Certa vez perguntei a um rabino em nossa yeshivá local se ele fizera quaisquer planos para a aposentadoria. Respondeu-me sucintamente: "Pretendo me aposentar quando D'us me aposentar. Até lá, não tenho planos de aposentadoria."

Pensei sobre aquela conversa ao estudar a Porção Semanal da Torá. A Torá nos diz que Avraham (Abraão) era velho, avançado em anos (Bereshit 24:1). Literalmente, a Torá usa o termo que Avraham era "entrado em dias."

Os comentaristas interpretam isso como significando que Avraham era capaz de fazer cada dia de sua vida ter um significado, mesmo em idade avançada. Além disso, ele podia se lembrar daquilo que conseguiu em cada um dos dias de sua vida, pois cada um deles foi um dia de conquistas; e mesmo quando envelheceu, sua paixão pelas boas ações não arrefeceu. Ainda conseguia encontrar energia e sabedoria para trazer um significado à sua existência cotidiana.

As consistentes conquistas de Avraham durante sua longa vida, apesar das vicissitudes do tempo e da adversidade que teve de enfrentar, fornece um modelo a cada um de nós.

Ao envelhecermos, não precisamos nos tornar menos produtivos, ou ficar mais lentos intelectual ou espiritualmente, nem temos de nos acostumar a dias inúteis e atividades improdutivas. Tendo Avraham como fonte de inspiração, podemos tornar estes últimos, os dias de ouro de nossa vida.