À medida que algumas sinagogas estão lentamente reabrindo após ficarem fechadas por mais de dois meses, vamos olhar esta base da vida judaica. O que é exatamente isso, e de onde veio? Junte-se a nós enquanto descobrimos 15 fatos sobre a sinagoga!

1 – A Sinagoga é um Local para Rezar

A função básica da sinagoga é servir como um local para rezar. Embora possamos falar com D'us em particular, rezar na sinagoga é considerado preferível, e as preces ditas como parte de uma congregação são ouvidas mais prontamente no alto.

Veja: O Que é a Reza Judaica?

2 – Também é Conhecida como Beit Knesset, Shul, ou Shtiebel

Arte de Zalman Kleinman | Cortesia de Rosa Kleinman | Via Zev Markowitz / Galeria de Arte Chai
Arte de Zalman Kleinman | Cortesia de Rosa Kleinman | Via Zev Markowitz / Galeria de Arte Chai

O termo hebraico original para sinagoga é beit knesset, que significa “casa de reunião”. {A palavra “sinagoga” é o paralelo grego para este termo hebraico.} Em iídiche, uma sinagoga é comumente chamada “shul”, da palavra alemã schule, “escola”. Um shtiebel, o diminutivo iídiche para shtub {“casa”), comumente se refere a uma casa de orações pequena e informal.

3 – Estão Abertas no Shabat – e no Decorrer da Semana

Três preces diárias são feitas na sinagoga, No Shabat e nas festas, uma quarta prece é acrescentada, enquanto em Yom Kipur, o dia mais sagrado do ano, o número salta para cinco.

Em comunidades maiores, muitas sinagogas possuem serviços diários de prece, enquanto em comunidades menores, os serviços com frequência são limitados ao Shabat e às festas. Porém, muitas sinagogas estão abertas no decorrer da semana para outras funções comunitárias.

4 – São Centros de Vida Judaica

Um aluno do primeiro grau mostra seu projeto após aprender como e onde uma Torá é guardada.
Um aluno do primeiro grau mostra seu projeto após aprender como e onde uma Torá é guardada.

Além de abrigar os serviços de orações, as sinagogas servem como um ponto central da vida judaica. Passe pela porta e há chances de você encontrar um rabino dando uma aula interessante de Torá, uma família celebrando um brit milá ou um bar mitsvá, ou até mesmo um grupo de pessoas aproveitando a oportunidade para socializar. Muitas sinagogas também têm escolas hebraicas à tarde e aos domingos para crianças.

Leia também: Sinagoga: Onde os Judeus se Reúnem

5 – É um “Santuário em Miniatura”

O Talmud refere-se à sinagoga como um “santuário em miniatura”, uma réplica do Templo Sagrado em Jerusalém 1 É um local onde a presença de D'us pode ser mais sentida, e onde podemos nos conectar melhor com Ele. A sinagoga deveria portanto ser tratada com o devido respeito e reverência, mesmo quando os serviços não estão sendo realizados.

Leia: Etiqueta na sinagoga

6 – As Preces na Sinagoga São Melhor Recitadas com Dez Judeus

Judeus durante as preces, reunidos num minyan; um quorum de 10 homens judeus.
Judeus durante as preces, reunidos num minyan; um quorum de 10 homens judeus.

Certas preces e rituais – como Kadish e a leitura da Torá – somente podem ser realizadas na presença de 10 homens judeus, a partir dos 13 anos de idade no mínimo. Isso é conhecido como um minyan.

Para ser contado como parte de um minyan, nenhum critério adicional é necessário. Um grupo de nove eruditos de pé não constitui um minyan; entra um décimo homem, não importa seu passado e preparo intelectual, e um minyan está formado. Nunca subestime o poder espiritual de um indivíduo judeu!

Leia: Por Que Um Minyan deve consistir de dez homens judeus

7 – O “Aron” Abriga a Torá

Um dos aspectos mais importantes na sinagoga é o Aron kodesh {“arca sagrada”) na frente do santuário.

O Aron pode ter uma variedade de formatos. Pode ser um armário básico ou uma obra de arte arquitetônica. Pode ser separado ou construído dentro da parede. Pode ser modesto em tamanho ou colossal.

Não importa o estilo, porém, todo Aron contém os Rolos de Torá, os objetos mais sagrados no Judaísmo. Escrito à mão em letras hebraicas sobre pergaminho, cada rolo contém os Cinco Livros de Moshê. Os rolos são guardados na arca e são removidos somente para serem lidos durante os serviços ou em outras ocasiões especiais.

Veja: A Arca Sagrada: o Aron Hacodesh

8 – O Aron Fica de Frente a Jerusalém

Tradicionalmente, os judeus na diáspora ficam de frente para a Terra Santa quando rezam, e aqueles em Israel ficam em direção a Jerusalém, pois aprendemos que nossas preces sobem ao céu via o Monte do Templo.

Existe um conceito errôneo predominante de que encaramos o leste quando rezamos. Isso ocorre porque o berço das culturas Ashkenazita e sefaradita, França e Espanha, respectivamente, estão aproximadamente a oeste de Israel. Portanto, na maioria das áreas, o aron é construído na parede leste da sinagoga. No entanto, se você entrar em uma sinagoga a leste de Israel, encontrará o aron na parede oeste. Da mesma forma, nas cidades israelenses ao norte ou ao sul de Jerusalém, o aron fica na parede sul ou norte.

9 – A Tora é Lida da Bimá

A Bimá usada para a leitura da Torá.
A Bimá usada para a leitura da Torá.

No centro do santuário fica a bimá {plataforma}, a mesa da qual a Torá é lida. É com frequência {mas não sempre} coberta por um pano e colocada sobre um palco elevado. Além de ser o local onde a Torá é lida, pode ser também o ponto a partir do qual leituras e sermões são feitos.

10 – Homens e Mulheres Se Sentam Separados

Nessa histórica sinagoga no 7º distrito de Budapeste, a mechitsá ocupa dois níveis de balcões para mulheres. (Crédito: Wiki Commons)
Nessa histórica sinagoga no 7º distrito de Budapeste, a mechitsá ocupa dois níveis de balcões para mulheres. (Crédito: Wiki Commons)

Na tradição judaica, homens e mulheres sentam-se separadamente durante as preces. Em muitas sinagogas {mais antigas}, cadeiras para mulheres ficam numa galeria acima do nível térreo da sinagoga. É mais comum, no entanto, homens e mulheres se sentarem ambos no mesmo nível com uma mechitsá (separação} entre eles.

11 – Congregantes Rezam com um Sidur

O livro mais comumente usado na sinagoga é o sidur {livro de orações}. O sidur contém todo o texto das preces para os dias da semana, Shabat e festas judaicas. Muitas sinagogas atualmente {especialmente os centros Chabad) têm uma grande seleção de sidurim traduzidos e transliterados e acompanhados por instruções claras, simples, para que até recém-chegados possam se sentir em casa.

12 – Um Rabino Lidera a Congregação

O rabino da sinagoga é o guia espiritual da congregação. Em muitas comunidades, o rabino também faz um sermão no Shabat e nas manhãs das festas e em outras ocasiões especiais.

Leia também: Qual a Diferença entre um rabino e um Rebe?

13 – O Chazan Lidera os Serviços

Um chazan rezando diante da congregação
Um chazan rezando diante da congregação

A maioria das preces da congregação é liderada por um membro conhecido como chazan. As preces da congregação ascendem através do chazan, portanto liderar as preces é uma grande responsabilidade e privilégio.

Em algumas congregações, há um cantor especialmente designado contratado pela sinagoga que lidera as preces no Shabat e nas festas. Porém, com mais frequência, o chazan é simplesmente um membro da congregação que se oferece como voluntário para liderar seus congregantes e conduzi-los na preces.

Leia: O Que é Chazan?

14 – As Sinagogas Foram Inventadas no Quarto Século AEC

Surpreendentemente, não há menção à sinagoga nos Cinco Livros de Moshê.

Desde os tempos de Moshê até a restauração do Segundo Templo, nós cumpríamos a obrigação de rezar diariamente compondo nossas próprias preces e rezando em particular. Também fazíamos peregrinações a Jerusalém para experimentar os serviços públicos que eram realizados no Templo Sagrado.

Após a restauração do Segundo Templo no ano 352 AEC, os Homens da Grande Assembleia instituíram o texto das preces, bem como a obrigação para os indivíduos participarem desses serviços. Surgiram tanto em Israel como na Diáspora lugares reservados para a oração comunitária, e foi aí que nasceu a sinagoga.

15 – Algumas Sinagogas Tornaram-se Atrações Turísticas

Muitas sinagogas pelo mundo são famosas pela sua história, arquitetura, ou importância. Algumas sinagogas famosas frequentadas como atrações turísticas incluem a Altneuschul (“Velha Nova Sinagoga”) de Praga, a Grande Sinagoga de Coral de S. Petersburgo, e a Sede Lubavitch (770) no Brooklyn. Porém, toda sinagoga é mais importante por aquilo que faz melhor – servir como um local onde qualquer judeu pode se sentir em casa, conectado a D'us, e abrir seu coração em prece.