Um dos tratados da Mishná é chamado de Rosh Hashaná. A primeira Mishná desta seção nos relata sobre os quatro “Anos Novos”. Dois deles são bem conhecidos: Rosh Hashaná no primeiro e segundo dias de Tishrei, e Rosh Hashaná das Árvores, em 15 de Shevat.

Está escrito na Torá: “Pois [é] o homem como uma árvore do campo” (Devarim 20:19). Nossos Sábios nos dizem que os homens são de fato semelhantes às árvores em muitos aspectos, e que há numerosas lições que os homens podem aprender com as árvores.

Uma das coisas que aprendemos é que elas sempre crescem; enquanto estiverem vivas, crescerão. Até no inverno, quando as árvores parecem adormecidas, suas raízes estão ocupadas debaixo da terra, muito antes de surgirem as novas folhas e novos brotos; aquilo que parece uma interrupção no processo de crescimento é apenas uma pausa para reunir novas forças para crescer mais, produzir novos frutos a cada ano. É por isso que o mundo das plantas e vegetais é chamado em hebraico de “crescimento”.

Se uma árvore está em constante crescimento, certamente um ser humano deveria fazer o mesmo. Uma árvore pode crescer apenas fisicamente, nas raízes, tronco, galhos, folhas e frutos. Uma criança cresce tanto física quanto mentalmente. À medida que cresce fisicamente, ficando maior e mais forte, sua mente se desenvolve, seu caráter se aprimora, adquire mais conhecimento e sua conduta diária melhora. A uma certa altura o homem pára de crescer fisicamente, porém seu desenvolvimento mental e espiritual continua. Seja jovem ou idoso, não é em centímetros que o ser humano é medido, mas sim no seu progresso em aprender e utilizar este conhecimento na vida e no comportamento do dia-a-dia.

Para nós judeus a verdadeira medida é aquela do progresso em Torá e mitsvot – estas são nossas raízes e frutos. É nesses aspectos que devemos crescer constantemente. Não importa quão “crescidos” nos consideremos em assuntos de Torá e mitsvot, devemos crescer pelo menos um pouco mais amanhã, e o dia depois de amanhã será ainda melhor. Sempre há espaço para melhorar, e a hora é sempre propícia para amadurecer.