Essa Parashá começa com guerra, termina com guerra e contém muitos mandamentos sobre guerra (não temer o inimigo, apontar um ‘Cohen’ especial para os soldados, propor a rendição do inimigo antes de guerrear etc.)
O que é a guerra? Por que é necessária? Por que não podemos simplesmente confiar em D’us para lutar as nossas batalhas? O que isso tem a ver conosco hoje em dia?
Para responder aqui está uma história:
Dois jovens foram a uma Yechidut (audiência particular) com o quarto Rebe de Lubavitch (Rabino Shmuel). Um desses jovens era um grande estudioso, enquanto que o outro era um judeu simples.
O estudioso entrou primeiro. Ele havia se preparado para esse momento por meses e quando a porta se abriu ele entrou no escritório do Rebe se sentindo como um vaso de barro voltando ao artesão para reforma.
O quarto estava silencioso.. Ele fechou a porta e entregou ao Rebe o papel onde estavam escritas várias perguntas pessoais, e aguardou. Seu coração estava trêmulo e pensou que estava na iminência de chorar.
O Rebe falou calmamente.
“De agora em diante, quando você rezar nunca confie na sua memória, ou seja, leia cada palavra olhando no Sidur.”
Ele esperou... era só isso?!? Ele não podia acreditar! Se preparou por meses, jejuando e estudando – para isso?!
“Mas Rebe”, ele falou tentando esconder seu desapontamento e frustração. “Quando rezo, fecho meus olhos e me concentro intensamente no significado profundo das palavras!”
O Rebe olhou para ele com seriedade e respondeu:
“Tolice! O que você acha de “Louvores ao piso do chão?!!”
Ele saiu do quarto confuso e embaraçado. Ele foi até o canto do Shul (sinagoga) e sentou-se. Certamente deveria ter alguma mensagem oculta nisso. Mas o que poderia ser? “Louvores ao piso do chão”, “Louvores ao piso do chão” ele ficava repetindo. Talvez tenha algum significado místico nisso.
Ele perguntou para vários Chassidim mais velhos qual podeia ser o significado dessas palavras, mas nunca tinham ouvido falar sobre isso. Então de repente um flash veio a sua memória.
Alguns dias atrás naquele mesmo quarto ele estava no começo da oração da manhã (que começa com vários Salmos de louvor a D’us) quando percebeu um piso do chão bem mais comprido que os outros, de um canto a outro da sinagoga. Ele decidiu, só por diversão, começar um dos maiores Salmos de um lado do piso e só terminar do outro lado da sinagoga.
Como o Rebe sabia dessa tolice que tinha feito, ele não tinha a menor ideia. No entanto entendeu o significado profundo da mensagem: Ele era culpado do pior erro que um Chassid pode cometer, tentar se enganar pensando que é superior.
Depois disso entrou o Chassid simples que entregou seu papel e recebeu a seguinte resposta do Rebe: “Em todo o momento livre que você tiver estude todos os livros da Torá com a tradução simples em Yidishe das palavras.”
Ele saiu do quarto do Rebe humildemente, feliz por ter estado em Yechidut mas perplexo por que não entendia como isso estava conectado com a essência da sua alma judaica. Um ano se passou. Sua esposa deu a luz a um menino, ele conseguiu um emprego como cocheiro e, fiel às ordens do Rebe, cada minuto livre que tinha entre as viagens ele dedicava à leitura de algum livro da Torá com sua tradução simples.
Num dia frio de inverno russo, ele voltou para casa depois de uma viagem de vários dias. Ele estava feliz em poder estar ao lado de sua família, em uma casa aquecida novamente. Ele conversou com sua esposa e perguntou como estava seu filho. “Graças a D’us, venha dar uma olhada!”
Quando ela entrou no quarto soltou um grito desesperado! O bebê não estava respirando!
Eles mexeram no menino, bateram em suas costas, lhe esfregaram com álcool, mas ele não reagia! Em desespero, ela pegou seu casaco e correu para fora de casa gritando: “Um médico!!!” Apesar da cena ela ainda nutria esperança. Mas demorou mais do que ela imaginava. O médico estava dormindo. Demorou alguns minutos para que ele acordasse e se aprontasse para sair. Ela explicou no caminho o que havia acontecido com seu filho e ficou claro para o médico que não havia mais o que ser feito. Mas quando abriram a porta lá estava o bebê no colo de seu marido, sorrindo e brincando, um verdadeiro milagre.
O médico imediatamente examinou a criança e constatou que estava perfeitamente saudável. A mulher começou a gritar de felicidade histericamente, pegando seu filho nos braços e o beijando dezenas de vezes.
“O senhor tem certeza que ele ficou inconsciente?” Perguntou o médico incrédulo.
O marido respondeu que sim, por quase uma hora, sem sinal de vida, nada.
“Então o que aconteceu, ele simplesmente acordou?” Perguntou o médico novamente.
“O Rebe de Lubavitch me disse uma vez para estudar toda a Torá escrita com seu significado simples. Ora, noutro dia terminei a história de como o Profeta Eliyahu reviveu um menino já morto, deitando o menino e soprando em sua boca , então fiz a mesma coisa...”
Essa é a mensagem da Guerra:
Existem muitos problemas e dificuldades na vida e precisamos resolvê-los por conta própria. De fato é por esse motivo que D’us criou o homem, para preencher a Terra e conquistá-la.” Mas se queremos fazer isso da melhor forma precisamos da orientação de um Tsadic, um homem justo.
O objetivo do Judaísmo e do povo judeu é justamente solucionar os problemas do mundo e derrotar todas as forças negativas, até mesmo a doença e o sofrimento.
E esse é o significado da guerra em nosso tempo; hoje temos a direção e as instruções do Rebe para vencer todas as batalhas de D’us.
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