Por Iehiel Moscovich – Extraído das Sichot do Rebe
Nessa Parashá lemos sobre a mitsvá de designar juízes e policias, para si. O versículo diz: "você nomeará juízes e policias para ti em todos os teus portões".
Porque a Torá menciona "para ti"? Aparentemente elas estão “sobrando”, são redundantes. Poderia estar escrito somente "você nomeará juízes e policias em todos os seus portões”, e automaticamente se entende que é para você.
A Chassidut explica que a Torá está querendo nos ensinar que este mandamento não se refere somente ao mundo geral, de colocar juízes para julgar as pessoas, mas sim também no mundo particular de cada um. Em sua vida particular cada um deve colocar juízes para avaliarem como está a sua conduta e comportamento, e se necessitam de correção e aprimoramento. Este é o motivo do acréscimo das palavras "para ti”.
Mas como funcionam estes juízes em nossa vida prática?
A Torá diz que os juízes são designados para fazer a parte racional do julgamento. Já os policiais, para a parte prática da ação, isto é, para que o que foi concluído pelos juízes seja concretizado. Estas duas funções não somente são diferentes, mas também são opostas, ou seja, elas vêm de dois tipos de personalidades diferentes; uma é a personalidade mais racional, e a outra é prática e objetiva. E esta diferença fica mais evidente quando trazemos este conceito para o nosso mundo particular.
O que seriam os Juízes e policiais em nossa vida particular?
A Chassidut explica que quando queremos melhorar em algum aspecto, devemos ter consciência de dois passos importantes:
- ter consciência do que deve ser feito.
- conseguir a força para concretizar o que deve ser feito.
A primeira etapa seria o juiz que julga e raciocina qual é a lei e o que deve ser feito, isto é, aquele que idealiza algo. A segunda etapa é a polícia que vai implementar e realizar o primeiro passo. Estas duas fases vem de características diferentes e opostas: a primeira é mais cautelosa e a segunda é mais audaciosa, mas é preciso ter as duas para conseguirmos alcançar nossos objetivo e contamos com a uma ajuda de D’us. Ele nos apoia para podermos equilibrar e balancear estas duas Midot Tovot (boas virtudes), de maneira que possamos saber o que deve ser feito e conseguir alcançar o objetivo na prática.
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