“E D'us falou a Moshe após a morte dos dois filhos de Aharon, quando eles chegaram perante D'us e morreram…” (Vayikra 16:1)

O versículo acima parece redundante. Tendo dito que os mandamentos dessa Parashá foram declarados “após a morte dos filhos de Aharon”, por que é necessário repetir “e eles morreram”? Com essas palavras adicionais, a Torá explica a natureza do erro de Nadav e Avihu (filhos de Aharon) e a causa da morte deles.

O Or Hachaim sugere que as mortes de Nadav e Avihu não foram um castigo; suas almas simplesmente expiraram a partir do puro êxtase ao sentirem a proximidade de D'us. A Chassidut explica, porém, que seu próprio falecimento é mencionado na Torá como um pecado.

Está o fato que, em total devoção a D'us, um judeu deve aspirar a conexão máxima com D’us ao ponto de elevar-se do mundo físico. Junto com isso, porém, deve haver um reconhecimento de que D'us nos concede a vida física, desejando que transformemos o mundo físico numa morada para Ele habitar e se manifestar, ou seja, devemos viver no mundo material, uma alma dentro de um corpo saudável e forte. Portanto foi um erro para Nadav e Avihu permitir a seu êxtase espiritual atingir uma elevação sem volta.

Da mesma forma, a frase “e eles morreram” não está repetindo o fato de sua morte, mas explicando a causa. O que foi aquilo que provocou “a morte dos dois filhos de Aharon,” e qual foi o erro deles? O fato de que “chegaram perante D'us e morreram”; seu desejo de sentir a proximidade de D'us até às custas de abandonar sua missão Divina neste mundo físico e material.

Likutei Sichot, vol. 3, pág. 987