Por Iehiel Moscovitch

Nesse Shabat parece haver um choque de dois opostos. Teshuvá (arrependimento), e Simchá (alegria). Este é o Shabat Teshuvá, que por um lado, por estar dentro de Asseret Yemêi Teshuvá (dez dias de arrependimento), e ainda por ser Shabat, é um momento especial e propício para nos arrependermos, e o Rambam escreve que uma Teshuvá sincera é aceita nos céus imediatamente.

Por outro lado, Shabat é um dia de alegria e prazer. A finalidade de Shabat Teshuvá, é unir as duas coisas em uma data: Teshuvá e Simchá.

Esta conexão também está presente em nossa Parashá Vayelêch (“e foi”). Como o próprio título sugere, Vayelêch significa sair de um lugar e ir para outro. Da mesma forma na Teshuvá a pessoa deixa seu "eu" anterior para trás, e por meio do arrependimento torna-se completamente novo. Esta é uma forma de explicar o significado de Vayelêch.

Por outro lado também na mesma Parashá consta que Moshê Rabênu concluiu o Sêfer Torá que estava escrevendo e presenteou os sacerdotes e os levitas com ele. Esta certamente foi uma grande alegria para o povo judeu. Daqui vemos que na mesma Parashá há o assunto da alegria, a alegria da Torá (que ainda é mais especial). Todavia devemos procurar entender como é possível unir estas duas coisas que a princípio parecem contraditórias? Pois quando alguém se arrepende das coisas ruins que fez, isto geralmente lhe causa tristeza. Como então, é possível que neste momento, a pessoa também esteja feliz?

Sobre isso é explicado, que o retorno, especialmente em Shabat Teshuvá, deve ser feito com alegria. Em primeiro lugar, por ser uma mitsvá (e toda mitsvá deve ser realizada com júbilo), e em segundo lugar, pois através da Teshuvá conseguimos elevar todas as outras mitsvot.

Que através da Teshuvá possamos completar nossa meta aqui embaixo e refinar o mundo para que neste Yom Kipur já possamos estar com Mashiach em Yerushalaim se D'us quiser sem precisar jejuar.