Israelenses enlutados, que perderam membros da família e grande parte de seu espírito devido aos recentes ataques terroristas, falaram sobre suas experiências numa entrevista com NPR.

Odel Bennett, de 22 anos, estava caminhando com o marido e dois filhos pequenos no Bairro Muçulmano da Cidade Velha de Jerusalém, quando um palestino atacou a ela e ao seu marido com uma faca. Ela gritou por ajuda enquanto era esfaqueada 17 vezes. Seu marido e um rabino que se aproximou para ajudar o casal foram mortos pelos terroristas.

Bennett disse que se lembra de ter corrido por ajuda com uma faca ainda alojada no ombro, e embora muitos árabes testemunhassem o evento e a vissem tropeçando pela rua sangrando e implorando ajuda, nenhum parou para ajudá-la. Na verdade, ela disse, eles fizeram o oposto.

“Eles gritaram comigo. Cuspiram em mim. Amaldiçoaram-me para morrer,” disse Bennett em hebraico, segundo Emily Harris da NPR.

A mãe de dois filhos, que agora já saiu do hospital, disse que sua família está destruída e que não tem mais forças. Declarou que enfrenta meses de reabilitação, e que o marido era o único provedor financeiro da família. “A verdade é que estamos abalados,” disse ela, “e não sabemos como juntar todos os pedaços.”

Como Bennett, Menashe Haim recentemente perdeu um membro da família num ataque terrorista. Seu pai e sua mãe, imigrantes judeus vindos do Iraque que se mudaram para Israel quando jovens, estavam num ônibus em Jerusalém quando foram atacados por dois palestinos. O pai de Haim foi baleado e morreu, e sua mãe, que foi baleada no cotovelo e no peito, saiu recentemente da UTI num hospital de Jerusalém.

Haim falou como foi difícil contar para sua filha de 11 anos como o avô tinha morrido. “Ela perguntou: ‘Por quê? Por que eles fizeram isso?’ E eu não tinha qualquer resposta,” disse Haim.

Noam Tzion disse que antes acreditava que israelenses e palestinos tinham o suficiente dos mesmos valores para negociar um acordo de paz com o qual ambos os lados ficassem satisfeitos. Já não tem mais certeza, agora que palestinos fizeram dois ataques terroristas dentro da distância de um quilômetro da sua casa. Ele declarou que fica atento a todo árabe que vê na rua.

“O que eu mudei em minha mente é que não creio que os problemas que temos em Israel entre judeus e árabes sejam resultado de um conflito nacional entre nacionalidade judaica e nacionalidade palestina,” disse ele. “Creio que as questões atualmente são definidas pelo Islã radical. E com o Islã radical, não há possibilidade de nenhuma solução de qualquer tipo.”