Sheryl Sandberg pediu a todos os líderes judeus presentes na conferência GA em Washington para realizarem um experimento. "Levantem suas mãos o mais alto que puderem", disse ela.

Eles levantaram, e então ela pediu: "Agora, levantem ainda mais alto."

Cada um conseguiu erguer a mão mais alguns centímetros, ou pelo menos alguns milímetros.

"Estão vendo como é possível? Sempre dá para ir além. Essa é minha mensagem para todos nós: sejamos e façamos ainda mais!"

Se Sandberg simboliza o que está acontecendo com nossos irmãos na diáspora, estamos no caminho certo. Esse fenômeno já ganhou um nome: "Judeus do 8 de outubro", referindo-se aos judeus que despertaram no dia seguinte ao massacre. Sandberg, bilionária e ex-diretora de operações da Meta, é responsável pelo documentário "Gritos e Depois Silêncio", que retratou a violência do Hamas contra mulheres no dia 7 de outubro. "O silêncio de organizações feministas me chocou profundamente", contou no palco. "Todo o trabalho que fizemos por anos em prol das mulheres, e de repente é como se tudo tivesse desaparecido."

Os eventos de Simchat Torá a transformaram de maneira fundamental: "Não de forma negativa, mas positiva. Muitas vezes me perguntaram no passado: você é americana-judia ou judia-americana? O que vem primeiro? Desde 7 de outubro, sou uma pessoa diferente, no sentido de que minha identidade judaica agora ocupa um espaço muito maior. Estou aqui no palco como uma sionista orgulhosa e uma judia orgulhosa, muito mais do que era antes."

Ela pediu ao público que não se concentrasse apenas no antissemitismo, na hipocrisia e no anti-israelismo, mas também no que é positivo: "Precisamos focar mais no Monte Sinai e menos em Auschwitz. A identidade judaica é algo maravilhoso. O conhecimento e o aprendizado, a família e a comunidade, a caridade e o voluntariado. Minha filha é presidente do clube judaico em sua escola. Há um ano, ela nem sequer fazia parte do clube. Minha outra filha pediu uma Estrela de David de presente de aniversário. Desde então, ela usa a corrente todos os dias. Estamos renascendo."

Será que o dia 7 de outubro ficará registrado na história não apenas como um desastre, mas também como um dia de despertar e renascimento judaico global? Será que todos nós conseguiremos levantar a mão um pouco mais?

Obrigada, Sheryl.