É bem possível que enquanto você estiver lendo este artigo, outro Beit Chabad esteja sendo inaugurado em algum lugar.

Chabad-Lubavitch é gigantesco e não mostra sinais de diminuição. Conforme observado no livro publicado em 2015, “O segredo de Chabad: dentro do Movimento Judaico Mais Bem Sucedido do Mundo”:

“Um pequeno grupo chassídico, martelado pelo Holocausto e pela severa mão do comunismo na Rússia, tornou-se a maior organização judaica mundial.”

Enquanto os ramos principais do Judaísmo lutam com maneiras de reter adeptos e outros grupos chassídicos permanecem satisfeitos em manter baixos perfis – em alguns casos, abstendo-se do mundo exterior – Chabad continua a crescer exponencialmente, abraçando todo e cada judeu. Do Laos à Nova Caledônia, do Congo ao Paraguai, Uganda ou Islândia Chabad tem marcado presença.

Famosamente, o Chabad de Katmandu prepara o que tem sido chamado de o maior seder de Pêssach do mundo, que é frequentado por dezenas de jovens israelenses e judeus em trânsito. Da mesma forma, seu centro em Veneza coloca sucot nas gôndolas que passam pelos famosos canais da cidade. Eles estão entre as milhares de instituições Chabad, dirigidas por casais de shluchim, emissários, ao redor do mundo. Acrescente o site Chabad.org e o movimento atinge milhões.

Qual é seu segredo desse movimento fundado por Rabi Schneur Zalman de Liadi em 1775 na Rússia ocidental na cidade de Lubavich? E que continua crescendo mesmo e apesar do fato de que o último líder Chabad, Rabi Menachem Mendel Schneerson conhecido simplesmente como “o Rebe”, faleceu em 1994, sem substituição?

“Muitas sinagogas estão vendo seus membros diminuírem,” disse Rabi Motti Seligson, um porta-voz da sede mundial de Chabad em Nova York. Chabad evita o modelo de associação. “Vemos todos os judeus como sendo membros,” explicou Rabi Seligson. “Somos todos judeus. Somos parte de uma grande família. Essa é nossa responsabilidade.”

Como ele vê, ”Tudo se resume a Ahavat Yisrael – amor pelo nosso próximo. É esse nosso foco.”

Rabino Jonathan Sacks z”l certa vez disse: “Os nazistas caçavam todo judeu com ódio e o Rebe caçava judeus com amor.”

O Professor William Shaffir da Universidade McMaster em Hamilton, Ontário, que tem estudado comunidades chassídicas, compartilhou esse sentimento.

O sucesso de Chabad reside nos ensinamentos estabelecidos pelo Rebe e rabinos anteriores, Shaffir disse: “Notavelmente todo judeu conta, e dentro de cada judeu, existe o pintele yid – aquele ponto de autêntica fé religiosa. É dever do Chabad conectar-se a este ponto.”

Isso é realizado “através de dedicação e comprometimento,” complementou Shafir. “Através de trabalho duro, e mais trabalho duro.” Se Chabad tivesse um refrão para descrever sua ética de trabalho, sente que seria: ‘Sacrifício quando necessário, dedicação e comprometimento.”

Rabi Zalman Grossbaum, diretor do Chabad Lubavitch de Southern Ontário, é de fala mansa mas se irrita– tanto quanto é capaz - com a questão sobre se Chabad é, ou deveria ser, administrado como uma empresa.

“Olhamos para toda mitsvá que é cumprida,” disse Rabi Grossbaum, que tem liderado a operação ao sul de Ontário desde 1974 e a tem visto crescer de um único centro para dezenas. “Cada mitsvá traz mais luz, mais espiritualidade ao mundo em geral,” disse Rabi Grossbaum com um sorriso. “Portanto, se alguém na Tailândia coloca tefilin ou alguém em Bangor, Maine, acende velas de Shabat.” Todas aquelas boas ações são realizadas a fim de aproximar a vinda de Mashiach outro dos princípios centrais de Chabad.

Rabi Jonathan Infeld da sinagoga Beth israel em Vancouver oferece uma tomada oposta: Que Chabad “é unicamente posicionado sob uma perspectiva de modelo de empresa,” e “opera quase como uma franquia. Chabad consegue aquilo que você precisa para ser direcionado para ter sucesso neste mundo judaico moderno e vibrante.”