Nasci e fui criada num lar ortodoxo na União Soviética, nos Montes Cárpatos (antes este local era a Hungria). Levávamos uma vida dupla. Em casa era uma coisa, e na escola um tanto diferente.
Meus pais contavam histórias sobre a vida antes da guerra e durante a guerra, especialmente sobre o campo de concentração. Minha mãe esteve em dois campos de concentração; o primeiro foi Auschwitz, e o segundo Bergen Belsen.
Eles chegaram a Auschwitz no segundo dia de Shavuot, e a partir daquele dia ficaram contando os dias até o Shabat. Toda sexta-feira ela fazia duas pequenas velas com a margarina que economizava e não comia, pegava alguns fios da barra de seu vestido e os acendia.
Minha mãe encorajava todas as outras mulheres no barracão a fazer o mesmo, e elas assim procediam, portanto o barracão era iluminado toda sexta-feira à noite com essas velas.
Ela jamais perdeu sua fé, e mesmo depois da guerra era uma senhora muito religiosa. Alegava que tinha sobrevivido somente devido às suas velas do Shabat.
Quando em 1972 meus pais fizeram aliyá, mudaram-se para Israel, foram de casa em casa para ensinar os judeus russos como rezar e como acender velas de Shabat. Isso era muito importante para meus pais. E eu desde criança fui ensinada o quanto esta luz é relevante e essencial em nossa vida.
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