O Shabat é a alma do tempo e infunde santidade em qualquer aspecto da Criação.
D’us consagrou o Shabat, ao fazer de seu conteúdo a essência do Universo. Este é o conceito sugerido pelos sábios sobre o que motivou D’us a criar esse dia. Eles o explicam por meio de uma parábola.
Certa vez, um rei ordenou que lhe fizessem um anel de sinete. Seus ourives o confeccionaram com um aro incrustado com gemas cintilantes. Era uma jóia de rara beleza – mas faltava-lhe o selo real. Qualquer que fosse o valor do anel, não poderia ser usado como sinete, a não ser que nele estivesse gravado o brasão real.
Analogamente ocorre com o Universo. Pode ser o paraíso naturalista, o desafio de um cientista, a mina de ouro de um ricaço – mas o Rei dos reis queria que fosse Seu anel de sinete. Queria que demonstrasse Sua Majestade ao fundir todos seus atavios combinados num só veículo, para proclamar Sua glória. Ao mundo recém-formado faltava o selo do Rei. Então, Ele lhe deu o Shabat – dia que proclama: "O mundo tem um Criador e um propósito!" Com o Shabat, o selo de D’us foi incrustado na Criação e Sua intenção foi cumprida.
Originalmente, D’us pensou em criar o homem no Shabat. D’us não é um construtor humano que se permite o luxo da improvisação. Sua intenção e Seu desempenho nunca se contradizem. Se parecem estar em conflito é só porque cada um representa uma faceta diferente da mesma unidade. A princípio, D’us pensou em criar o homem no Shabat porque sua alma pertence à santidade do dia. Mas Ele o criou no sexto dia por tratar-se de uma criatura cujo corpo físico pertence ao mundo dos animais, vegetais e minerais da terra. O ser humano, de fato, foi criado no sexto dia para entrar imediatamente no sétimo; era uma ponte entre os seis dias seculares e o sétimo, sagrado, porque essa aparente dicotomia é o propósito de sua existência. A intenção de D’us e de Sua obra completavam-se mutuamente: uma expressa a missão do homem; a outra refere-se às condições de sua vivência.
De todas as criaturas no Universo, somente o homem é capaz de conceber santidade. As formas de vida material e animal podem tornar-se sagradas, mas só se o homem consagrá-las. O Shabat é, na verdade, o selo de D’us, mas só o homem pode imprimir esta imagem sobre o Universo.
Rabino Shabsi Alpern
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