Tradutores: Gladis Berezowsky e Yeshayahu Fuks*

Eles têm todos os motivos para estarem em crise. Quando judeus israelenses foram retirados da Faixa de Gaza, em 2005, eles foram evacuados das suas casas em Gush Katif, aos prantos, enquanto alertavam precisamente sobre cenários como o que finalmente se concretizou em 7 de Outubro.

Das areias de Gush Katif, eles se mudaram para as areias do conselho regional de Eshkol (região israelense no entorno da Faixa de Gaza). Eles floresceram no deserto e construíram ali um novo assentamento em Israel, Shlomit.

Pela manhã, em Simchat Torá (7 de Outubro), o grupo de defesa de emergência de Shlomit saiu em auxílio do assentamento próximo, Prigan, que foi atacado pelos terroristas do Hamas. Eles salvaram Prigan de um massacre. Quatro moradores de Shlomit morreram em combate. E novamente uma evacuação.

Desde Simchat Torá, eles não voltaram para casa. Quatro meses. O hotel "Kramim" da rede "Yishrotel" é um local agradável para ficar por dois dias, não cem dias...

Eu os conheci dois dias depois de Simchat Torá. Mesmo assim, em meio ao grande caos, eles primeiro cuidaram das aulas de Torá para as crianças. Uma das crianças ali me explicou: “Há uma guerra em Gaza, é preciso dar ânimo e força”.

E agora eles estão finalmente voltando para casa. Como retornar?

Eles planejaram uma noite de agradecimento aos funcionários do hotel em que viveram durante esses 100 dias. Agradeceram a D’us, e a todos os funcionários do hotel, desde o CEO até o pessoal da faxina. Eles escreveram cartões com bênçãos que acompanharam os presentes que compraram, em três idiomas - hebraico, inglês e tailandês, em prol dos funcionários tailandeses. Porque falam uma linguagem que vem do coração, de muita fé, e é esta a linguagem que nos tirará desta crise.

Bem-vindos de volta ao lar, moradores de Shlomit. Que a paz esteja com vocês!