1 – É Usado para Calcular os Feriados, Bar Mitsvá e Yahrtzeits
O calendário judaico é a estrutura sobre a qual todas as festas judaicas são baseadas. As Grandes Festas, Sucot, Chanucá, Purim, Pessach e Shavuot são sempre celebradas em suas datas específicas no calendário judaico. (Por exemplo, Rosh Hashaná é sempre celebrado em 1-2 de Tishrei, e Pessach sempre começa em 15 de Nissan.)
Outras ocasiões notáveis que seguem o calendário judaico são aniversários, yahrtzeits, bar mitsvá e bat mitsvá.
2 – Foi Dado a Moshê no Êxodo
Exatamente duas semanas antes do Êxodo do Egito, D'us disse a Moshê e Aharon: “Este mês (Nissan) será para vocês a cabeça dos meses,”1 colocando em movimento o calendário judaico e seu formato único. Na verdade, este foi o primeiro mandamento que D'us deu a Moshê.
Leia: O Mês de Nissan
3 – Os Gregos Tentaram Abolir
A história de Chanucá começa com a perseguição dos judeus pelos gregos sírios. Reconhecendo o papel crucial do calendário judaico na vida judaica, o rei grego Antiochus decretou que o Sanhedrin era proibido de santificar novos meses (veja abaixo). Liderados pelos Macabeus, os judeus desafiaram a ordem real, culminando numa vitória sobre seus opressores e na criação de um novo feriado judaico em nosso calendário.
4 – Segue o Ciclo Lunar, Mas Permanece Alinhado com as Estações
Ao contrário do calendário gregoriano, que segue o ciclo solar (de cerca de 365,25 dias), o calendário judaico segue o ciclo lunar, o que significa que o ano compreende 12 meses lunares (com cerca de 29,5 dias cada).
Apesar disso, o calendário judaico não é somente solar. Devido à discrepância de 11 dias entre o ano solar (365 dias) e o ano lunar (29,5x12 = 354), as datas do calendário lunar não são ligadas às estações. Se um determinado dia ocorrer este ano na primavera, em poucos anos vai regressar para o inverno, e assim por diante. No calendário judaico, referido como um calendário luni-solar, as datas são alinhadas com as estações. Por exemplo, Pessach deve ser celebrado na primavera. Para impedir uma regressão, a cada dois ou três anos um décimo terceiro mês é adicionado [veja mais abaixo).
5 – Os Nomes dos Meses Vêm da Babilônia
A Escritura geralmente descreve os meses baseada no lugar deles no calendário – ex., terceiro mês, quarto mês, e assim por diante. Os nomes hebraicos dos meses como conhecemos hoje foram trazidos para Israel da Babilônia no início da segunda comunidade judaica, por volta de 350 AEC.
Leia: Os Meses do Ano Judaico
6 – Os Meses São de 29 ou 30 Dias
No calendário gregoriano, a maior parte dos meses tem 30 ou 31 dias (porque 365+12 = 30.4). No calendário judaico, como o ciclo lunar é de cerca de 29.5 dias, todos os meses têm 29 dias (conhecidos como os meses “faltantes”) ou 30 dias (conhecidos como os meses “completos”).
A maioria dos meses tem um número estabelecido de dias (Nissan-30, Iyar-29, Sivan-30, Tamuz-29, e assim por diante). Há duas exceções: Marcheshvan e Kislev podem ter 29 ou 30 dias.
7 – Anos Bissextos Têm Treze Meses
No calendário gregoriano, a cada quatro anos um dia extra é acrescentado, criando um ano bissexto – um ano com 366 dias em vez de 365. No calendário judaico, porém, anos bissextos têm um mês adicional.
A Torá especifica que Pessach deve ser celebrado na primavera2 e Sucot durante o outono.3Isso apresenta um problema, pois o ano lunar é onze dias mais curto que o ano solar, e cada data marcada irá potencialmente voltar de uma estação para a próxima.
Para que as festas retenham sua posição relativa às estações, um ajuste deve ser feito para permitir que o calendário lunar mantenha harmonia com o ciclo solar. Para isso, os anos são agrupados em 19 ciclos de anos. No terceiro, sexto, oitavo, décimo primeiro, décimo quarto, décimo sétimo e décimo nono ano de cada ciclo de 19 anos, outro mês (Adar) é acrescentado. Este ano é chamado “shaná m’uberet,” literalmente, “um ano grávido”.
Leia: Ano Embolísmico
8 – Um Ano Pode ter Entre 353 e 385 Dias
Os meses de Marcheshvan e Kislev são variáveis: em cada ano eles podem ambos ter 29 dias; podem ambos ter 30 dias; ou Marcheshvan pode ter 29 dias enquanto Kislev, 30. /p>
Baseado nisso, qualquer ano pode ter 353, 354 ou 356 dias (ou num ano bissexto, 383, 384 ou 385 dias). Quando ambos os meses têm 29 dias, o ano é conhecido como chaseirá (faltante); quando ambos têm 30, o ano é shleimá (completo); e quando Marcheshvan tem 29 dias e Kislev 30, o ano k’sidrá (regular, significando que esses dois meses seguem o padrão alternativo do resto dos meses.)
9 – Há Quatro Dias de Ano Novo
Além de Rosh Hashaná (1º de Tishrei) ser o primeiro dia do ano, há mais três datas que são consideradas “dias de Ano Novo” com respeito a leis específicas e rituais: 1 de Nissan, 1 de Elul, e 15 de Shevat. Dos três, o mais conhecido é 15 de Shevat, também conhecido como Tu Bishvat – o Ano Novo das Árvores.
10 – O Primeiro Mês está na Metade do Ano
Nissan é o primeiro mês no calendário judaico. Antes de os judeus deixarem o Egito, no primeiro dia do mês de Nissan, D'us disse a Moshê e Aharon: “Este mês será para vocês a cabeça dos meses.”4 Assim a peculiaridade do calendário judaico: o ano começa em Rosh Hashaná, o primeiro dia do mês de Tishrei, mas Tishrei não é o primeiro mês. Rosh Hashaná é realmente mencionado na Torá como “o primeiro dia do sétimo mês.”5
11 – Novos Meses Foram Originalmente Determinados com Base em Imagens Lunares
Originalmente, não havia calendário fixo. A cada mês, o Sanhedrin – a suprema corte rabínica – determinava qual mês iria ter 29 ou 30 dias, dependendo de quando a lua nova do mês seguinte era vista pela primeira vez.
No 30º dia de todo mês, o Sanhedrin começava a aceitar testemunhas que alegavam ter visto a lua nova na noite anterior. Se as testemunhas passassem pela rigorosa interrogação da corte, o Sanhedrin iria “santificar” o novo mês, proclamando aquele dia como o primeiro do mês. O mês anterior era agora determinado retroativamente tornando o mês anterior um mês “completo” de 30 dias.
Leia: O Mês Judaico
12 – O Calendário que Usamos Hoje Foi Estabelecido no 4º Século
No 4º século, o sábio Hillel II previu o desmanche do Sanhedrin, e entendeu que não poderíamos mais ser capazes de seguir um calendário baseado na corte suprema. Portanto ele e sua corte rabínica estabeleceram o calendário perpétuo que seguimos hoje.
Quando Hillel estabeleceu o calendário perpetuo, ele santificou todo novo mês até Mashiach vir e restabelecer o Sanhedrin.
13 – Fora de Israel, Feriados Têm um Dia Extra
Originalmente, quando não havia calendário fixo, não havia como determinar o dia exato de uma festa vindoura com antecedência. Isso porque toda festa cai num dia particular de um mês, e o mês começaria somente quando a lua nova daquele mês fosse avistada.
Se o Sanhedrin determinasse que uma lua nova tinha sido avistada, mensageiros eram enviados à Babilônia e a outras comunidades judaicas distantes para relatar essa informação a eles. Como as notícias viajavam muito mais devagar naqueles tempos, muitas comunidades fora de Israel não iriam saber quando o novo mês tinha começado a tempo de celebrar a festa no dia apropriado. Para manter ambas as possibilidades, ele celebravam todas as festas durante dois dias; o dia em que a festa seria se o mês anterior tivesse 29 dias, e o dia que seria se o mês anterior tivesse 30 dias.
14 – Toda Semana Tem Um Nome Único
Além dos nomes dos doze (ou treze) meses, cada semana do ano tem seu próprio nome, baseado na porção da Torá lida na sinagoga naquele Shabat.
Fontes místicas indicam que deveríamos tentar ganhar compreensão e entendimento nos eventos da semana lendo a porção semanal da Torá. A leitura semanal da Torá, conhecida como a parashá, tem relevância especial sobre tudo que acontece durante aquela semana.
Veja: Arquivo Parashá
15 – Certas Leis Relacionadas ao Tempo Seguem o Ciclo Solar
Embora o calendário judaico siga o ciclo lunar, certas leis relacionadas ao tempo e costumes seguem o calendário civil, que segue o ciclo solar. Entre elas:
- *A prece Amidá inclui um pedido para chuva nos meses de inverno (“vetein tal umatar livrachá”). Num ano regular começamos pronunciando esta prece na noite de 4 de dezembro (precedendo 5 de dezembro), e no ano antes de um ano bissexto civil (2023, 2027, 2031, 2035), na noite de 5 de dezembro (precedendo 6 de dezembro).6
Leia: Prece - Chuva e Orvalho - *Quando o sol retorna à mesma posiçãoque ocupava no momento de sua criação, no mesmo horário da semana, recitamos uma bênção especial para D'us conhecida como Birkat Hachamá. Essa mitsvá é realizada uma vez a cada 28 anos, em 8 de abril (foi realizada pela última vez em 2009 e será realizada novamente em 2037, 2065, e 2093).7
Leia: Birkat Hachamá
16 – O Primeiro Dia de Cada Mês é um Feriado Menor
O primeiro dia de cada mês (e às vezes o último dia do mês anterior – é conhecido como Rosh Chodesh (lit., “cabeça do mês”). Preces especiais são acrescentadas aos serviços diários, e desejamos uns aos outros “chodesh tov”, um bom mês.
Como o 30º dia do mês era sempre potencialmente Rosh Chodesh sempre que um mês tem 30 dias, o último dia é observado como Rosh Chodesh junto com o primeiro do mês seguinte.
No entanto, se um mês tem apenas 29 dias, então o Rosh Chodesh do mês seguinte será de apenas um dia – o primeiro do mês.
Leia: O Que é Rosh Chodesh?
17 – O Primeiro Ano Durou Apenas Cinco Dias
Os anos do calendário judaico são calculados a partir da criação do mundo. Portanto, em 2020, é atualmente 5780 anos desde a Criação.
Porém, Rosh Hashaná, o Ano Novo Judaico, celebra a criação do primeiro homem, o dia em que Adam foi criado, que foi realmente no sexto dia da criação. A própria Criação começou cinco dias mais cedo, no dia 25 do mês de Elul.
Quando damos o número de 5780, na verdade dizemos que este é presentemente 5779 anos e cinco dias a partir da Criação, pois aqueles cinco dias iniciais são considerados Ano 1, e a criação de Adam marcou o início do Ano 2.
Veja mais: Rosh Hashaná, o Ano Novo Judaico
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