Alguns dias antes do massacre terrorista em Paris, em 13 de novembro, a União Europeia (UE) aprovou a discriminação dos produtos israelenses originários da Cisjordânia, onde 15 mil palestinos ganham o pão de cada dia como operários das empresas israelenses ali estabelecidas. Em uma mesma medida, a UE conseguiu agredir um Estado membro da ONU e afagar os movimentos de boicote que cultuam o ódio e o terror.
Até agora, nada foi dito pelos europeus, de forma crítica e contundente, sobre os apunhalamentos, atropelamentos e fuzilamentos de que são vítimas os cidadãos israelenses nos últimos meses. Vale lembrar que o DNA dos atentados em Paris e no Oriente Médio é o mesmo: matar civis a sangue frio, de forma inesperada e violenta, com o objetivo de implantar o medo e o terror entre indefesos.
Em 29 de novembro, completaram-se 68 anos da “Partilha da Palestina”, resolução das Nações Unidas que decidiu, em 1947, a divisão da região em um Estado árabe e outro judeu. Passadas quase sete décadas, ainda não surgiu um só líder palestino que tivesse aceitado admitir publicamente, em alto e bom som, o caráter judaico do Estado de Israel. Sem esta explícita aceitação, não haverá a tão desejada paz entre israelenses e palestinos. Por esta teimosia, pagam os que vivem as agruras em Gaza e na Cisjordânia, bem como os milhares de refugiados palestinos que habitam os países árabes vizinhos.
Não podemos também esquecer que mais de 23 mil israelenses tombaram, em 67 anos de independência, defendendo o direito à existência do Estado judaico.
O poder político da União Europeia é enorme e poderia ser usado a favor de um breve restabelecimento nas negociações diretas entre palestinos e israelenses. No entanto, os 28 países do Velho Continente optaram pelo caminho demagógico de contemplar a multidão, em vez da razão, estimulando as investidas dos movimentos de deslegitimização de Israel, chegando ao cúmulo de pretender rotular e segregar bens de consumo popular em nome da paz.
Os europeus ainda não mostraram pleno entendimento em assuntos emergenciais no quintal da própria Europa e já apontam um dedo torto numa região tão complexa como o Oriente Médio. Na verdade, deveriam tratar da onda imigratória que invade a Europa, assunto prioritário para seus cidadãos, e que já divide nações como a hospitaleira Alemanha e a refratária Hungria.
Antes de tentar imiscuir-se nos assuntos do enigmático Oriente Médio, rotulando e discriminando produtos israelenses, os europeus deveriam carimbar os terroristas que circulam livremente em seus países, provocando mortes, pânico e repúdio mundial.
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