O Brasil e o mundo acompanham as notícias da tragédia sem precedentes ocorrida na madrugada de domingo, dia 27 de janeiro, em Sta. Maria, interior do Rio Grande do Sul, provocado pela fumaça de um incêndio ocorrido em uma casa noturna repleta de jovens, matando mais de 230 pessoas e ainda com dezenas de feridos em estado muito grave. Foi o pior incêndio do país em 50 anos.
Aproximadamente mil pessoas estavam no local na hora da tragédia. Cerca de três mil teriam passado por lá naquela noite. Conforme o Corpo de Bombeiros, a capacidade do local era de pouco mais de 600 pessoas.O teto, de material inflamável, que produzia fumaça tóxica, e dois extintores de incêndio não funcionaram. O fogo iniciou com um sinalizador lançado por um integrante da banda que fazia show na festa universitária.
Segundo um segurança que trabalhava no local, muitas pessoas foram pisoteadas. "Na hora que o fogo começou foi um desespero para tentar sair pela única porta de entrada e saída da boate e muita gente foi pisoteada. Todos quiseram sair ao mesmo tempo e muita gente morreu tentando sair", contou. O local foi interditado e os corpos foram levados ao Centro Desportivo Municipal, onde centenas de pessoas se reuniam em busca de informações.
Quando chegaram ao local, os bombeiros se depararam com a cena da tragédia com pessoas deitadas na calçada e na rua em frente ao local. A espessa fumaça preta que saía do imóvel acrescentava ainda mais urgência ao incidente em que a maior parte das vítimas acabou por morrer asfixiada. "Chegamos com a noção de que tínhamos dez minutos para salvar o maior número de vítimas", contou um dos bombeiros. "O tempo pode parecer curto, mas para nós e para as vítimas era uma eternidade", declarou o sargento Sergio Gularte, que também participou da operação. A pressa em resgatar o maior número de pessoas no menor espaço de tempo fazia com que acabassem gastando muito oxigênio. Logo, os cilindros usados para a respiração estavam vazios. O jeito foi continuar o resgate sem eles. "O oxigênio do cilindro acabou e tivemos que ir na raça, tínhamos que tirar todo mundo".
Investigações serão apuradas, como já estão sendo feitas. Um dos alvarás de plano de incêndios, que é aprovado pelo Corpo de Bombeiros, estava vencido desde agosto do ano passado. Os documentos contêm informações que podem comprovar se houve irregularidades na estrutura e nos procedimentos de emergência, bem como a possibilidade de superlotação, que teriam contribuído para um elevado número de vítimas.
Segundo relatos de funcionários e sobreviventes, a prefeitura da cidade decretou luto oficial de 30 dias e anunciou a contratação imediata de psicólogos e psiquiatras para acompanhar as famílias das vítimas. A presidente Dilma Rousseff interrompeu viagem oficial que fazia ao Chile e foi até a cidade levar auxílio e apoio às famílias enlutadas.
A comunidade judaica se solidariza com a população de Sta. Maria neste momento tão difícil e profundamente doloroso de luto e tristeza nacional.
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