E Shem e Yefet pegaram a veste, e a colocaram sobre seus ombros. Caminharam para trás, e cobriram a nudez de seu pai; seus rostos estavam virados para trás, e eles não viram a nudez de seu pai. (Bereshit 9:23).
O Baal Shem Tov ensina: aquilo que você vê em outra pessoa é um reflexo de suas próprias imperfeições.
Do céu você foi levado a perceber essas falhas em outra pessoa, pois suas próprias deficiências naquela área em particular teriam passado despercebidas.
Ora, você poderia argumentar que talvez você estivesse consciente das fraquezas de seu amigo para ajudá-lo a lidar com elas. Isso poderia ser verdade, mas naquele caso sua detecção das fraquezas de seu amigo teriam sido basicamente de natureza prática: nas falhas dele você “veria” e sentiria sua responsabilidade para ajudá-lo – não o fato de que ele é menos que perfeito. Mas em vez disso foi “mostrado” a você uma visão crítica de seu amigo, significando que aquilo que você vê é que seu amigo é imperfeito, ainda mais que você sente sua responsabilidade de ajudá-lo.
Evidentemente, diz esse ensinamento do Baal Shem Tov, isso não é apenas sobre ajudar seu próximo, há nisso algo para você também – desperta para as áreas nas quais você também deveria perceber suas próprias falhas e buscar melhorar.
Essa ideia é sugerida na Torá na cena de Shem e Yefet, filhos de Noach, protegendo a honra de seu pai. A Torá relata que quando Noach estava bêbado e deitado nu em sua tenda, Shem e Yefet entraram na tenda caminhando de costas – para não ver a nudez de seu pai – e o cobriram.
Agora, a Torá declara que Shem e Yefet ficaram de costas, e neste caso eles obviamente não poderiam ver seu pai, que estava deitado nu perante eles. Apesar disso, o versículo continua e enfatiza que Shem e Yefet não viram a nudez do pai. Isso é para nos ensinar que não apenas eles não viram seu pai nu, pois eles olhavam em outra direção, eles também não viram sua nudez; tudo que viram foi uma situação que precisava da assistência deles.
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