A Torá interrompe a narrativa da história de Yossef, inserindo aqui o capítulo a respeito de Yehudá e Tamar.
Quando os filhos de Yaacov perceberam que seu pai não aceitaria consolo pela perda de Yossef, disseram: "É tudo culpa de Yehudá! Nós respeitamos seu conselho e por isso não matamos Yossef quando ele se opôs à idéia. Se Yehudá tivesse nos falado: "Não o venda", teríamos dado ouvidos a ele também." Os irmãos, conseqüentemente, expulsaram Yehudá do meio deles, e este seguiu seu caminho.
Yehudá arrumou uma esposa, a filha de um mercador estabelecido nas vizinhanças. A esposa de Yehudá presenteou-o com três filhos: Er, Onan e Shêla. Os filhos de Yehudá poderiam ter-se tornado antepassados de reis, pois Yehudá originou a dinastia dos reis de Israel, mas escolheram agir de forma diferente. O filho mais velho, Er, casou-se com a justa Tamar, filha do filho de Nôach, Shem. Era tão linda quanto modesta. Er temia que caso ficasse grávida, ela perderia a beleza, e por isso ele pecou, desperdiçando seu sêmen, frustrando o verdadeiro propósito do casamento. D'us puniu-o com a morte.
Yehudá disse ao segundo filho, Onan: "Despose a mulher de seu finado irmão, e dessa maneira cumprirá a mitsvá de yibum (casamento levirato). D'us nos ordenou a mitsvá de yibum. Se um homem sem filhos vem a falecer, seu irmão ou parente mais próximo deve casar-se com a viúva. A criança nascida dessa união receberá o nome do falecido."
Onan concordou em aceitar Tamar como esposa, mas como seu irmão, pecou, desperdiçando seu sêmen. Por causa disso D'us o puniu e ele também morreu.
Yehudá temia casar seu terceiro filho com Tamar, achando de mau agouro o fato de os dois maridos terem morrido. Pensou que ela pudesse ser a causadora da morte dos dois. Por isso adiou o casamento de Shêla, afastando Tamar com as palavras: "Fique na minha casa até que Shêla cresça! Quando Shêla cresceu, entretanto, Yehudá não o casou com Tamar.
Nesse meio tempo, a mulher de Yehudá faleceu. Seus irmãos vieram para confortá-lo. Quando terminou o período de luto, Yehudá foi supervisionar a tosquia de suas ovelhas.
Tamar queria ter filhos que descendessem da tribo sagrada de Yehudá, profetizando que pessoas de valor nasceriam de uma união entre ela e Yehudá. Ela era justa e agia sabiamente. Motivada por intenções nobres, concebeu um plano para enganar Yehudá.
Cobriu-se de véus e sentou-se numa encruzilhada próxima ao local da casa de Avraham, um lugar que sabia ser visitado por todos os passantes. Tamar elevou os olhos a D'us e rezou: "Sabes que estou agindo para o bem. Não me deixes sair de perto do justo Yehudá de mãos vazias."
Quando Yehudá passou pela encruzilhada, percebeu uma mulher que parecia ser uma decaída, mas ele continuou em frente, pois um tsadic (justo) de seu status não se rebaixaria a relacionar-se com uma prostituta.
Contra a vontade de Yehudá, entretanto, o anjo de D'us forçou-o a dirigir-se a ela. D'us disse: "De qual união, senão essa, nascerão reis? Que outra produzirá nobres?"
Yehudá não reconheceu Tamar, pois ela, em casa, havia sempre modestamente velado o rosto. Foi exatamente por causa desse traço de modéstia que D'us a havia a escolhido como ancestral da família real do povo de Israel.
Yehudá perguntou-lhe: "Você é gentia?"
"Não", respondeu ela, "tornei-me uma judia."
"É casada?"
"Não."
"Talvez seu pai a tenha destinado a outro homem?"
"Não, sou órfã."
Ela perguntou a ele: "O que você me dará para vir comigo?"
"Mandarei a você um cabrito do rebanho."
"Você pode antes dar-me um penhor?" - pediu Tamar.
"Que penhor posso lhe dar?" - perguntou Yehudá.
"Dê-me seu anel de sinete, sua capa, e o cajado que tem na mão. Com seu anel de sinete, consagre-me como sua esposa conforme é costume."
Yehudá fez a cerimônia de casamento na presença de duas testemunhas, as duas pessoas que o acompanhavam.
Todas as palavras de Tamar continham laivos de profecia. Com as palavras: "seu anel de sinete", ela profetizou que reis e nobres dela descenderiam. "Sua capa", continha uma alusão aos San'hedrin (juízes) que colocam talitot e tefilin o tempo todo e que também seriam seus descendentes. "Seu cajado" referia-se a Mashiach que nasceria da tribo de Yehudá, de quem se diz: "Um cajado brotará do tronco de Yishai" (Yeshayáhu, 11:1).
Quando Yehudá voltou para casa, mandou o cabrito prometido para a mulher, mas esta não se encontrava em lugar algum. Três meses depois, disseram-lhe: "Sua nora ficou grávida através de sua devassidão. Além do mais, está orgulhosa de si mesma, gabando-se: 'Eu carrego reis, carrego redentores.'"
Yehudá conclamou o tribunal, para que a julgasse e punisse sua má ação. Os juizes eram Yitschac, Yaacov e Yehudá, que decidiram que Tamar deveria ser queimada. Foi sentenciada à morte pelo fogo porque, como filha de um cohen (sacerdote), pela lei da Torá, é punida por imoralidade com o fogo. (Vayicrá 21:9). Seu ato constituía uma imoralidade equivalente à da mulher casada, pois havia sido destinada a outro homem por yibum.
Tamar poderia ter tornado conhecido o fato de que estava grávida de Yehudá, mas absteve-se de fazê-lo, dizendo: "Prefiro enfrentar a morte a envergonhá-lo em público."
Ao ser levada para a morte, ela quis enviar um mensageiro com os artigos da garantia que ele lhe havia dado. Porém, quando procurou pelo anel de sinete, o cajado e o manto, não pôde encontrá-los.
Tamar ergueu os olhos aos Céus, exclamando: "Suplico que tenha piedade de mim, D'us! Responda-me nessa hora de necessidade, e ilumine meus olhos para que possa achar os objetos do penhor!"
D'us ordenou ao anjo Michael que fosse procurar o penhor, e Tamar o descobriu. Ela deu os objetos a um mensageiro e instruiu-o a contar aos juizes. "Estou grávida do homem a quem esses objetos pertencem. Não quero tornar seu nome público, mesmo se tiver de ser queimada. Por favor, reconheça a quem pertencem!"
A súplica por trás das palavras era dirigida a Yehudá: "Por favor, dê ciência ao Criador e não destrua a mim e aos filhos que carrego!"
Quando Yehudá viu os objetos do penhor, sentiu-se envergonhado e foi tentado a negar que pertenciam a ele. Mas venceu a batalha contra sua má inclinação, pensando: "Prefiro ser envergonhado neste mundo a sê-lo perante meus justos antecessores no Mundo Vindouro!"
Ele admitiu: "Ela está certa. Eu estava em falta não a deixando casar com meu filho Shêla. Ela espera um filho meu." Uma voz Celestial proclamou: "Foi por Minha ordem que estes fatos aconteceram dessa maneira. Ela será antecessora de reis e profetas!"
O nome Yehudá contém todas as letras do Divino Nome de D'us: (Yud Hê Vav Hê), porque Yehudá santificou o Nome de D'us, ao admitir publicamente a verdade.
Tamar teve gêmeos. Durante o nascimento, um deles esticou a mãozinha para fora e a parteira imediatamente pôs uma fita encarnada brilhante no seu pulso para marcá-lo como primogênito. Mas o bebê retirou a mão e a segunda criança nasceu primeiro. Por isso, foi chamado Perets, que significa: "aquele que irrompeu ". O irmão nascido logo após foi chamado Zerach, por causa da brilhante fita vermelha atada no pulso.
ב"ה
Yehudá e Tamar
Outras Parshiot
- LIVRO DE BERESHIT
- Bereshit
- Nôach
- Lech Lechá
- Vayerá
- Chayê Sara
- Toledot
- Vayetsê
- Vayishlach
- Vayêshev
- Mikêts
- Vayigash
- Vayechi
- LIVRO DE BERESHIT
- Shemot
- Vaerá
- Bô
- Beshalach
- Yitrô
- Mishpatim
- Terumá
- Tetsavê
- Ki Tissá
- Vayak'hel
- Pecudê
- Vayicrá
- Tsav
- Shemini
- Tazria
- Metsorá
- Acharê
- Kedoshim
- Emor
- Behar
- Bechucotai
- Bamidbar
- Nassô
- Behaalotechá
- Shelach
- Côrach
- Chucat
- Balac
- Pinechas
- Matot
- Massê
- Devarim
- Vaet'chanan
- Êkev
- Reê
- Shofetim
- Ki Tetsê
- Ki Tavô
- Nitsavim
- Vayêlech
- Haazínu
- Vezot Haberachá
- LEITURAS DUPLAS
- Vayak'hel - Pecudê
- Tazria - Metsorá
- Acharê - Kedoshim
- Behar - Bechucotai
- Chucat - Balac
- Matot - Massê
- Nitsavim - Vayêlech
- LEITURAS DUPLAS
- Rosh Hashaná
- Yom Kipur
- Sucot
- Shemini Atseret
- Simchat Torá
- Chanucá
- Purim
- Pêssach
- Shavuot
- Purim - Shekalim
- Zachor
- Pará
- Hachodesh
- Rosh Chodesh
- Ki Tissá
Faça um Comentário