Este estudo é dedicado à elevação da alma de Esther Alpern a”h
A oitava praga: Gafanhotos
Desde que Moshê e Aharon foram ao Faraó com a mensagem de Hashem para pôr os judeus em liberdade, o Faraó havia sido castigado com sete pragas. Todas as vezes havia se negado a dar liberdade aos judeus assim que a praga havia terminado. Desta vez, Moshê e Aharon se dirigiram a ele pela oitava vez, com a advertência de um novo castigo: uma praga de gafanhotos. Quando os criados do Faraó escutaram esta advertência, voltaram-se para o rei e disseram: “Por quanto tempo mais deixará que este homem, Moshê, nos cause problemas? Prometa-lhe que deixará partirem todos os homens judeus para servir a Hashem. Mas faça com que as mulheres e crianças fiquem no Egito, para ter certeza de que os homens voltarão.” O Faraó chamou Moshê e Aharon e perguntou: “A quem quereis tirar do Egito para servir a Hashem?” “Todos os judeus”, disseram, “homens, mulheres e crianças. Levaremos também nossos animais.” “Jamais!” gritou o Faraó. “Eu poderia deixar os homens saírem, mas de maneira alguma as crianças. Devem ficar aqui, para ter certeza de que os homens regressem. Veja só o que querem! Fugir do Egito para sempre, e não aceitam fazer alguns sacrifícios. Nunca o permitirei!” Com estas palavras, o Faraó despediu Moshê e Aharon.
Assim, pois, Hashem fez soprar um poderoso vento que trouxe gafanhotos ao Egito. Os egípcios haviam visto gafanhotos antes, mas nunca tantos ao mesmo tempo. Havia milhões! O céu estava tão cheio deles que era impossível ver o sol. Os campos cheios de gafanhotos, como uma gigantesca manta de criaturas saltitantes, não deixavam o menor espaço livre. A praga anterior, o granizo, havia destruído praticamente todo o cereal, a vegetação e o pasto do Egito. Agora os gafanhotos saquearam e devoraram até as últimas lavouras que restavam. Comeram e comeram. Logo todos os campos e todas as árvores estavam nus. Os egípcios se preocuparam: “Como já não restam plantas, morreremos de fome.” Moshê saiu do palácio do Faraó para fazer tefilá a Hashem. Hashem fez soprar outro vento. Este carregou até o último gafanhoto para fora do Egito. Imediatamente o Faraó mudou de opinião e não libertou Benê Yisrael.
A nona praga: Trevas
O Faraó não desfrutou o alívio proporcionado pelo desaparecimento dos gafanhotos por muito tempo. Desta vez, Hashem disse a Moshê: “Estende tua mão para o céu, e a escuridão descerá sobre o Egito.” Moshê obedeceu e a escuridão começou a descer sobre a terra, como pesado manto negro. O dia se tornou mais escuro que a noite, e a noite se fez ainda mais escura! Os egípcios já não podiam reconhecer as silhuetas, pois tudo estava envolto na mais absoluta escuridão. De nada servia acender velas ou tochas, pois as trevas cobriam tudo. Com três dias de escuridão, a praga imperava. Hashem fez com que a nuvem negra ficasse tão espessa que os egípcios não podiam mover-se. Quem estava sentado não conseguia levantar-se. Quem estava de pé, não conseguia sentar-se. Envolvidos na escuridão espessa, todos os egípcios haviam se petrificado na posição em que se encontravam quando as trevas começaram. Assim, permaneceram imóveis por três dias.
Entretanto, os judeus tinham liberdade para entrar nas casas egípcias sem serem perturbados. Não apenas tinham luz nas suas casas, mas cada vez que um judeu entrava num local egípcio, a luz o acompanhava. O judeu podia enxergar, no entanto os egípcios na mesma casa não conseguiam ver. Tal como Hashem havia planejado, os judeus agora podiam abrir armários e baús dos egípcios, onde encontravam valiosos bens. Nenhum judeu tocou num só bem pertencente aos egípcios, simplesmente conferiram os objetos.
Depois, quando Benê Yisrael saíram do Egito, Moshê os instruiu a pedir aos egípcios: “Dêem-nos ouro, prata e roupas para levarmos!” Os egípcios afirmavam: “Não temos ouro, prata ou roupa!” E os judeus os contradiziam: “Claro que têm! Vi ouro no baú, e roupa atrás da cama.” Os egípcios terminaram por admitir que os judeus estavam certos e deram o que lhes era pedido.
Algo mais sucedeu durante a praga das trevas. Entre os judeus, muitos não acreditavam que Moshê e Aharon haviam sido realmente enviados por Hashem para tirar os judeus do Egito. Disseram: “Não cremos que algum dia sairemos desta terra. E mesmo que o fizéssemos, sem dúvida morreríamos de fome no deserto. Preferimos ficar no Egito.”
Hashem castigou estes reshaim (malvados). Morreram nos dias de escuridão, sem serem vistos pelos egípcios, que se os vissem, teriam falado: “Veja estes judeus que morrem? São tão maus como nós!” Quando terminou a praga da escuridão, o Faraó voltou a chamar Moshê e Aharon. Disse-lhes: “Desta vez estou disposto a deixar todos saírem: homens, mulheres e crianças. Porém, devem deixar as ovelhas e o gado para trás, pois precisamos deles.”
“Nós também precisamos”, respondeu Moshê. “Hashem nos pedirá sacrifícios. Temos de levar todos nossos animais quando partirmos.” O Faraó gritou: “Fora daqui! Se tiverem a ousadia de pisar no palácio novamente, mando matá-los!”
Moshê respondeu: “Não regressarei perante ti. Faço agora um aviso sobre a última praga: o próprio Hashem descerá ao Egito no meio da noite e matará todos os egípcios que forem os filhos mais velhos. Depois desta praga, você e sua corte virão a mim e suplicarão para irmos embora.” Em seguida, Moshê partiu.
A primeira mitsvá encomendada ao povo judeu: os juízes de Bet Din (tribunal judaico) sempre devem fixar o começo do novo mês judeu Antes que a nova praga começasse, Hashem ordenou a Moshê e Aharon que ensinassem ao povo de Israel a primeira mitsvá. Moshê e Aharon ensinaram então aos judeus a mitsvá de Rosh Chôdesh, o primeiro dia do novo mês judaico. Assim que os judeus estivessem estabelecidos em Êrets Yisrael, o Bet Din decidiria todos os meses que dia seria Rosh Chôdesh. Como o tribunal decidiria quando começar o novo mês? Vejamos:
Todos os meses a lua “cresce” e se “contrai”. No princípio do mês a lua é pequena. Então cresce, até assemelhar-se a uma banana. Na metade do mês está cheia e redonda, como uma laranja. Logo começa a contrair-se novamente. Volta a diminuir mais e mais, até desaparecer no fim do mês. No próximo mês, volta a aparecer.
Todo judeu que visse a pequena lua nova no começo do novo mês deveria apresentar-se ao Bet Din. Ali informava: “Vi a lua nova no céu.” Os juízes então aguardavam que chegasse outro judeu e afirmasse o mesmo. Logo formulavam às testemunhas numerosas perguntas para assegurar-se de que diziam a verdade. Se os juízes se sentiam satisfeitos, diziam: “Hoje é Rosh Chôdesh, o começo do novo mês.”
Hoje, um Bet Din não está habilitado a estabelecer o começo do mês segundo as testemunhas que viram a lua nova. Em troca, temos um calendário fixo no qual foi calculado o início do novo mês. Porém, quando Mashiach chegar, os juízes do Bet Din voltarão a estabelecer cada Rosh Chôdesh segundo as testemunhas que viram a lua nova.
Hashem ordena ao povo judeu que cumpra duas mitsvot antes de sair do Egito Hashem ordenou a Benê Yisrael que cumprissem duas mitsvot antes de sair do Egito. Somente assim seriam os judeus merecedores dos grandes milagres com que Hashem os livraria. Hashem pediu que cumprissem as seguintes mitsvot:
√ Cada família judia deveria oferecer um corban Pêssach, um sacrifício de Pêssach.
√ Todos os judeus que não tivessem berit milá deveriam fazê-lo antes de comer o corban Pêssach.
Explicaremos ambas as mitsvot detalhadamente.
Hashem ordena que cada família prepare um corban Pêssach Hashem disse a Moshê que ordenara a Benê Israel: “Quatro dias antes de Pêssach cada família judia comprará um cordeiro ou cabra jovem. Deverá guardá-los em casa por quatro dias. Na tarde do quarto dia, deverá sacrificá-lo como corban Pêssach, uma oferenda de Pêssach.” Por que, de todos os animais, Hashem escolheu um cordeiro? Os egípcios rezavam aos animais, especialmente aos cordeiros, que consideravam como deuses.
Para mostrar aos egípcios que estavam equivocados, Hashem ordenou aos judeus que sacrificassem cordeiros. Ao cumprir esta mitsvá, demonstraram que confiavam em Hashem e que não acreditavam nos ídolos egípcios. Por que Hashem ordenou que o povo de Israel preparasse os cordeiros adiantadamente, quatro dias antes de Pêssach?
√ Um animal é casher para corban apenas se está perfeito, se não tem defeito sobre o corpo. Durante estes quatro dias, cada família amarrou o cordeiro à cabeceira da cama e examinou o animal muito cuidadosamente para assegurar-se de que era casher para um corban.
√ Hashem ordenou aos judeus que começassem a mitsvá alguns dias antes, para ganharem o mérito de serem tirados do Egito. Imagine que coragem tiveram as famílias judias para pegar um cordeiro – o deus dos egípcios – e prepará-lo para o sacrifício como corban! Os judeus estavam temerosos, pensando como os egípcios ficariam furiosos quando se inteirassem do que haviam feito. Sem dúvida, matariam todos os judeus! Porém, todos os judeus escutaram Moshê. Cada família preparou um cordeiro quatro dias antes de Pêssach. Hashem estava orgulhoso dos judeus. Ao cumprirem esta mitsvá, mostraram que já não acreditavam nos deuses egípcios. Demonstraram também que obedeciam a Hashem, embora pensassem que poderia ser perigoso. Agora tinham um zechut (mérito) pelo qual mereciam ser redimidos.
Hashem indica aos judeus o que devem fazer com o corban Pêssach
Hashem disse a Moshê que ordenara aos judeus: “Na tarde de 14 de Nissan, cada família deverá sacrificar seu cordeiro. Logo deverão pôr o sangue do cordeiro sobre os batentes em ambos os lados da porta principal, bem como sobre o umbral que se encontra sobre a porta.”
Hashem passará sobre todas as casas do Egito no meio da noite de Pêssach, e matará todos os primogênitos egípcios. O sangue nas casas dos judeus será a prova para Hashem que esses O obedecem e cumprem Suas mitsvot. Por isso, terá piedade das casas judias e nada matará ali.
Cada família deverá assar seu cordeiro sobre um fogo aberto e comê-lo durante a noite de Pêssach, com matsot e maror (ervas amargas). O maror irá lembrá-los da dura e amarga escravidão no Egito.
Todos deverão comer o corban Pêssach totalmente vestidos e segurando um cajado na mão, prontos para sair do Egito. Hashem os tirará do Egito nesta mesma noite. Assim, devem estar prontos! “Todos os anos, na noite de Pêssach, comereis um corban Pêssach, em memória da vossa saída do Egito.”
Como se oferecia o corban Pêssach na época do Bet Hamicdash O livro Shevet Yehudá nos conta como se oferecia o corban Pêssach na época do Segundo Bet Hamicdash. Compartilhemos a emoção da oferenda do corban Pêssach lendo os fascinantes detalhes.
Em Rosh Chôdesh Nissan, o rei judeu enviava mensageiros a todos que moravam nos arredores de Jerusalém. Os mensageiros anunciavam: “Tragam todos os cordeiros que tenham para vender, de modo que todo judeu possa comprar um animal para seu corban Pêssach.”
Todo judeu que tivesse um animal para vender o levava às colinas próximas a Jerusalém. Os cordeiros à venda eram conduzidos até um riacho para que fossem lavados cuidadosamente. Tamanha era a quantidade de cordeiros que as colinas não eram verdes, mas brancas!
No dia 10 de Nissan, quatro dias antes de Pêssach, todos os judeus que precisavam de um animal iam comprá-lo. Os dias que faltavam para Pêssach eram dedicados a preparativos que culminariam com a emocionante chegada de Yom Tov. Quando chegava erev (véspera) de Pêssach, soavam trombetas e os mensageiros anunciavam: “Escute, povo de Hashem! Chegou o momento de oferecer o corban Pêssach para Hashem.” Cientes da santidade da mitsvá, os judeus se vestiam com os adornos de Yom Tov. Ao meio-dia todo o trabalho cessava e a única atividade era a preparação do cordeiro. Todos os judeus acorriam à azará (pátio do Bet Hamicdash) com seus cordeiros.
Fora do pátio havia doze leviyim que advertiam as pessoas a não empurrar-se ao entrar. Dentro, havia outros doze, cuidando para que as pessoas não se empurrassem ao sair da azará (pátio). As pessoas entravam em três turnos. Assim que o pátio ficava lotado, os leviyim cerravam as portas. Aqueles que ficavam de fora deviam aguardar até o turno seguinte.
Todos os cordeiros eram sacrificados na azará. Um cohen recebia parte do sangue da ovelha num recipiente em forma de cone, feito de ouro e prata. Este recipiente cheio de sangue do corban Pêssach devia ser vertido sobre as paredes do mizbêach (altar).
Centenas de milhares de recipientes cheios de sangue deviam ser levados ao mizbêach em erev Pêssach em uma só tarde. Qual seria a forma mais rápida para que o sangue chegasse ao mizbêach?
Os cohanim formavam filas desde a entrada do pátio até o altar. Com a mão direita, o cohen que se encontrava no começo de uma fila passava o cone de sangue ao cohen que estava ao seu lado, que por sua vez o passava ao que estava junto a ele, e assim sucessivamente até o final da fila, até que o cone chegasse ao cohen que estava junto ao altar. Então, com a mão esquerda, este entregava o cone vazio ao cohen que tinha a seu lado, e assim sucessivamente até chegar novamente ao começo da fila. Cada cohen da fila passava cones cheios com a mão direita em direção ao mizbêach e devolvia cones vazios até chegar ao começo da fila, com a mão esquerda.
Havia numerosas filas de cohanim. Uma fila usava somente cones de prata e a seguinte, somente de ouro. Era um belo espetáculo! Valia a pena ver com que rapidez os cones se moviam em direção ao altar, e de volta dele. Os cones pareciam flechas de prata e ouro que cruzavam os ares!
Agora já sabemos como os cohanim podiam oferecer o sangue de tantos cordeiros numa só tarde. Naturalmente, este ágil manejo dos cones não teria sucesso sem certa prática. Os cohanim começavam a treinar trinta dias antes de Pêssach. Num lugar elevado da azará havia dois cohanim com trombetas de prata. Sopravam as trombetas a cada vez que um dos turnos começava a oferecer seus corbanot. Este era o sinal para que os leviyim começassem a recitar o Halel com o acompanhamento dos instrumentos musicais. Os judeus recitavam Halel (salmos de louvor) junto com os leviyim.
Depois de matar as ovelhas, essas eram desossadas. Nas paredes havia ganchos especiais de ferro, onde prendiam os animais para este fim. Depois, os cohanim ofereciam algumas partes das ovelhas sobre o mizbêach.
Cada judeu levava sua ovelha para assá-la em casa. A maioria dos fornos estava junto à porta principal da casa, para dar caráter público à mitsvá. A oferenda de Pêssach era comida em Jerusalém esta noite, pela família ou pelo grupo que se havia reunido para este corban, como meio de recitar o Halel e louvores a Hashem. Durante a noite de Pêssach, os portais de Jerusalém ficavam abertos devido à quantidade de gente. As vozes dos judeus louvando a Hashem podiam-se ouvir de longe.
Que Mashiach venha em breve, para que todos possamos voltar a tomar parte na celebração de Pêssach em Jerusalém!
Hashem ordena aos judeus que guardem o Yom Tov de Pêssach todos os anos Hashem disse a Moshê que ordenara a Benê Yisrael: “Todos os anos, Benê Yisrael guardarão a festividade de Pêssach durante sete dias. O primeiro e o sétimo dias serão Yom Tov. Os cinco dias intermediários serão chol hamoed. Durante este período não poderão comer chamets (massa levedada) e suas casas deverão estar limpas de todo chamêts.
Na primeira noite de Pêssach, a mitsvá é comer matsá e relatar Yetsiat Mitsrayim, e como Hashem nos tirou do Egito. Todo pai judeu deve contá-la a seus filhos, para que os milagres de Yetsiat Mitsrayim nunca sejam esquecidos. E, na verdade, desde que fomos liberados do Egito os pais têm relatado aos filhos sobre Yetsiat Mitsrayim. Sentados em torno da mesa do Sêder, rodeados de filhos atentos ao que contam, os pais relatam com todos os detalhes os milagres de Yetsiat Mitsrayim. É uma mitsvá preciosa e importante, e quanto mais se conta sobre ela, tanto maior é a mitsvá.
Fora de Êrets Yisrael, adicionamos um dia a cada Yom Tov. Observamos os dias de Yom Tov, quatro dias de chol hamoed, e outros dois dias de Yom Tov.
Nossos Sábios explicam: O que acontece na noite do Sêder Durante a noite do Sêder, quando a família se senta em torno da mesa e relata sobre Yetsiat Mitsrayim, Hashem reúne todos os anjos do céu e lhes diz: “Vamos escutar como Meus filhos contam sobre a redenção do Egito.” Todos os anjos se reúnem e escutam. Os anjos sentem-se felizes porque quando os judeus foram libertados do Egito foi como se Hashem tivesse também sido redimido. (Quando Benê Yisrael sofrem, é como se Hashem também sofresse). Os anjos também começam a louvar Hashem pelos milagres que fez durante Yetsiat Mitsrayim. Exclamam: “Olha como é santo o povo que Hashem tem sobre a terra!” A Torá chama a noite do Sêder de “A noite da proteção”, pois Hashem distinguiu essa noite como noite de milagres para os tsadikim de todas as gerações. Que milagres? Alguns dos que ocorreram na primeira noite de Pêssach são:
√ Avraham lutou contra os quatro reis que haviam feito Lot prisioneiro e ganhou a guerra.
√ Durante a época do rei Chizkiyáhu, o anjo de Hashem matou o exército dos assírios que estavam em guerra contra os judeus. Isto aconteceu na primeira noite de Pêssach.
√ Daniel foi jogado à jaula dos leões e salvo durante esta noite.
√ Durante a noite de Pêssach, o rei Achashverosh não conseguia dormir. Fez com que lessem seu diário, e assim a história de Purim teve um final feliz.
√ No futuro, durante esta noite Hashem fará milagres por intermédio de Eliyáhu e Mashiach, ao final de nosso exílio.
Os judeus aceitam o berit milá (circuncisão). Oferecem o corban Pêssach Assim como Hashem ordenara, Moshê instruiu os judeus a prepararem um cordeiro para Pêssach. Moshê disse também: somente os judeus que tivessem berit milá poderiam comer do corban Pêssach. Muitos judeus não tinham berit milá, pois o Faraó lhes havia proibido de cumprirem esta mitsvá. Moshê advertiu os judeus: “Não podeis comer do corban Pêssach, a menos que tenham berit milá. Podem ver que a milá é uma mitsvá importante, pois quando me encaminhava ao Egito, quase fui morto por um anjo, por não ter feito o berit milá no meu filho.” Os judeus aceitaram que Moshê lhes fizesse a milá e a seus filhos.
Hashem disse: Agora Benê Israel são dignos de serem libertados. Cumpriram duas mitsvot: berit milá e a oferenda do corban Pêssach. Foi num Shabat que os judeus levaram seus cordeiros a suas casas para guardá-los como corbanot Pêssach.
Quando os egípcios descobriram que os judeus estavam sacrificando cordeiros, seus deuses, ficaram furiosos! Todos se reuniram para matar os judeus. Mas Hashem fez um milagre e nenhum egípcio conseguiu fazer mal a nenhum judeu.
Por que o Shabat anterior a Pêssach se chama Shabat Hagadol (O Grande Shabat) Vocês sabiam que o Shabat anterior a Pêssach tem um nome especial, Shabat Hagadol? Existem muitas razões pelas quais se dá este nome. Aqui vão algumas: Milagrosamente, Hashem salvou os judeus das mãos dos egípcios que queriam matá-los por ter usado os cordeiros para sacrifícios. Como este milagre aconteceu no Shabat antes de Pêssach, nós o chamamos de “Shabat Hagadol”, o Grande Shabat, para recordar o milagre para sempre.
Neste Shabat houve outro acontecimento: Quando os egípcios viram que os judeus usavam cordeiros para seus sacrifícios de Pêssach, perguntaram: “Por que estão preparando estes cordeiros?” Os judeus replicaram: “Logo Hashem trará ao Egito uma praga, que será a morte dos primogênitos, e Ele nos ordenou que oferecêssemos sacrifícios de Pêssach para sermos poupados desta praga.” Quando os primogênitos egípcios escutaram isso, apresentaram-se a seus pais e ao Faraó e exigiram: “Deixem os judeus em liberdade. Não queremos perder a vida por causa de uma praga!” Os pais e o Faraó se negaram, e por causa disso os primogênitos desembainharam suas espadas. Sobreveio uma batalha na qual muitos egípcios perderam a vida. Para recordar este fato, chamamos ao Shabat em que isso aconteceu Shabat Hagadol.
Shabat Hagadol também pode traduzir-se com o significado de “O Shabat dos grandes”. Até agora, os judeus haviam sido como crianças pequenas, pois nunca haviam cumprido mitsvot. Neste Shabat, porém, cumpriram sua primeira mitsvá: a preparação de um cordeiro para o corban Pêssach. Este foi o começo de sua observância das mitsvot: em um certo sentido, agora tornavam-se “grandes”, como um menino no dia de seu bar mitsvá. Por isso, chamamos a esse Shabat de “O Shabat grande”.
A última praga: Morte aos primogênitos egípcios
Na primeira noite de Pêssach, exatamente à meia-noite, Hashem desceu sobre o Egito com 900.000 anjos destruidores e matou todos os primogênitos egípcios, homens e mulheres. Nas casas em que o primogênito já houvesse morrido, o filho seguinte era morto. Mesmo que um primogênito egípcio se tivesse mudado para outro país, seria igualmente morto. Os animais primogênitos também morriam, pois os egípcios oravam para eles. Se não tivessem morrido, os egípcios poderiam dizer: “Nossos deuses, os animais, causaram esta praga!” Hashem também destruiu as imagens dos egípcios. Quando entraram nos templos na manhã seguinte, viram que todos os ídolos de metal estavam fundidos; os de pedra quebrados; os de madeira, apodrecidos. Quando Hashem passou sobre as casas e matou os primogênitos, destruiu também suas casas. Enquanto matava os primogênitos egípcios, Hashem curou os judeus das dores causadas pela milá, de modo que voltaram a sentir-se bem. Não pensem que um primogênito egípcio que se escondeu numa casa judia escapou desta praga. Mesmo se estivesse dormindo no mesmo quarto com um judeu, o egípcio morria, mas o judeu, não.
O Faraó consente em libertar Benê Yisrael
O Faraó foi dormir; no meio da noite, foi despertado por gritos e prantos, procedentes de todo o palácio. As esposas, os nobres e os criados do Faraó haviam encontrado os primogênitos mortos. Quando o Faraó viu gente morta por todos os cantos, percebeu que tinha que agir de imediato. “Chamem Moshê e Aharon agora mesmo!” gritou, em pânico. “Devem tirar até o último judeu daqui!” O Faraó temia por sua própria vida: também era um primogênito – seria alcançado pela praga? Foi uma estranha noite. Estava claro como o dia! Hashem iluminou a noite para que todos pudessem ver claramente Seu castigo dos primogênitos.
O Faraó estava desesperado por encontrar Moshê e Aharon. Mas, onde moravam? O Faraó não tinha a menor idéia. Os criados saíram e começaram a bater às portas de todas as casas judias. O Faraó falava em cada porta: “Preciso falar com eles AGORA MESMO!” Os judeus não podiam crer em seus olhos. Um rei egípcio que, no meio da noite, ia de porta em porta em busca de Moshê!
Os meninos judeus decidiram pregar uma peça ao Faraó. “Moshê vive aqui!” exclamou um menino. “Não, aqui”, contradisse outro. Demorou muito ao Faraó encontrar a casa que procurava. Rogou a Moshê: “Leva todos os judeus imediatamente – homens, mulheres, crianças, e também os animais. Disseste que somente morreriam os primogênitos, mas não há uma só casa egípcia onde não haja morrido alguém!” “Por favor, pede a Hashem que não me mate, pois também sou primogênito e tenho muito medo.” Moshê respondeu: “Não sairemos do Egito no meio da noite como ladrões. Iremos amanhã pela manhã!”
O povo de Israel sai do Egito
Na manhã seguinte os judeus, homens, mulheres e crianças saíram da terra do Egito. Junto com eles, foi um grande grupo de egípcios, os erev rav, que ficaram tão impressionados após verem as dez pragas que decidiram converter-se ao Judaísmo e seguir para Êrets Yisrael.
Os judeus haviam preparado massa para assar e levar na viagem, mas os egípcios os obrigaram a sair com tanta pressa que não tiveram tempo para que a massa crescesse. Em vez disso, levaram consigo a massa crua, ázima. Logo se cozinhou ao sol e se transformou em matsot. Também carregaram sobre os ombros a matsá e o maror que sobrara de seu jantar de Pêssach. Não quiseram pôr esses restos sobre o lombo de burros e os carregaram eles mesmos, tamanho o valor que davam às mitsvot de Hashem.
Antes que o povo de Israel partisse, Moshê ordenou: “Peçam ouro e prata a seus vizinhos egípcios.” Assim o fizeram, e os egípcios deram tudo o que pediam. Assim, Hashem cumpriu uma promessa que havia feito a Avraham há mais de quatrocentos anos: “Teus filhos (Benê Yisrael) morarão em uma terra estrangeira e serão escravos ali. Mas logo irão embora, com grandes riquezas.”
O que Moshê fez antes de sair do Egito
Moshê não pediu aos egípcios ouro e prata para si mesmo. Estava ocupado com outras mitsvot que o impediram de enriquecer, como aconteceu com o restante de Benê Yisrael. Entalhou e recolheu madeira de shitim. Quando nosso antepassado Yaacov viajou ao Egito, ali plantou cedros porque sabia que um dia os judeus precisariam da madeira para construir um Mishcan (Tabernáculo). Agora Moshê recolheu todo este cedro. Os tsadikim que havia entre Benê Yisrael a tiraram do Egito. Esta madeira foi utilizada para as vigas do Mishcan.
Moshê sabia que o povo de Israel havia prometido a Yossef levar seus ossos quando saíssem do Egito. Moshê queria cumprir a promessa. Mas havia um problema: onde Yossef estava enterrado? Moshê não sabia, pois Yossef havia sido sepultado uns 60 anos antes do nascimento de Moshê. Porém, uma mulher muito velha, Serach, a filha de Asher ben Yaacov, revelou a Moshê: “Eu sei onde enterraram Yossef. Puseram seu corpo numa caixa de metal e a jogaram na parte profunda do rio Nilo. Vem, que posso mostrar o lugar onde encalhou o ataúde.” Ela conduziu Moshê para o lugar certo. Moshê pegou uma prancha de ouro e escreveu sobre ela: “Alê Shor (Ascende Touro), pois Yossef é comparado na Torá a um touro robusto. Hashem fez um milagre e o pesado caixão de ferro flutuou na superfície do Nilo.
Segundo outra opinião de nossos Sábios, Yossef foi enterrado no lugar da sepultura dos reis egípcios. Quando Moshê foi ao cemitério deles, viu filas de ataúdes e não podia saber qual era o de Yossef. Hashem, porém, fez com que o ataúde de Yossef milagrosamente se sacudisse. Assim Moshê pôde levantá-lo e o levou para onde Benê Yisrael se encontravam para levá-lo logo ao deserto.
Moshê não obteve o ouro e a prata dos egípcios, mas vocês acham que por isso Moshê era pobre? Não, porque Hashem retribuiu de outra forma. As luchot, as Tábuas, que Ele entregou a Benê Yisrael no Monte Sinai estavam esculpidas numa pedra preciosa, a safira. Quando Moshê esculpiu as segundas luchot, Hashem deu a Moshê toda a safira que sobrou do seu trabalho de cinzelar, de modo que Moshê se tornou rico.
Hashem concedeu a Moshê a grande honra de ocupar-se do ataúde de Yossef. Sabem quem enterrou Moshê quando morreu? A resposta é que nenhuma pessoa o fez, mas o próprio Hashem. Esta foi a maior honra que Moshê recebeu de Hashem.
Como Hashem libertou Benê Yisrael apesar da magia dos egípcios
Os egípcios eram mágicos fabulosos. Sabiam, com seus truques, como impedir que qualquer um saísse do Egito sem sua permissão. Em cada portal do Egito colocaram cães de ouro. Esses cães começaram a latir, assim que um escravo tentava fugir do Egito. Castigavam o escravo que escapasse, para que este não pudesse sair dos limites do país. Quando Hashem libertou Benê Yisrael do Egito, porém, anulou toda a magia. Nem ao menos um dos cães mágicos sequer abriu a boca contra Benê Yisrael. Os judeus saíram sem nenhum impedimento.
Hashem ordena duas mitsvot que nos ajudam a recordar Yetsiat Mitsrayim (saída do Egito)
Hashem ordenou a Moshê instruir a Benê Yisrael em duas mitsvot que os ajudariam a lembrar para sempre como Hashem os havia libertado do Egito. A mitsvá que todo primogênito varão judeu é sagrado e deve ser redimido pelo cohen.
Como Hashem salvou todos os primogênitos judeus da morte no Egito, decretou que todo primogênito judeu é sagrado e Lhe pertence. Para tanto, os pais judeus devem redimir seu filho primogênito de um cohen. Como se faz isso? Os pais do primogênito pagam ao cohen com dinheiro ou algum objeto que valha cinco selaím (uns 35 dólares, mais ou menos), trinta dias depois do nascimento do filho.
Este ato recebe o nome de redenção do filho primogênito. A mitsvá de Pidyon Haben (comprar de volta) o primogênito, está acompanhada de uma refeição de celebração e grande regozijo. Hashem também estipulou que cada animal primogênito casher pertence ao cohen, a menos que o proprietário pague para redimi-lo. Tampouco pode um proprietário judeu utilizar o primogênito de um burro.
A mitsvá de colocar tefilin (filactérios)
Hashem ordenou que todos os homens judeus a partir dos treze anos coloquem tefilin todos os dias. Os tefilin contêm em seu interior um pergaminho, onde estão reproduzidas algumas partes da Torá. Alguns dos pessukim (versículos) que estão nos tefilin referem-se a Yetsiat Mitsráyim. Por conseguinte, ao colocarmos tefilin também recordamos como Hashem nos tirou do Egito.
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