Rabi Moshê Cohen, co-diretor do Beth Loubavitch Paris 11, num dos bairros onde ocorreram os ataques, estava concluindo sua refeição de Shabat em casa com sua família e convidados quando começaram a ouvir sirenes incessantes às 21h. “Percebi que algo muito fora do comum estava acontecendo; havia muita polícia, caminhões de bombeiros e ambulâncias nas ruas.”

Um dos convidados saiu para ver o que estava acontecendo e voltou relatando que as ruas estavam bloqueadas. A polícia lhe disse que havia ataques terroristas acontecendo em toda a cidade, e que todos tinham de permanecer dentro de casa.

Entre as cenas dos ataques e que fez mais vitimas – o Teatro Bataclan – que até recentemente pertencia a judeus, e tinha sido o alvo de protestos e ameaças anti-Israel e antissemitas. Dezenas de pessoas foram mortas ali na noite da sexta-feira. Outros ataques ocorreram no Estádio de Futebol durante uma partida entre França e Alemanha, e em vários restaurantes e cafés populares nas proximidades.

“Como de costume saí para ir à sinagoga na manhã de sábado e vi que a rua estava bloqueada pela polícia. Um dos ataques ocorrera bem perto da sinagoga onde atuo como rabino,” disse Cohen. “Quando vi que não havia como entrar na sinagoga para rezar, fomos a outra sinagoga nas proximidades que estava aberta. No meio do serviço, chegaram policiais e nos pediram para sair. Disseram que temiam pela segurança dos judeus. Apressamo-nos para terminar o serviço Mussaf e fomos para casa.”

Apesar da tensão, as ruas foram liberadas mais tarde naquele dia e Rabi Cohen voltou à sua sinagoga para as preces vespertinas. “Falei com as pessoas sobre o Rebe Anterior [Rabi Yosef Yitzchak Schneersohn, de abençoada memória] e como ele pessoalmente enfrentou as forças do mal na Rússia Soviética. Falei com eles sobre como é importante nos tempos de hoje fortalecermos nossa fé em D'us.”

Começaram a chegar milhares de mensagens de apoio às famílias das vitimas e ao pais vindas de todas as partes do mundo, quase imediatamente após as notícias dos ataques terroristas.

Na noite de sábado, a Praça Rabin em Tel Aviv ficou lotada com centenas de israelenses – muitos originários da França – e grande número de líderes rabínicos que expressaram solidariedade, apoio e preces pelos mortos e feridos, e pelo povo francês. Movimentos semelhantes estavam sendo preparados em comunidades judaicas no mundo todo.

Os ataques foram os maiores atos de terrorismo na França desde o ataque ao supermercado casher Hyper Cacher em Paris em 9 de janeiro, que resultou na morte de quatro homens judeus, após o massacre dois dias antes ocorrido nos escritórios da revista Charlie Hebdo, em Paris.