Meguilá em Purim

Todos devem cumprir a obrigação da Leitura da Meguilat Esther em Purim - homens e mulheres. A essência da leitura da Meguilá é atingir a meta de divulgar e propagar o grande milagre que aconteceu naqueles dias e que transmite duas mensagens simultâneas:

A demonstração de que D´us orienta e supervisiona minuciosamente o todo o universo; O conceito de que mesmo os maiores sofrimentos são revertidos em coisas boas e redenção.

A Leitura da Meguilá na data de Purim deve ocorrer em dois momentos: à noite e de dia. E não se deve comer, beber ou dormir, assim que a noite de Purim se inicia até o fim da Leitura da Meguilá.

Quem tem dificuldade de manter o jejum (Jejum de Esther - iniciado na manhã deste mesmo dia) até o fim da leitura, pode beber um pouco ou comer algo em pequena quantidade, ou seja, alimentos, cuja Berachá (bênção) é Mezonot (bolos, massas, biscoitos), até 54 gramas, e frutas sem restrições.

Leitura da Meguilá

É obrigatório ouvir a leitura da Meguilá, quando esta foi escrita em um pergaminho, com a tinta correta, de acordo com as leis e costumes. Quem, no entanto ouviu a leitura do Chazan, mas perdeu uma ou mais palavras por causa do ruído na sinagoga ou qualquer outro motivo, deverá ler as palavras perdidas do livro com o qual está acompanhando a leitura, mesmo que, obviamente, este livro não seja um pergaminho casher. E se o Chazan tiver prosseguido em sua leitura, a pessoa deve continuar lendo sozinha em voz baixa, até chegar onde o Chazan se encontra. Tais regras são válidas somente quando se ouve a maior parte do conteúdo da narrativa de um Chazan que está lendo de uma Meguilá escrita em um pergaminho casher.

Aqueles que se esmeram com relação às mitsvot (preceitos) devem comprar para si uma Meguilá escrita de acordo com as leis e costumes, para que mesmo se perderem uma palavra, possam concluir a leitura de um pergaminho casher e assim cumprir a obrigação de acordo com todas as opiniões, pois há poskim (rabinos legisladores) que só permitem o procedimento da halachá anterior quando a pessoa acompanha a leitura de uma Meguilá própria, escrita em pergaminho casher.

Ouvir a Meguilá em Purim

É um costume correto levar as crianças pequenas para ouvir a leitura da Meguilá para educá-las e introduzi-las ao cumprimento das Mitzvot (preceitos) e, é bem possível que o costume de fazer barulho quando se ouve o nome de Haman tenha surgido para inspirar as crianças e incentivá-las a ouvir a Meguilá. Mas deve-se ter muito cuidado para não fazer barulho nos demais trechos da leitura.

De acordo com a opinião da maioria dos Poskim (rabinos legisladores), quem ouviu a leitura da Meguilá através de dispositivos eletrônicos, como telefone, rádio ou através da internet não cumpre a obrigação da Mitzvá, pois esses dispositivos convertem um sinal elétrico em som, ou seja, para uma nova voz artificial, que não é a voz do Chazan.

Matanot Laevionim

É uma mitsvá (preceito) de todo judeu dar presentes aos pobres em Purim – a mitsvá de Matanot Laevionim.

Se a pessoa dá dois presentes, um presente para cada pobre, cumpre sua obrigação.

Os presentes devem ser alimentos, ou dinheiro para que a pessoa carente possa comprar comida para a refeição de Purim. As definições sobre quem é pobre são muito sutis, sendo recomendável consultar um rabino sobre o assunto. O valor de cada presente deve ser a quantidade suficiente para comprar uma pequena refeição simples. Aquele que der mais do que o mínimo – e quanto mais puder dar – é digno de louvor.

Não é permitido retirar o valor dos presentes dados aos pobres do dinheiro de Maassêr (o preceito do dízimo), pois esta é uma obrigação, e não se pode cumprir mitsvot adicionais com uma quantia que está comprometida de antemão com a mitsvá de tsedaká (caridade).