“Quando você desperdiça um momento, você o matou em um certo sentido,
desperdiçando uma oportunidade insubstituível. Mas quando você usa o momento
corretamente, preenchendo-o com propósito e produtividade,
ele vive para sempre.” - O Rebe
Há muitos anos, surgiu no mercado um produto chamado “Seguro de Morte”. O problema era que ninguém queria comprar uma apólice de “seguro de morte”. Foi um grande fracasso até que alguém teve a brilhante ideia de mudar o nome de “Seguro de Morte” para “Seguro de Vida”, um nome muito mais feliz e otimista (mesmo sendo a mesma coisa). Essa pequena mudança, no entanto, transformou esse produto de um fracasso em um negócio de zilhões de dólares.
Chaye Sara começa com a morte de nossa matriarca, Sara. Chayei Sara significa no entanto, literalmente, “a Vida de Sara”. Então, isso é um mero truque de marketing para nos elevar, ou é um daqueles momentos paradoxais de ensino?
O Talmud explica como aqueles que são justos, que preenchem seus dias de maneira produtiva e positiva, são considerados vivos quando estão mortos, enquanto aqueles que trazem toxicidade e negatividade a este mundo são vistos como mortos mesmo estando vivos. Portanto, é bastante apropriado que, após a morte de Sara, nos concentremos no significado e na influência de sua vida - quem ela era e o que ela realizou - mesmo que ela não esteja mais viva.
Sara faleceu aos 127 anos e, em vez de simplesmente nos dizer que ela tinha 127 anos, a Torá descreve sua expectativa de vida de uma maneira curiosa: “A vida de Sara foi de cem anos, vinte anos e sete anos”. E assim, um ano não é um ano não é um ano. (Apenas pense se duas horas assistindo a um programa cativante parecem o mesmo que duas horas sentado em uma palestra chata. Em um caso, “o tempo voa”, enquanto no outro, “o tempo pára”.) O tempo é relativo. É definido mais pela sua qualidade do que pela sua quantidade.
Escolhendo a Realidade Final
Há uma ideia mística de que nossos dias na terra serão compostos pelas vestimentas que envolvem nossa alma depois que morremos. Essas vestimentas são as de “pensamento”, “fala” e “ação”. A qualidade dessas roupas não será determinada pelos anos de nossa vida, mas pela “vida em nossos anos”. Em outras palavras, nós costuramos junto essas vestes sagradas de nossas boas ações (nossas mitsvot) e os momentos que criamos que adotamos com a qualidade de significado e, portanto, realidade infinita. Por exemplo, alguém pode viver até uma idade avançada e, no entanto, infelizmente, ter vivido uma vida de tão pouco significado e conteúdo que sua alma poderia estar nua ou virtualmente nua no outro mundo.
Cada dia de nossas vidas nos apresenta infinitas possibilidades. Estamos constantemente na encruzilhada da escolha. Quantas vezes pensei: “Desculpe, D'us, não tenho tempo para rezar. Estou tão ocupada. Recupero mais tarde. Talvez amanhã?" Pensando que estou escolhendo a “realidade” (você sabe, “fazer as coisas”), desperdiço muitos momentos do tempo que no final do dia evaporam como fumaça. É como consumir junk food, alimento não saudável, vazio de calorias em vez de alimentos ricos em nutrientes cheios de vitalidade. Acho que estou comendo, mas nutricionalmente não estou. Tudo bem de vez em quando, mas eu certamente não faria disso um hábito.
Por outro lado, quando abraçamos conscientemente nossas vidas momento a momento, cientes do poder e significado de nossas escolhas, conscientes de nossas palavras e ações, podemos tecer vestes sagradas que nos envolve como um xale sagrado.
Próximo versus Conectado
A palavra hebraica para sacrifício – ou seja, os sacrifícios que foram trazidos ao Templo Sagrado – é korban. A raiz dessa palavra é karev, que significa “próximo”. Portanto, devemos entender que o propósito de trazer um sacrifício é nos aproximarmos de D'us, e temos oportunidades a cada momento de nos movermos ativamente para onde queremos estar.
A oferta mais sagrada que foi trazida ao Templo, no entanto, foi o ketoret, o incenso. A própria palavra significa “ligar” ou “conectar”. Representa a tecelagem de diferentes elementos para formar uma entidade unificada que não se desfaz. É aqui que reconheço como estou inextricavelmente ligada e interconectada com D'us. Enquanto faço minha parte “chegando perto” em meu “pensamento”, “fala” e “ação”, minha alma já está ali e ligada.
Aproveitando o Tempo
E ao fazê-lo – já que a alma é eterna – é como se na realidade não morressemos. Sara morreu fisicamente. Mas o contrário também é verdadeiro. Como uma mulher cuja vida era vibrante com a plenitude de suas escolhas, Sara continuou viva, espiritualmente, já que a morte apenas marcou uma nova etapa de sua alma. Sara incorpora a ideia de que não devemos apenas contar nossos dias, mas dotá-los de valor e significado.
Por isso, aproveite cada instante. Torne seu tempo de vida sagrado. Faça seus momentos durarem tecendo neles uma realidade sagrada. Ao compreender o poder e o potencial infinitos de cada dia, você pode costurar o tecido de sua vida para que sua beleza espiritual esteja lá para abraçar e vestir sua alma eterna.
Internalize & Concretize:
- Comece com o momento em que você acorda, anote quatro pequenas coisas que você pode incorporar ao seu dia para infundi-lo com significado e santidade. (Pense de manhã, à tarde, à noite e antes de dormir. Isso pode levar alguns minutos: medite ao acordar, agradeça pelo alimento que você está apreciando em seu café da manhã, dedique atenção àqueles que você mais ama em sua vida, reconheça o teto que você possui sobre sua cabeça, etc.) O objetivo é parar, pensar, reconhecer e agradecer ativamente por todas as coisas.
- Escreva algo sobre o qual você luta para manter-se positiva. Pode ser algo físico ou espiritual. Então, tocando nas vestes de sua alma, comprometa-se a mudar seu pensamento, fala e ação sobre essa luta de maneira prática diariamente. Dê um pequeno passo e, em seguida, certifique-se de pensar, pronunciar em voz alta e fazer algo para ser positiva.
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