Era uma vez duas irmãs. Uma era boa e de bom coração, mas, infelizmente, ela também era bastante feia. A outra era muito bela, mas infelizmente ela não era uma pessoa simpática, agradável.

As duas meninas estavam envelhecendo e o pai lutava para encontrar maridos adequados para elas, como era costume em tempos passados.

Um dia, uma shadchan (casamenteira) surgiu com um plano maravilhoso. Ele tinha dois rapazes que seriam pares perfeitos para cada filha. Um era cego e o outro surdo. O cego se casaria com a moça feia e nunca se decepcionaria com sua aparência. E o surdo se casaria com a bela, agradável de se olhar, mas que nunca ouviria seus comentários perversos. A casamenteira alegou que era bashert, casamentos feitos no céu.

De fato, os dois casais se casaram e as coisas pareciam estar indo bem. Até que um dia, um famoso médico veio à cidade e prometeu que poderia curar qualquer doença. Ele se ofereceu para operar os dois homens e curá-los de suas respectivas deficiências. De fato, ele realizou cirurgias em ambos e obteve sucesso. O cego agora podia ver e o surdo podia ouvir.
E claro, então o problema começou!

O cego viu o rosto de sua esposa pela primeira vez e teve vontade de chorar. E o surdo agora podia ouvir os abusos verbais de sua esposa. Sua beleza não compensava sua beligerância.

Ambos os homens ficaram tão chateados com suas novas circunstâncias que se recusaram a pagar o médico por seus serviços. Eles argumentaram que tudo o que ele lhes trouxe foi tristeza.

O médico convocou os dois aos aposentos do rabino para um din Torá, um processo judicial, exigindo pagamento por seus serviços. O rabino ouviu os argumentos do médico e dos pacientes. E após cuidadosa consideração, o sábio rabino emitiu sua decisão.

“O senhor, doutor, prestou um péssimo serviço a esses cavalheiros. Seus pacientes estão claramente insatisfeitos com seu trabalho. Portanto, o correto é operar novamente esses homens e inverter seus respectivos procedimentos. Eu ordeno que você reverta as cirurgias e torne este homem cego novamente e este homem surdo outra vez.”

"Oh não!" gritaram os pacientes. “Não quero ficar cego de novo”, argumentou o outro. “Nem eu quero ficar surdo”, gritou o outro.

“Aha”, disse o rabino. “Então, vocês estão na verdade muito satisfeitos com os procedimentos que lhes trouxeram de volta visão e audição. Nesse caso, ordeno que ambos paguem ao bom médico por seus excelentes serviços.”

Uma decisão sábia, de fato

Na porção de Ki Tavo lemos sobre a mitsvá de Bikurim. Os fazendeiros em Israel traziam seus primeiros frutos e os entregava aos cohanim em Jerusalém em uma elaborada expressão de gratidão a D'us pela terra e seus produtos.

Bikurim é a mitsvá do apreço – ser grato e expressar essa gratidão em termos tangíveis.

Valorizamos verdadeiramente o que temos? Quantos de nós damos um profundo krechtz (“suspiro”) enquanto ansiamos pelos chamados “bons velhos tempos”? Tudo bem ser nostálgico de vez em quando, todos nós não somos? Mas outra coisa é pensar que a vida naquela época era melhor do que agora. Era mesmo? Os “bons velhos tempos” não eram tão bons quanto às vezes imaginamos que fossem. Havia pobreza, privação e ignorância, e a vida geralmente era muito mais difícil.

Espiritualmente falando, muitos argumentam que há mais Torá sendo estudada hoje do que nunca na história judaica. E o número de yeshivot, seminários, escolas e instituições de ensino superior em todo o mundo judaico é impressionante. E agradeça a D’us por isso!

Materialmente falando, também estamos muito melhor. Um exemplo. Aqui na África do Sul, vimos um afluxo crescente de turistas judeus de todo o mundo. Algumas semanas atrás, em nossa sinagoga, recebemos visitantes de Nova York, Los Angeles, Filadélfia e Israel. Há uma ampla gama de guias de safári casher. Nosso pessoal está viajando e fazendo turismo pelo mundo em números recordes. Tudo isso era inimaginável uma geração atrás?

O que você estava dizendo sobre os “bons velhos tempos”?

Que a mensagem das primícias e da gratidão pelo que temos ressoe alto e claro. Obrigado, D'us, por todas as nossas bênçãos. Ontem, hoje e sempre!