Cara Rachel,

Meu filho casado está muito distante de mim no sentido emocional. Ele raramente telefona, nunca envia um e-mail e quase nunca me convida para visitá-lo. A atitude da mulher dele é que, como sou a mãe dele, ele é que deveria fazer contato, não ela. Eu costumava telefonar ocasionalmente para sugerir que iria visitá-los no domingo pela manhã (“Agora não é uma boa hora, estou ocupado com as crianças”). É a única maneira de eu conseguir ver meus netos. Estou ficando deprimida por ter de “convidar a mim mesma”. Sugeri a ele nos reunirmos para almoçar e conversar sobre nosso relacionamento, mas segundo ele, parece que nunca é “uma hora boa”. Alguma sugestão?

J. M.
New Jersey

Resposta:

Cara J. M.

Para que um relacionamento prospere, é necessário um elemento básico: conexão. Pela situação que você descreve, parece, infelizmente, que este elemento está fquase ausente. Tenho algumas ideias para fortalecer sua conexão.

Não sou a maior fã de conversas do tipo “cartas na mesa – vamos abrir o jogo”. Muitas vezes estas discussões bem intencionadas se transformam em debates e confrontos com os participantes na defensiva (especialmente aqueles participantes que não demonstraram interesse em participar). Portanto, em termos de vocês saírem para almoçar e discutir seu relacionamento, eu aconselharia contra ir por este caminho direto. Ele não tem demonstrado interesse neste tipo de discussão, talvez com o tempo isso mude, mas no momento, este não é omelhor caminho.

Lembro-me de ter conhecido um rabino chassídico que estava ensinando sobre a festa de Purim que estava para chegar. Ele ensinou que é uma mitsvá ficar alegre durante todo o mês de Adar (quando ocorre Purim). Ele disse que devemos literalmente preencher todo dia deste mês com muita alegria, “Portanto, o que vocês fazem ao acordar pela manhã sentindo desânimo?” perguntou ele. “Você sorri, e o restante do seu corpo terminará por se sentir animado.”

Tenho uma linha de raciocínio semelhante para você. Este relacionamento no qual você está investindo é precioso e inestimável. Seu filho aparentemente não consegue ver isso agora. Mas você vê. Às vezes temos apenas de continuar fazendo nossa parte, por assim dizer, de mãe, sogra e avó que está ali para apoiar, e confiar que ele terminará entendendo por si mesmo. Às vezes, quando agimos como se houvesse um relacionamento, e damos alguns passos práticos no sentido de conseguir isto, tudo evolui. Assim que a conexão entre as duas partes for estabelecida você não terá de convencê-lo, ele saberá.

Tudo isso requer paciência e perseverança. Não imagino vocês dois deixando de fazer contato um dia, nem penso que basta apenas um dia de trabalho para consertar tudo. Há muito ainda a ser feito, e provavelmente não será fácil. Mas continue, aja como mãe dele e avó das crianças e começará a ser tratada como tal.

De maneira mais prática, sugiro que você comece a tornar-se mais disponível para eles e os filhos. Em vez de convidar-se para ir à casa dele, convide-os para a sua casa. Pense em convidar seus netos para passar uma noite com você, enquanto seu filho e nora tiram algum tempo para eles. Ou ofereça-se para patrocinar um passeio ao shopping center, ao zoológico, ou para tomar um sorvete… algo que as crianças apreciariam. Apenas dê o primeiro passo.

Como ocorre em todo relacionamento, há dois lados. Mostre uma disposição de se envolver pelo seu lado. Além disso, quando passarem tempo juntos, preste atenção à dinâmica. Perceba o que dá certo e repita resultados que se mostraram positivos. Se existe tensão quando vocês estão juntos, analise suas atitudes e veja se pode encontrar algo que tenha feito para criar fricção. Se encontrar a razão do atrito, tente melhorar da próxima vez.

Enquanto isso, sugiro que você encontre maneiras de ficarem juntos. Seja para uma refeição de Shabat, um brunch numa manhã de domingo, uma festa da escola, encontre uma oportunidade de fazer conexão.

Desejo-lhe muito sucesso no trabalho que tem pela frente e bênçãos de alegria para você e sua família.