Tradutores: Gladis Berezowsky e Yeshayahu Fuks
Faleceu Joe Lieberman, o judeu que alcançou o cargo mais alto da política americana. Pró-israelense, foi candidato a vice-presidente em nome do Partido Democrata.
Hoje, porém, queremos lembrar não só a sua importância dentro do seu partido político, no qual infelizmente hoje se ouvem muitas outras vozes, mas outro legado que ele deixou, que não tem ligação com a política.
A última vez que o vi foi em Nova York. Seu livro "Zman Shabat" (Tempo de Shabat) acabara de ser publicado em hebraico, e ele explicou o quão significativo era para ele.
Lieberman escreveu um livro sobre o Shabat porque queria lembrar aos jovens judeus de todo o mundo que eles não precisam renunciar à sua herança para irem o mais longe possível, muito pelo contrário. Segundo ele, guardar o Shabat, mesmo em meio a uma campanha presidencial, apenas aumentou o respeito por ele como homem de princípios.
Queria que os jovens israelenses também conhecessem essa maravilha.
No Shabat, escreveu ele, ele não era “o respeitado senador”, nem mesmo Joe, mas sim Yosef Israel ben Hanan, seu nome hebraico, pelo qual ele subia à Torá.
Ele descreveu como, ao ler a Torá no Shabat, sentiu que finalmente não estava ouvindo os políticos falando, mas a palavra de Deus. Ele mencionou como durante as três festas de peregrinações (Pessach, Shavuot e Sucot) o povo de Israel costumava fazer uma peregrinação a Jerusalém rumo ao templo, mas todas as semanas, no Shabat - a santidade vem diretamente até nós, na cozinha e na sala de estar.
Ele explicou que não menos que o Kidush na noite de Shabat, o rito de separação da noite de saída do Shabat (a Havdalá, sábado à noite) também é muito importante, porque em nossas vidas precisamos de separação, limites, uma distinção entre tempos e situações.
E essa é talvez a frase chave do livro de Lieberman: “Quando me perguntam: Como você pode parar todo o seu trabalho como senador para guardar o Shabat, todas as semanas? Eu respondo: Como eu poderia ter feito todo o meu trabalho como senador seis dias por semana, se não tivesse parado para guardar o Shabat?”
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