O Que é Pêssach?
A festa de oito dias de Pêssach é celebrada no início da primavera, de 15 a 22 do mês hebraico de Nissan. Pêssach comemora a emancipação dos judeus da escravidão no antigo Egito. Pêssach é observado evitando lêvedo, e celebrado com duas noites de Seder que incluem beber quatro copos de vinho, comer matsá e ervas amargas, e recontar a história do Êxodo conforme consta na Hagadá.
Em hebraico é conhecido como Pêssach (que significa “passagem”), porque D'us passou acima dos lares judaicos ao enviar a última praga ao Egito, a morte aos primogênitos, na primeira véspera de Pêssach.
A História de Pêssach em Resumo
Após décadas de escravidão servindo os faraós egípcios, tempo durante o qual os israelitas estavam sujeitos a trabalho estafante e horrores insuportáveis, D'us viu o sofrimento do povo e enviou Moshê ao faraó com uma mensagem: “Mande Meu povo de volta, para que eles possam Me servir.” Mas apesar de numerosos avisos, o faraó se recusou a considerar a ordem de D'us. D'us então enviou dez pragas devastadoras ao Egito, afligindo-os e destruindo tudo, desde o gado até suas plantações.
Ao romper da meia-noite de 15 de Nissan no ano 2448 da criação (1313 AEC), D'us enviou a última das dez pragas sobre os egípcios, matando todos os primogênitos. Enquanto fazia isso, D'us poupou os filhos de Israel, “”passando acima” das suas casas – daí o nome do feriado. A resistência do faraó foi quebrada, e ele praticamente perseguiu seus antigos escravos fora do pais. Os israelitas saíram com tanta pressa, na verdade, que a massa do pão que levaram como provisão para a viagem não teve tempo de crescer. Seis mil homens adultos, mais muito mais mulheres e crianças, deixaram o Egito naquele dia e começaram a viagem ao Monte Sinai e ao seu nascimento como povo escolhido de D'us.
Nos tempos antigos a observância de Pêssach incluía o sacrifício do cordeiro pascal, que era assado e comido no Seder na primeira noite do feriado. Foi assim até o Templo em Jerusalém ser destruído no primeiro século.
Observâncias de Pêssach
Pêssach é dividido em duas partes: os dois primeiros dias e os últimos dois dias (o último comemora a abertura do Mar Vermelho) são feriados plenos. Velas são acesas à noite, kidush e refeições especiais são apreciadas nos jantares e almoços. Não trabalhamos, dirigimos, escrevemos nem acendemos ou apagamos aparelhos elétricos. Podemos cozinhar transferindo o fogo de uma chama pré existente preparada antes do feriado, e carregar objetos fora de nossa propriedade, quando o Yom Tov não coincide com o Shabat.
Os quatro dias entre os dois primeiros e dois últimos são chamados Chol Hamoed, “dias intermediários” semi-festivos, quando muitas formas de trabalho são permitidas.
Nada de Chamêts
Para comemorar o pão ázimo que os israelitas comeram quando deixaram o Egito, não comemos – nem guardamos em nossa posse – qualquer chamêts a partir do meio-dia antes de Pêssach até a conclusão do feriado. Chamêts significa pão fermentado – qualquer alimento ou bebida que contenha o menor traço de trigo, cevada, centeio, aveia ou seus derivados, e que não foram protegidos de fermentação. Isso inclui pão, bolo, biscoitos, cereal, massa, e a maioria das bebidas alcoólicas. Além disso, quase qualquer alimento ou bebida processados podem ser considerados como chamêts a menos que tenham sido vistoriados e recebido certificado ou selo atestando que são casher para Pêssach.
Livrar nossos lares de chamêts é um processo intensivo. Envolve uma limpeza total e minuciosa na casa inteira para que não haja nenhum vestígio de chamêts. Ela antecede semanas ou dias antes da festa. Estes preparativos culminam com uma busca cerimonial por chamêts na noite anterior a Pêssach, e na manhã seguinte, anterior ao feriado, quando ocorre a cerimônia de queima do chamêts.
Todo chamêts que não pode ser dispensado pode ser vendido a um não-judeu (e comprado de volta após o feriado) em um contrato firmado com um rabino responsável por esta venda, entregando-lhe uma procuração assinada, entregue com certa antecedência à festa.
Matsá
Em vez de chamêts, comemos matsá – uma massa achatada, não fermentada, assada.
O ideal é usar matsá shemurá feita à mão, que foi zelosamente protegida contra mistura desde o momento da colheita.
Os Sedarim
O ponto alto de Pêssach é o Seder, observado em cada uma das duas noites do feriado nos lares judaicos. O Seder é uma tradição com quinze etapas que seguem uma ordem ritual reunindo a família e amigos para celebrar nossa liberdade.
Os pontos principais do Seder são:
- Comer matsá.
- Comer ervas amargas – para comemorar a amarga escravidão sofrida pelos judeus.
- Beber quatro copos de vinho ou suco de uva – uma bebida real para celebrar nossa liberdade recém-conquistada.
- A recitação da Hagadá, uma liturgia que descreve em detalhe a história do Êxodo do Egito. A Hagadá é o cumprimento da obrigação enfatizada na Torá de contar aos nossos filhos a história do Êxodo na noite de Pêssach. Começa com uma criança fazendo as tradicionais “Quatro Perguntas”.
Uma Mensagem de Pêssach
Pêssach celebra a mais notável série de milagres jamais ocorridos na história, é um tempo para nos elevarmos acima da natureza e perceber todos os milagres de outrora e de hoje orquestrados por D’us em nossas vidas.
Mas como os milagres são obtidos? A matsá aponta para uma pista para esta resposta. Plana e sem sabor, ela incorpora humildade. Livrando-nos de egos inflados, podemos entrar no miraculoso poço de energia Divina que todos temos dentro da nossa alma.
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