Na década de 1930, um nazista confrontou um judeu:
“Vocês judeus são a causa de todos os problemas do mundo!”
“Sim”, diz o judeu. "Você tem razão. E os ciclistas.”
“Os ciclistas? Por que os ciclistas?” perguntou o nazista.
“Por que os judeus?!” respondeu o judeu.
O antissemitismo é lógico? Claro que não.
Ao longo dos séculos, inúmeras “razões” foram apresentadas para explicar o fenômeno do anti-semitismo.
Nós “matamos” seu deus, envenenamos seus poços, matamos seus filhos para usar seu sangue para nosso vinho de Pessach ou matsás… a lista de acusações absurdas continua infinitamente.
Alguma dessas supostas razões fictícias são realmente razões? Não. Sabemos que eram apenas desculpas.
Uma geração atrás era “Judeus, saiam da Europa. Voltem para a Palestina!”
Hoje é “Judeus, saiam da Palestina. Voltem para a Europa!”
Menos de 80 anos desde o Holocausto, o antissemitismo tornou-se quase aceitável em todo o mundo. Então, existe realmente uma “razão” para o antissemitismo?
O rabino Menachem Ziemba foi um dos principais rabinos da Polônia pré-guerra. Ele morreu no Gueto de Varsóvia, onde se recusou a abandonar seu rebanho. Mas alguns de seus escritos sobreviveram.
Deixe-me compartilhar com você um de seus ensinamentos da Torá, porque vai ao cerne da questão do anti-semitismo e se há, de fato, alguma razão para isso.
A Parashá da Torá desta semana conta a história dramática de dois irmãos, Yaacov e Essav, que estão prestes a se encontrar após 20 anos de separação. Essav ainda está atrás de seu irmão gêmeo, que ele afirma ter roubado seu direito de primogenitura e as bênçãos de seu pai. Ele tem assassinato em mente. Yaacov se prepara com uma abordagem em três frentes:
- Diplomacia. Ele envia a Essav um enorme presente para acalmá-lo.
- Estratégia militar. Ele se prepara para a batalha se a diplomacia falhar.
- Preces. Ele reza a D’us por libertação.
No final, Essav vê o presente generoso de seu irmão (rebanhos inteiros), e ele vê sua família e parece apaziguado e pronto para fazer as pazes. Em vez de matar Yaacov, ele o abraça e eles têm um reencontro emocionante:
E Essav correu para seu irmão, e ele o abraçou. Ele caiu no pescoço de Yaacov, e ele o beijou, e choraram.1
Agora, no pergaminho da Torá, há pontos escritos acima da palavra hebraica vayishakeihu, “e ele o beijou”, indicando que nem tudo é o que parece ser. É como um asterisco - uma nota de rodapé é necessária para explicar e qualificar o que realmente significa.
Rashi oferece duas explicações:
- “Ele realmente não o beijou de todo o coração.” Foi mais como uma foto de políticos concorrendo a eleições e beijando bebês nas ruas.
- Rabi Shimon ben Yochai diz: “É uma lei estabelecida (halacha ) que Essav odeia Yaacov. Mas naquele momento ele foi movido à misericórdia e, de fato, o abraçou de todo o coração”.
Vamos dar uma olhada mais de perto na linguagem que Rabi Shimon usa. “É uma halachá que Essav odeia Yaacov.” Por que a palavra halachá? Uma regra ou um princípio, talvez. Mas uma lei? Certamente parece fora de contexto aqui!
Isto é o que o rabino Menachem Ziemba, poderoso estudioso e um santo mártir do Gueto de Varsóvia, tinha a dizer:
As pessoas nem sempre concordam ou entendem uma lei. Você entende e concorda com todas as sentenças legais proferidas pelo tribunal? Claro que não. Mas uma lei é uma lei e é um fato da vida. Simplesmente não há nada que possamos fazer sobre isso.
Da mesma forma, diz o rabino Ziemba, é a halachá de Essav odiando Yaacov. O antissemitismo é uma halachá, uma lei, um fato da vida! Nós não entendemos isso. Isso não faz sentido.
Judeus são pessoas legais. Fazemos muito pela sociedade, além de nossas próprias comunidades. Estamos constantemente contribuindo para o mundo ao nosso redor, e o mundo mesmo assim não gosta de nós. Isso dói. Mas é o que é. E para mostrar o quanto isso é ilógico, ele continuou dizendo por experiência própria: “Na Polônia eles odeiam os judeus porque são pobres. Escória da terra. Na Alemanha eles odeiam os judeus porque são ricos, ‘pegando’ seu dinheiro. Na Rússia, eles odeiam os judeus porque são capitalistas burgueses. E na América eles odeiam os judeus porque são comunistas!”
Em outras palavras, não podemos vencer.
Nessa época em que vivemos, os antissemitas dizem que não houve holocausto. E as mesmas pessoas dizem que Hitler não terminou o trabalho, ele não matou judeus o suficiente!
Isso é racional? Lógico? Faz algum sentido? Não! Porque o antissemitismo é um fato imutável da vida, assim como uma halachá . Não entendemos, mas é o que é. E porque não há razão lógica, também não há solução lógica.
Então, meus amigos, lamento dizer a vocês que, apesar dos melhores esforços da ADL, ou do Simon Weisenthal Center, ou do Enviado do Departamento de Estado para o Antissemitismo, o Antissemitismo não vai desaparecer.
Mas não fique desiludido e não fique deprimido quando vir que o antissemitismo ainda está aqui e crescendo a um ritmo alarmante em todo o mundo. Porque embora possa não haver nenhuma razão lógica para ele, certamente há uma resposta. E que resposta deveria ser essa?
Continuarmos a viver como orgulhosos judeus praticantes aqui com a missão de trazer mudanças positivas para o mundo. Ser judeus confiantes e instruídos, que vivem como judeus e criam nossos filhos e netos como judeus. Como o falecido rabino Lord Jonathan Sacks continuou nos lembrando: “Os não-judeus respeitam os judeus que respeitam o judaísmo!”
E, certamente, todos devemos aprender do Rebe , cuja abordagem David Suissa descreve como “pró-semitismo”. Seja pró-judaico e proativamente judeu. Cumpra uma mitsvá hoje que você pode não ter feito ontem. E se você precisar de mais motivação para fazê-lo, deixe o antissemitismo ser sua motivação. Faça davka! Para irritar os antissemitas.
O orgulho judaico, o desafio judaico, a continuidade judaica, levarão a nada menos que a eternidade judaica.
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