Por Iehiel Moscovich – Vol. 1

Nessa Parashá é relatada a história de Yossêf (José) hatzadík. Uma de suas particularidades era que mesmo tendo ido à terra com o nível mais baixo espiritual da época, o Egito, e até mesmo tendo se tornado um monarca lá, permaneceu um Tsadíc, um justo. Sua meta era atrair a luz da divindade aos lugares mais obscuros, e assim elevá-los.

A Torá também descreve que ele possuía uma bela aparência. Sabe-se que quando algo é dito na Torá, possui vários significados, e portanto, se a beleza de Yossêf é mencionada, não se trata apenas de sua aparência exterior. Consta nos livros, que sua beleza física refletia sua beleza espiritual. Era completo tanto nas Mitsvot positivas quanto nas proibitivas.

Daqui vemos que, mesmo a meta e o foco de Yossêf eram elevar o Egito (o lugar mais impuro que havia no mundo), e transformar a escuridão em luz, aqui, o versículo apenas menciona sua completude individual. Ou seja, justamente pelo fato de estar completo, (com relação à todas as mitsvot, sem excessões), ele tinha o poder de transformar o mal em bem.

Yossef nos ensina que devemos nos dedicar aos outros, aproximar estes que estão "perdidos no Egito", e trazê-los de volta ao caminho correto. Mas ele também nos mostra, que para que possamos fazer isso, devemos estar completos. É necessário que nos esforcemos ao máximo em cumprir corretamente a Torá e as mitsvot, não somente para que elevemos a nós mesmos, mas também para que tenhamos mais facilidade em lidar com o próximo.

Entretanto, ouvindo isso, uma pessoa pode pensar que deve aguardar até atingir a perfeição, para que então possa auxiliar os outros. Essa não é a intenção. Não se pode esperar que cada um seja perfeito em todos os sentidos. Então, a verdade é que mesmo que todos possuímos defeitos, devemos dedicar parte do nosso tempo a outras pessoas também. Mas deve-se lembrar, que não basta apenas preocupar-se com o próximo. É necessário também trabalharmos em nós mesmos para nos tornarmos cada vez mais melhores pessoas.