Essa parashá relata que a Arca Sagrada era feita de três camadas: a interior feita de madeira e as duas externas feitas de ouro, o metal mais precioso para a sua construção. Todos os detalhes foram minuciosamente cuidados pois ela conteria o tesouro mais sagrado do povo judeu: as Tábuas da Lei.

Muitos metais sofrem a erosão com o passar do tempo, mas o ouro tem uma qualidade adicional: o tempo não o afeta, o que o torna o mais adequado para conter os mandamentos Divinos entregues ao povo judeu no Monte Sinai estabelecendo a conexão entre Céu e Terra. Além disso, a Torá representa valores eternos, os quais nem o tempo nem qualquer outra força terrestre podem destruir.

Mas então surge a questão: por que também usaram a madeira na construção da Arca Sagrada? Madeira é exatamente o oposto, é facilmente destruída pelo tempo. Portanto não seria um invólucro adequado para honrar a Torá.

Mas aqui novamente a sabedoria profunda do judaísmo se mostra. O ouro pode ser precioso e eterno, mas o ouro tem suas limitações, é frio e sem vida. A madeira pode ser transitória, mas tem uma grande vantagem sobre o ouro, tem raízes na vida, é viva cresce e alcança novas alturas.

A Arca com a Torá dentro são nossas mais preciosas posses. São símbolos de valores eternos. Mas a eternidade não é suficiente. Cada geração deve contribuir com a sua parte para dar nova vida à Torá, para fazer nossa tradição crescer e se expandir. Não podemos nos apoiar só no passado. A eternidade da Torá deve ser também “Etz Chaim’ –uma eternidade que viva.