Estou compartilhando com vocês uma conversa que tive com uma senhora que acabara de perder o marido, na esperança de que isso traga conforto para aqueles que lidam com situações semelhantes.


O telefone tocou.

"Falo com o rabino?"

"Sim, como posso ajudar?"

“Sou assistente social geriátrica em um lar para idosos. Temos uma residente judia que acabou de perder o marido e, por causa do COVID-19, ela não pôde comparecer ao seu funeral. Pensei que se ela falasse com um rabino poderia ajudar a amenizar sua dor. Você estaria disposto a falar com ela?

"Claro. Qual era o nome dele?"

"Harvey".

Cerca de uma hora depois, eu estava ao telefone com "Lisa".

"Oi Lisa, aqui é o rabino Mendy Kaminker ligando de Chabad de Hackensack."

"Rabino, obrigada por ligar."

“Lamento muito saber da morte do seu marido, Harvey. Deve ser tão doloroso não poder comparecer ao funeral.

"De fato, é."

"Infelizmente, isso vem acontecendo com muita frequência recentemente."

“Rabino, você sabe o que mais me dói? Que eu não pude dizer adeus a ele. Eu não estava lá para me despedir!

"Tenho certeza! Sabe, Lisa, há uma ideia que eu compartilho em quase todos os funerais, mas agora ela se tornou muito mais poderosa. Até a compartilhei recentemente em um funeral que oficiei remotamente, no Zoom, onde, como você, os entes queridos não puderam comparecer pessoalmente.

“No início de cada enterro, os enlutados rasgam suas roupas. Por quê? O Zohar, um livro muito antigo da sabedoria judaica, explica que a roupa simboliza o corpo. E, assim como uma roupa pode ser rasgada, mas a pessoa que a vestiu permanece inteira, também o corpo é apenas uma roupa, uma camada externa que cobre quem realmente somos - a alma.

“Então, no funeral físico, dizemos adeus ao corpo. Mas a alma continua viva. O relacionamento continua. Então seu marido, Harvey, onde quer que esteja, conseguiu ouvir o seu adeus, de onde você estiver. De seu lugar no Céu, Harvey é capaz de experimentar seu amor e carinho, sentir sua dor. E a alma dele está retribuindo o seu amor e está sofrendo com você.”

"Isso é lindo. Eu nunca pensei sobre isso dessa maneira. Ainda há algo que eu posso fazer por ele?

"Sim! Uma alma no céu está em seu lugar mais feliz. Mas só falta uma coisa: Mitsvot. Porque uma mitsvá pode ser feita apenas em nosso mundo físico e material.

“Então, quando você faz uma mitsvá em sua homenagem, como acender as velas deShabat, estudar Torá ou colocar uma moeda em uma tsedacá em sua memória, é como enviar uma carta de amor para ele.”

"Obrigada, rabino, isso foi muito reconfortante."

“Obrigado, Lisa, por suas amáveis palavras. Quero lhe desejar uma vida longa, muita saúde e apenas felicidade a partir de agora.”

[Terminamos recitando juntos o Salmo 23].

Que todos os enlutados sejam consolados, e que todo o universo seja consolado com a vinda de Mashiach, rapidamente em nossos dias. Amém.