No mês de Iyar comemoramos o evento mais significativo da História judaica e a própria base do judaísmo, a festa de Shavuot, que marca a revelação Divina no Monte Sinai e a Outorga da Torá.

A importância deste acontecimento é frisada num verso das orações diárias: "Guarda-te muito bem... para não esquecer do dia que estiveste diante do Senhor [no Sinai]."

O estudo da Torá necessita de preparação, a qual se constitui de três elementos básicos: dedicação à vontade do Altíssímo, humildade e união. Estas são indicadas no versículo: "Eles deixaram Refidim e chegaram ao deserto de Sinai… e lá Israel acampou em frente à montanha."
Refidim foi o lugar onde os judeus foram atacados por Amalec, que pôde agir devido ao fato do povo ter negligenciado os ensinamentos transmitidos por Moshê. Deixar Refidim simboliza a correção desta falha através de uma dedicação sincera que chegou ao auge na declaração: "Tudo que D’us mandar faremos."

A Outorga da Torá, além de um evento histórico, é um processo contínuo.

"Chegar ao deserto" expressa a humildade, segundo explicação do Talmud: "Todo aquele que se considera humilde como um deserto merecerá receber a Torá." Humildade verdadeira é a fonte de todas as características boas e positivas.

O terceiro elemento – união – é indicado pela palavra "acampou" na forma singular (e não "acamparam", como os outros verbos da frase que aparecem no plural). Quanto mais forte o elo entre os judeus, mais estes se tornam parte integrante da Torá. Aliás, cinco dos Dez Mandamentos tratam do comportamento entre o homem e seu próximo.

Hoje em dia, ao recitar as bênçãos da Torá, o texto diz: "D’us nos dá a Torá" (e não "deu", no passado). A Outorga da Torá, além de um evento histórico, é um processo contínuo. Por isso devemos estar sempre de prontidão, tal como nossos antepassados no deserto.

Que este evento no Sinai sirva de modelo para nossa vida. Para nos tornarmos um povo, prometemos dedicação, humildade e união; e para continuar como nação temos que honrar nossa palavra.