O que você ouviu sobre Avraham Somechi, um senhor morto no terrível ataque aqui em Holon?

A maioria das pessoas não o conhecia. Ao pesquisar na internet, você encontrará pouquíssima informação e quase nenhuma foto. Pessoalmente, eu só o reconheci quando sua foto foi publicada (e mesmo isso foi um desafio). As pessoas ao meu redor também começaram a falar sobre ele.

Como sempre, parece que D'us colhe as flores mais belas. Avraham morava em nossa vizinhança e rezava regularmente na sinagoga Ahava Ve'achva. Ele raramente levantava a voz, e aqueles que se sentavam ao seu lado regularmente nem sabiam seu nome. Ele chegava cedo, saía silenciosamente, e pronto.

Alguém imaginou que Avraham era um respeitado palestrante na Universidade de Tel Aviv? Alguém sonhou que ele era um gênio fenomenal da Torá?

Pouquíssimos conheciam sua grandeza. Quando o falecido rabino Ezra Yitzhak (que faleceu há cerca de um mês) teve dificuldades com uma lição do Talmud, ele pedia para Avraham explicar. Às vezes, o professor de Torá não chegava, e Avraham se voluntariava para substituí-lo. Ele escolheu para ensinar a seção do Zohar conhecida como "Patach Eliyahu", que inclui os fundamentos da Cabala. Ele explicou como somente um grande estudioso seria capaz de ensinar. A congregação entendeu, e Avraham retornou ao seu anonimato.

Conheço várias pessoas que podem explicar Patach Eliyahu. Conheço outras que podem ajudar o rabino com dificuldade em uma lição do Talmud. E, claro, conheço professores e pesquisadores da universidade. Mas alguém que podia fazer tudo isso — silenciosa e humildemente, você não encontra todo dia. Não achará muito sobre quem ele foi escrito sobre ele em lugar nenhum. É quem ele era. Um grande homem que vivia entre nós, até que, em um momento, ele faleceu santificando o nome de D'us.

Mas talvez a última mensagem do Rabino Avraham tenha sido seu ato final: Naquela manhã de domingo, seu último dia, o Rabino Avraham terminou suas orações e dobrou seu talit. Ele estava com pressa para sair da sinagoga prontamente e levar a sua esposa para algum lugar. Pouco antes de sair da sinagoga — sem saber que era o último quarto de hora de sua vida — ele se virou para um de seus companheiros da sinagoga e lhe fez um pedido: "Todos os dias, depois da reza, há um mendigo que sempre passa aqui em frente. Por favor, pegue esta moeda e dê em meu nome."

Esse foi o ato final do Rabino Avraham. Quando ele completou a mitsvá da caridade, ele concluiu sua missão neste mundo. Agora ele reside em um lugar melhor, sem dúvida rezando por todos nós. Silenciosamente. Lá, nos céus, eles o veem de forma diferente do que nós o víamos aqui.

Que seu grande mérito proteja nossa cidade e as famílias enlutadas de todo o povo de Israel que sofre e chora pelas perdas e angústias durante esses dias de exílio prolongado. E que em breve mereçamos a verdadeira e completa Redenção. Amén!