Esta semana lemos duas porções da Torá: Tazria e Metsorá. A primeira Parahsá, Tazria, contém a mitsvá (mandamento) de Brit Milá, circuncisão. “E no oitavo dia a carne de seu prepúcio será circuncidada.”

O Midrash relata que nossos Sábios perguntaram: Se D’us quer que os homens judeus sejam circuncidados, por que já não os cria assim? É claro que o Criador Onipotente poderia fazer isso.

O motivo, explicam, é o princípio de tikun, correção. Deliberadamente, D’us cria muitas coisa no mundo em estado parcial ou incompleto, para que os judeus possam aperfeiçoá-las. De fato, essa é a missão Divina do judeu: levar a criação de D’us ao estado de perfeição através de Torá e mitsvot.

É óbvio que D’us não precisa de nossa ajuda, bem que poderia ter criado tudo no auge do primor. Porém, nomeando-nos seus “parceiros” permite-nos adquirir méritos e, de fato, “trabalhar” pelas bênçãos que adquirimos na vida.

Por que D’us dá tanto dinheiro a alguns e tão pouco para outros. Por que o pobre não pode receber seu sustento diretamente de D’us, em vez de ter de depender da generosidade dos outros?

Quando um judeu cumpre sua missão ordenada por Hashem e preenche de santidade o Universo, todo o bem que D’us lhe concede – vida, filhos e sustento – deixa de ser uma “esmola” e transforma-se em algo adquirido por direito. D’us não está lhe dando um presente, merece todas essas bênçãos porque trabalhou e se esforçou por elas.

Simultaneamente, a consciência dessa relação estimula o judeu a querer fazer mais ainda para cumprir sua parte no pacto, pois faz parte da natureza humana abominar ser sustentado pelo “pão da vergonha”. A circuncisão é apenas um exemplo de como podemos adquirir tal mérito.

Uma questão semelhante pode ser colocada sobre distribuição aparentemente desigual de riquezas no mundo. Por que D’us dá tanto dinheiro a alguns e tão pouco para outros?
Por que o pobre não pode receber seu sustento diretamente de D’us, em vez de ter de depender da generosidade dos outros?

A resposta é que D’us quer que o rico adquira mais méritos ao dar tsedacá (caridade/prestart um ato de justiça) aos pobres. A verdade é que nem todo o dinheiro que ele tem lhe pertence. D’us o põe em suas mãos para que possa ser distribuído de modo mais equitativo.

Sim, um indivíduo mais abastado está diante de um teste difícil, pois sua má inclinação protesta. Mas quando sobrepuja sua inclinação e doa aos necessitados, não está desperdiçando sua riqueza, pois D’us lhe concede muito mais, como recompensa por seu ato de bondade e de amor ao próximo.