Ouvi contar certa vez sobre um pai que levou o filho à praia numa manhã fria, a fim de ensinar-lhe uma lição que o menino jamais esqueceria.
Mergulhou o filho na água gelada. O garotinho gritava com toda a força de seus pulmões: "Estou com frio! Estou congelando! Oooh!" O pai tirou-o da água e envolveu-o numa toalha aquecida, ao que o filho reagiu com um suspiro de alívio. "Aaah! Isso é muito bom."
"O que aconteceu é uma lição muito importante na vida," disse o pai. "No decorrer da existência, você muitas vezes ouvirá as pessoas fazerem os sons de 'Oooh' quando as coisas estão difíceis, e 'Aaah' quando tudo vai bem. Não podemos controlar isso, é algo natural. A única coisa que podemos controlar é a ordem dos sons."
O pai prosseguiu explicando: "Se você deseja ter uma vida bem sucedida, deve assegurar-se de que o som 'oooh' venha antes do som 'aaah.' Por exemplo, à noite você precisa fazer uma escolha. Pode fazer sua lição de casa, e, em troca, conseguir excelentes notas - isso é o 'oooh' e depois o 'aaah'. Ou pode brincar e conseguir maus resultados - o que é primeiro o 'aaah' e depois um grande 'oooh.'
"É como um fazendeiro que precisa arar e cultivar seu campo (oooh!) e somente mais tarde conseguirá desfrutar a colheita (aaah!).
A paternidade boa e eficaz exige que instilemos em nosso filho, desde a mais tenra idade, esta lei básica da natureza - que o 'oooh' vem antes do 'aaah'. Não estamos fazendo um favor à criança ao não deixá-la experimentar o prazer das escolhas positivas e a dor das negativas.
A melhor maneira de treiná-los é dando a nossos filhos responsabilidades onde eles tenham de fazer as opções entre 'oooh' e 'aaah' ou 'aaah e oooh". Isto deve ser feito de forma tal que caiba inteiramente a eles se será feito ou não - ninguém mais pode ser culpado se falhar.
Devemos reforçar o famoso ditado: "Se é preciso fazer, deixe comigo".
Uma boa maneira de introduzir este comportamento é durante uma reunião familiar, quando o pai diz: "Sou responsável pelo orçamento da família e por preparar o jantar." A mãe declara: "Sou responsável por aprontar as crianças para a escola e cuidar do jardim." E então voltam-se para os filhos e perguntam qual a contribuição que eles podem fazer, baseada na idade e habilidades que eles tenham.
Pesquisas têm demonstrado que crianças a quem foram dadas responsabilidades, mesmo com apenas três ou quatro anos, desenvolveram grande orgulho por suas realizações. Sentem-se muito importantes e isso eleva sua auto-estima. Além disso, crescem para ser adultos responsáveis, assumindo sua vida e capazes de fazer escolhas entre o certo e o errado.
A fim de ter certeza de que isso seja bem sucedido, temos de assegurar-nos de não tomarmos para nós a responsabilidade que cabe aos filhos, e sim deixá-las para eles. Crianças são especialistas em delegar as obrigações de volta para os pais. Eis o que é necessário:
• Devem ser estabelecidas conseqüências claramente positivas e negativas.
• Deve ser feita uma orientação clara sobre o que é esperado, mas não como fazê-lo - isso deve tornar-se responsabilidade da criança. Os pais podem ajudar se assim for solicitado, mas precisa ser o pai auxiliando o filho, e não o filho ajudando o pai.
• Assegure-se de que não depende de ninguém mais realizar a tarefa, e que a criança seja a única responsável.
Crianças com senso de responsabilidade também se sairão melhor na escola, bem como em outras áreas da vida.
Tente - você gostará!