Nesta semana começaremos a ler sobre as dez pragas. Aprendemos que não só D’us existe e se preocupa com sua criação... mas realmente fica envolvido pessoalmente no mundo e faz grandes milagres. À primeira vista, não dá para entender; primeiro de tudo, por que D'us teve que enviar pragas? Se o seu propósito era libertar os judeus da escravidão não poderia ter feito isso diretamente? E se as pragas foram para castigar os egípcios, uma delas certamente teria sido suficiente, por que dez? E se elas tinham a intenção de mostrar o poder de D'us, dez não são suficientes! E porque começaram com o sangue, rãs e piolhos?
Para entender isso aqui está uma história.
Chassidim Chabad são judeus que gostam de fazer favores, especialmente espirituais, para as pessoas, por exemplo, colocar Tefilin naqueles que não costumam fazê-lo.
Mas às vezes acontecem problemas, como aconteceu com Yossef Yitschac, um jovem de 18 anos estudante da Torá na Yeshivá Chabad de Tsfat, Israel.
Na manhã de uma sexta-feira ele entrou num ônibus para uma visita rápida aos seus pais em Ramat Gan, no centro de Israel, a três horas de distância. Ele passou algumas horas ali, beijou-os e se despediu deles desejando um bom Shabat, e retornou ao terminal de ônibus para a viagem de regresso.
Mas havia tantos judeus sem cobrir a cabeça no terminal, que uma vozinha dentro dele lhe dizia que tinha de colocar Tefilin em pelo menos um deles.
Ele encontrou uma mesinha em algum lugar, largou a mochila, tirou seus Tefilin da bolsa, perguntou ao primeiro homem que passou se queria colocá-los e, para sua surpresa agradável, o homem sorriu, concordou, aproximou-se da mesa e arregaçou as mangas.
Yossef rapidamente lhe colocou os Tefilin e, antes de ter acabado alguém se aproximou, depois outro até que em pouco tempo se formou uma pequena fila de espera.
Yossef Yitzchak esqueceu do tempo. “Isso é ótimo!" Ele disse a si mesmo e continuou fazendo o que tinha que fazer. “D’us vai ajudar!"
É claro que muitos queriam ouvir uma palavra sobre a porção semanal da Torá ou apenas falar durante um minuto masao dar uma olhada no seu relógio… “Uau! Três horas já haviam se passado!” Ele rapidamente guardou os Tefilin, e correu até ver o último ônibus se afastar! Ele tinha que voltar para a Yeshivá! Então ele pegou o próximo ônibus que iria quase na mesma direção, saltou após uma hora e começou a pedir carona. Depois de apenas alguns minutos ele conseguiu. Não o levaria até seu destino final, mas já era um bom pedaço
Mas a carona seguinte não veio tão rapidamente e não era exatamente onde queria ir. Ele entrou, mas logo percebeu que teria que pegar outro caminho. Depois de outra hora ele resolveu descer, pois o Shabat estava se aproximando. (Os judeus religiosos não conduzem ou carregam no Shabat).
"Por favor, deixe-me sair!" Ele disse calmamente. O motorista pensou que ele estivesse louco, pois estavam no meio do nada! Mas ele não tinha escolha. Ele o deixou na entrada do primeiro kibutz que avistaram e seguiu. Yossef Yitschac entrou no kibutz onde todos eles têm praticamente o mesmo esquema então ele sabia para onde ir: o refeitório.
O kibutz era do movimento HaShomer Hatzair, [anos atrás ainda tinham fotos de Stalin na parede, e eram conhecidos por seu ateísmo]. Mas Yossef Yitschac estava otimista, se ele estava ali, era por algum bom motivo.
Ele entrou no refeitório na hora em que todos estavam no meio da sua refeição e de repente houve um silêncio, todos os olhos estavam sobre ele. Ele largou a mochila, sorriu, acenou a todos e disse: "Shabat Shalom!"
Alguns homens se aproximaram dele, apertaram as mãos e ele brevemente explicou-lhes o que aconteceu. Eles gentilmente o convidaram para ficar e comer qualquer coisa que pudesse de acordo com suas crenças e explicou que todos os quartos estavam ocupados, mas que poderiam dar-lhe um pequeno cômodo ao lado da cozinha com um colchão e roupa de cama.
Yossef foi para este aposento, trocou suas roupas pelas de Shabat, rezou e depois sentou-se para comer. Para muitas pessoas do Kibutz era o primeiro contato pessoal com um judeu religioso como Yossef. Sua atitude, simples, positiva e agradável teve um efeito positivo sobre eles. Durante o jantar, escutaram palavras de Torá, histórias chassídicas e muito sobre o Rebe e sobre Mashiach.
Finalmente, na noite do sábado, após o final do Shabat, uma jovem tímida, talvez em seus vinte e poucos anos, aproximou-se e lhe agradeceu por ter vindo e perguntou-lhe exatamente por que tinha decidido passar o Shabat com eles. Quando ele explicou o que havia perdido o ônibus e como realmente não era a sua decisão consciente, os olhos dela se encheram de lágrimas e quando terminou, ela começou a chorar.
Quando ela se acalmou, enxugou seus olhos e explicou. Alguns anos atrás, ela havia se interessado pelo judaísmo, mas como não havia ninguém para realmente ajudá-la e era uma espécie de tabu no Kibutz, manteve seu desejo apenas para si. Mas isso lhe incomodou muito até o dia em que rezou a D'us por ajuda. Então, algumas semanas depois, ela teve que ir a Tel Aviv e, enquanto estava lá viu um poster com uma foto grande do Rebe com um determinado número de telefone onde era possível obter respostas baseadas em seus livros de cartas.
Ao chegar em casa, escreveu uma carta ao Rebe, ligou para o número e, sem mencionar o conteúdo da carta, pediu-para que abrissem um livro para ela. Eles leram a carta para ela pelo telefone, "o Rebe confirma que recebeu a carta e se compromete em enviar um de seus emissários para responder suas perguntas e ajudá-la."
Então, apenas uma semana depois Yossef Yitzchak chegou! Era óbvio para ela que não tinha sido por acaso, ele havia sido enviado diretamente pelo Rebe!
Não demorou muito para que um rabino começasse a visitar regularmente o Kibutz e não apenas essa moça, mas muitos de seus membros reforçaram sua ligação com a Torá e com mitsvot.
Isto responde às nossas perguntas. Muitas coisas acontecem coisas na vida que pensamos ser coincidência, mas na realidade são realmente milagres e parte de um quadro maior.
O exemplo perfeito disso foram as dez pragas. Apesar das advertências de Moshê e os danos causados pelas pragas aos egípcios, eles estavam convencidos que foram eventos meramente naturais e se recusaram a libertar os judeus! Na verdade, mesmo após a décima e última praga eles ainda perseguiram os judeus a fim de trazê-los de volta. As pragas ocorreram para proclamar que todo evento aparentemente "natural" ou "negativo" é na realidade uma mensagem de vida Divina e positiva.
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