está a área municipal de Jerusalém, com cerca de 252 milhas quadradas de tamanho e que tem uma população com cerca de 1,25 milhão.
14 – Jerusalém Une Todos os judeus
Em 16 de Adar, 5747 (17 de março de 1987), o Rebe Lubavitch falou sobre a unicidade de Jerusalém. Na mesma data hebraica no ano 335 AEC, os judeus que tinham retornado da Babilônia começaram a reconstruir as muralhas de Jerusalém. O Rebe disse que Jerusalém une todos os judeus, conforme o versículo (Salmos 122:3): “ a cidade na qual todos estão reunidos.” Similarmente, o Talmud ensina que quando os judeus se reuniam em Jerusalém para as festas, ao entrar nas muralhas da cidade eles se tornavam unidos como um – uma entidade única.
15 – Os Seis Portões da Cidade Velha
Os muros dessa cidade foram destruídos e reconstruídos numerosas vezes no decorrer da história. Os muros atuais foram construídos pelos otomanos no Século 16, sobre as ruínas dos antigos muros. Seis portões foram construídos dentro desses muros, com outros acrescentados depois. O Portão de Jaffa, uma passagem principal para a Cidade Velha, está localizado no lado oeste da Cidade Velha perto da Torre de David. O portão que leva ao bairro judaico é chamado Portão de Zion e foi uma das principais entradas usadas pelas FDI (Forças de Defesa Israelenses) para recapturar a cidade durante a Guerra dos Seis Dias. O Portão Dourado (Portão da Misericórdia) está localizado perto do Monte do Templo e do Monte das Oliveiras.
Segundo a tradição judaica, o Messias irá entrar em Jerusalém através deste portão. Para impedir isso, os muçulmanos selaram o portão durante o governo de Suleiman,
Assista em jewish.tv o vídeo do Chabad.org (em inglês):
“What was like to liberate the old city” A Guerra dos Seis Dias: 50 Anos
Por Gideon Biger
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