Sangue
Perante o faraó e seus servos, Aharon estendeu o cajado sobre o rio Nilo. Neste instante, o rio e toda a água do Egito se transformaram em sangue!
Nos tempos antigos, muitas nações bebiam sangue. Talvez os egípcios também tivessem bebido, se D’us não tivesse causado a morte de todos os peixes do Rio Nilo. Isto fez com que o rio cheirasse tão mal que os egípcios não puderam beber o sangue. Não apenas o rio se transformou em sangue, mas toda a água da terra do Egito. Se alguém fosse à casa de banhos, não encontraria água para banhar-se, somente sangue. Mesmo nos lugares secos havia sangue. De repente, havia poças sobre as camas e cadeiras. Quando em egípcio se sentava, ficava empapado de sangue. Levantava-se rapidamente, mas sua roupa já estava estragada. Os egípcios começaram a sentir muita sede porque não se encontrava água em lugar nenhum. Como podiam aplacar a sede?
Na terra de Goshen, onde viviam os judeus, a água estava normal. Os egípcios para lá viajaram, e ordenaram aos judeus que lhes dessem de beber. Mas sabem o que acontecia, assim que um judeu dava água a um egípcio e este tentava bebê-la? Transformava-se em sangue!
Então alguns egípcios disseram aos judeus: "Bebamos do mesmo copo!" Mas isso também não adiantou, pois o líquido que saía do copo para o judeu era água, e para o egípcio… sangue!
Alguns egípcios disseram aos judeus: "Queremos comprar água." Quando estes pagavam a água com dinheiro, esta não se transformava em sangue. Assim que os egípcios perceberam isso, começaram a comprar água. Os judeus ganharam muito dinheiro durante sete dias, até que D’us pôs fim à praga.
O faraó perguntou aos magos: "Vocês também podem transformar água em sangue? "Sim", responderam os magos, e assim o fizeram. "Neste caso, não darei ouvidos a Moshê," decidiu o faraó.
Rãs
D’us disse a Moshê: "Vá e torne a advertir o faraó que liberte os judeus. Se não escutar, enviarei uma praga de rãs."
Moshê avisou o faraó, mas este não lhe deu atenção. D’us, pois, fez sair do rio Nilo uma rã gigantesca. Os egípcios não gostaram do enorme e horrível animal, e o golpearam com pedras. "Matemos essa rã monstruosa!’ gritaram.
Mas o que aconteceu foi que ao invés de morrer, a rã cuspia pequenas rãs, a cada vez que a golpeavam. Era terrível! Mais e mais rãs saíam do rio, e logo o Egito se encheu de rãs. Quando um egípcio queria falar, seus amigos não podiam ouvir o que dizia, pois coaxavam sem parar. O barulho era muito forte. "Vamos a um lugar tranquilo!" Os egípcios desistiram de falar entre si, porque ninguém podia escutar uma palavra do que o outro dizia. A noite as pessoas não podiam conciliar o sono por muito tempo, de tão forte era o coaxar que se ecoava por toda parte.
As rãs entraram em todos os lugares. Quando uma mulher egípcia assava pão, as rãs se metiam no forno. Era cozida junto com o pão, de maneira que o gosto era de rã assada. Tinha sabor tão desagradável que os egípcios perderam o apetite. Se um egípcio bebia água, o copo fervilhava de rãs. Não se podia evitar de engolir algumas. Todos os quartos dos locais egípcios estavam cheios de rãs. Quando um egípcio ia banhar-se, as rãs saltavam e o mordiam. O faraó odiava as rãs. Seu palácio estava cheio delas. Havia rãs na cozinha, no banheiro, saltando por toda a parte. O faraó chamou Moshê e Aharon.
"Estas rãs, saltando e coaxando, estão me deixando louco! Deixarei os judeus irem embora, se fizeres desaparecer as rãs!"
Moshê implorou a D’us: "Por favor, faça desaparecer as rãs!"
As rãs morreram. Logo que o faraó viu isso, seu coração endureceu. "Por que haveria de escutar Moshê e Aharon?" disse. E decidiu: "Não libertarei os judeus!"
Piolhos
D’us disse a Moshê: "Causarei outra praga. Desta vez, não avises ao faraó. Já o advertiste duas vezes e ele não te escutou."
Aharon estendeu o cajado à frente do faraó e sua corte. Nesse instante, o pó da terra se transformou em piolhos. Somente os judeus não foram afetados por esta praga. O faraó chamou os magos e perguntou: "Conseguem produzir piolhos?"
"Sentimos muito, majestade," responderam. "Não podemos criar piolhos. Deveis crer que esta praga não é magia. D’us fez um milagre, ao trazer os piolhos."
Porém, o faraó se negou a escutar os magos.
Sete dias mais tarde, D’us pôs fim à praga.
Animais Selvagens
D’us disse a Moshê: "Volta a falar com o faraó! A menos que liberte Meu povo, trarei animais selvagens ao Egito, exceto a Goshen, onde vivem os judeus."
O faraó não fez caso dessa advertência. Em consequência, começou a nova praga. Foi aterradora! Vindos do deserto, chegaram leões, ursos e panteras. Invadiram os campos e vinhedos, e até mesmo as casas dos egípcios! Enormes pássaros os acompanhavam, agitando as asas e fazendo um barulho amedrontador! Os egípcios puseram ferrolhos nas portas e janelas para impedir a entrada dos animais. D’us, porém, mandara alguns animais antes de outros para que abrissem as portas e janelas. Somente os judeus não foram atacados por bestas selvagens. O faraó estava absolutamente apavorado. Chamou Moshê e Aharon e prometeu-lhes: "Os judeus já não são escravos. Todos os judeus estão livres para servir a D’us e oferecer-Lhe sacrifícios aqui no Egito."
"Não é isso que desejamos", respondeu Moshê. "Queremos sair do Egito e ir para o deserto." "Está bem,", replicou o faraó, "apenas peça a D’us que leve todos estes animais selvagens."
Moshê rezou a D’us. Suplicou que fizesse desaparecer até o último animal, inclusive os mortos.
Pois como haviam restado animais mortos, os egípcios estavam aproveitando as peles, fabricando casacos e calçados, tendo já comido sua carne. D’us aceitou as preces e fez desaparecer até o último animal.
Mal foi interrompida a praga, o faraó mudou de idéia. "Não deixarei os judeus livres", afirmou desafiadoramente.
Peste
D’us ordenou a Moshê que advertisse o faraó: "Se persistires em não escutar a D’us, todos os animais dos campos morrerão através de uma peste!"
A peste matou todos os animais nos campos. Os cavalos, burros, camelos, ovelhas, todos morreram. Na terra de Goshen, onde viviam os judeus, nenhum animal morreu. No caso de rebanhos misturados, alguns pertencentes aos judeus e outros aos egípcios, apenas morriam os dos egípcios.
Alguns egípcios tentaram o seguinte truque: Diziam a um judeu: "Venderei a você meus animais durante a praga. Logo voltarão a ser meus." Mas D’us não pode ser enganado e esses animais morreram mesmo assim.
O faraó voltou a endurecer o coração sem reconsiderar a atitude que deveria ter tmoda desde o início: libertar o povo judeu da escravidão. Como o faraó não dera atenção à mensagem transmitida pelas cinco pragas, agora era muito mais difícil reconsiderar seus atos. D’us sabia que sua fala e atitudes não eram sinceras, assim, D’us endureceu seu coração. Isto deu ao faraó mais forças para resistir às advertências de Moshê. Foi um castigo para o faraó, por ter-se negado a escutar.
Sarna
A praga da sarna seguiu-se à morte dos animais. D’us anunciou a Moshê: "Causarei uma enfermidade terrível na pele dos egípcios e seus animais, cujos corpos se cobrirão de bolhas dolorosas que os incomodarão muito."
D’us estendeu a doença entre os egípcios da seguinte forma milagrosa:
Ordenou a Moshê e Aharon que pegassem dois punhados de cinza de carvão cada um. Logo Moshê pegou com uma das mãos os quatro punhados de cinza (por milagre todos entraram na mão de Moshê) e os jogou com força ao céu. D’us espalhou a cinza por todo o Egito, e esta se depositou sobre a pele dos egípcios e seus animais causando bolhas pela sarna que eram terrivelmente dolorosas.
Por que D’us trouxe esta praga por meio da cinza.
D’us disse: "Os judeus merecem que se faça um milagre para eles por meio da cinza de carvão de um forno. Por que? Porque morreram por mim em fornos. Avraham se deixou jogar num forno aceso em Ur Kasdim, por acreditar em mim. No futuro também, três tsadikim, (justos) Chanania, Mishael e Azaria, serão atirados em um forno pelo rei babilônico Nabucodonosor, por se negarem a inclinar-se perante uma imagem. Também por esta razão, os egípcios merecem ser castigados através da cinza: por escravizar e destruir uma nação que está disposta a morrer por Mim."
O faraó sentiu-se tão doente por causa das bolhas de sarna que teve que ficar na cama. Os magos também se sentiram doentes e abandonaram o palácio do faraó, humilhados e envergonhados, para nunca mais retornar.
Granizo
D’us disse a Moshê: "Diga ao faraó que a próxima praga será tão terrível como todas as outras pragas juntas. Cairão grandes pedras e muitos egípcios morrerão."
O faraó não se importou. Por isso, D’us disse a Moshê no dia seguinte: "Estende tua mão ao céu. Então começará uma tempestade de granizo."
Nenhum egípcio jamais havia visto tal tormenta! Os trovões eram tão fortes que muitos morreram de susto. Quando soou um trovão especialmente forte, o faraó caiu no chão. Mas D’us lhe deu forças para pôr-se de pé, de maneira que este rashá (malvado) continuasse com vida para ser castigado com as outras pragas.
Muitos egípcios foram atingidos por bolas de granizo e pereceram. Este granizo continha não somente gelo, como também fogo. (Isto foi um milagre. O comum é que o fogo consuma o gelo e este extinga o fogo). Alguns egípcios foram queimados pelo fogo.
O faraó chamou Moshê e Aharon. "Eu pequei," admitiu. "D’us é é perfeito. Por favor, suplica a D’us que ponha fim a essa terrível praga. Prometo que desta vez estão livres para deixar o Egito." O faraó manteve sua promessa? Não. Assim que a tempestade de granizo terminou, sentiu-se tão poderoso quanto antes e decidiu não libertar o povo de Israel.
Então sucessivamente D’us enviou as três últimas pragas, gafanhotos, trevas e morte dos primogênitos egípcios, até que na útltima, o faraó não suportou mais e permitiu que o povo partisse.
Mas não sem mandar seus exércitos logo em seguida atrás, pois não queria ter cedido ao pedido.
Embora o faraó não tivesse se arrependido, ele admitiu: "D’us é perfeito". Por ter admitido a grandeza de D’us, todos os egípcios também o fizeram. D’us, em Sua infinita bondade fez com que após os egípcios terem se jogado no Yam Suf (Mar Vermelho), D’us ordenou ao mar que os transportasse à terra firme, e ordenou à terra que cobrisse seus corpos. Por terem admitido: "D’us é perfeito", mereceram ser sepultados.

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