A Oitava Praga: Gafanhotos
Desde que Moshê e Aharon foram ao faraó com a mensagem de D’us para libertar os judeus, o faraó havia sido castigado com sete pragas. Todas as vezes havia-se negado a dar liberdade aos judeus assim que a praga havia terminado.
Desta vez, Moshê e Aharon se dirigiram a ele pela oitava vez, com a advertência de um novo castigo: uma praga de gafanhotos.
Quando os criados do faraó escutaram esta advertência, voltaram-se para o rei e disseram: "Por quanto tempo mais deixará que este homem, Moshê, nos cause problemas? Prometa-lhe que deixará partirem todos os homens judeus para servir a D’us. Mas faça com que as mulheres e crianças fiquem no Egito, para ter certeza de que os homens voltarão."
O faraó chamou Moshê e Aharon e perguntou: "A quem quereis tirar do Egito para servir a D’us?"
"Todos os judeus," disseram, "homens, mulheres e crianças. Levaremos também nossos animais."
"Jamais!" gritou o faraó. "Eu poderia deixar os homens saírem, mas de maneira alguma as crianças. Devem ficar aqui, para ter certeza de que os homens regressem. Veja só o que querem! Fugir do Egito para sempre, e não aceitam fazer alguns sacrifícios. Nunca o permitirei!" Com estas palavras, o faraó virou as costas a Moshê e Aharon.
D’us então fez soprar um forte vento que trouxe gafanhotos ao Egito.
Os egípcios haviam visto gafanhotos antes, mas nunca tantos ao mesmo tempo. Havia milhões! O céu estava tão cheio deles que era impossível ver o sol. Os campos cheios de gafanhotos, como uma gigantesca manta de criaturas saltitantes, não deixavam o menor espaço livre.
A praga anterior, o granizo, havia destruído praticamente todo o cereal, a vegetação, e o pasto do Egito. Agora os gafanhotos saquearam e devoraram até as últimas lavouras que restavam. Logo todos os campos e todas as árvores estavam desprovidos de qualquer alimento. Os egípcios se preocuparam: "Morreremos de fome!"
O Faraó apelou então para Moshê dizendo que deixaria o povo partir se a praga parasse. Moshê então saiu do palácio e rezou. D’us fez soprar outro vento levando todos os gafanhotos para for a do Egito. Imediatamente o faraó mudou de opinião e não libertou Bnei Yisrael.
A Nona Praga: Trevas
O faraó não desfrutou do alívio proporcionado pelo desaparecimento dos gafanhotos por muito tempo. Desta vez, D’us disse a Moshê: "Estende sua mão para o céu, e a escuridão descerá sobre o Egito." Moshê obedeceu e a escuridão começou a descer sobre a terra, como pesado manto negro. O dia se tornou mais escuro que a noite, e a noite se fez ainda mais escura! Os egípcios já não podiam reconhecer as silhuetas, pois tudo estava envolto na mais absoluta escuridão. De nada servia acender velas ou tochas, pois as trevas cobriam tudo.
Com três dias de escuridão, a praga imperava. D’us fez com que a nuvem negra ficasse tão espessa que os egípcios não podiam mover-se. Quem estava sentado, não conseguia levantar-se. Quem estava de pé, não conseguia sentar-se. Envolvidos na escuridão, todos os egípcios haviam se petrificado na posição em que se encontravam quando as trevas começaram. Assim, permaneceram imóveis por três dias.
Entretanto, os judeus tinham liberdade para entrar nas casas egípcias sem serem perturbados. Não apenas tinham luz nas suas casas, mas cada vez que um judeu entrava num local egípcio, a luz o acompanhava. Os judeus podiam enxergar, no entanto os egípcios na mesma casa não conseguiam ver absolutamente nada. Tal como D’us havia planejado, os judeus agora podiam abrir armários e baús dos egípcios, onde encontravam valiosos bens. Nenhum judeu tocou num só bem pertencente aos egípcios, simplesmente conferiram os objetos.
Depois, quando Bnei Yisrael saiu do Egito, Moshê os instruiu a pedir aos egípcios: "Dêem-nos ouro, prata e roupas para levarmos!"
Os egípcios afirmavam: "Não temos ouro, prata ou roupa!" E os judeus os contradiziam: "Claro que têm! Vi ouro no baú, e roupa atrás da cama." Os egípcios terminaram por admitir que os judeus estavam certos e deram o que lhes era pedido.
Algo mais sucedeu durante a praga das trevas. Entre os judeus, muitos não acreditavam que Moshê e Aharon haviam sido realmente enviados por D’us para tirar os judeus do Egito. Disseram: "Não cremos que algum dia sairemos desta terra. E mesmo que o fizéssemos, sem dúvida morreríamos de fome no deserto. Preferimos ficar no Egito."
D’us então resolveu castigá-los. Morreram nos dias de escuridão, sem serem vistos pelos egípcios, que se os vissem, teriam falado: "Veja estes judeus que morrem? São tão maus como nós!"
A Décima Praga: Morte dos Primogênitos
Quando terminou a praga da escuridão, o faraó voltou a chamar Moshê e Aharon. Disse-lhes: "Desta vez estou disposto a deixar todos saírem: homens, mulheres e crianças. Porém, devem deixar as ovelhas e o gado para trás, pois precisamos deles."
"Nós também precisamos," respondeu Moshê. "D’us nos pedirá sacrifícios. Temos de levar todos nossos animais quando partirmos."
O faraó gritou: "Fora daqui! Se tiverem a ousadia de pisar no palácio novamente, matá-los-ei!"
Moshê respondeu: "Não regressarei perante ti. Faço agora um aviso sobre a última praga: D’us, Ele próprio, descerá ao Egito no meio da noite e matará todos os egípcios que forem os filhos mais velhos. Depois desta praga, você e sua corte virão a mim e suplicarão para irmos embora."
Em seguida, Moshê partiu.
A primeira mitsvá encomendada ao povo judeu: os juízes de Bet Din (tribunal) sempre devem fixar o começo do novo mês judaico.
Antes que a nova praga começasse, D’us ordenou a Moshê e Aharon que ensinassem ao povo de Israel a primeira mitsvá (preceito). Moshê e Aharon ensinaram então aos judeus a mitsvá de Rosh Chôdesh: (primeiro dia do mês).
Assim que os judeus estiverem estabelecidos em Êrets Yisrael, o Bet Din determinaria todos os meses que dia seria Rosh Chôdesh, o primeiro dia do novo mês judaico. Como o tribunal decidiria quando começar o novo mês?
Vejamos:
Todos os meses a lua "cresce" e se "contrai". No princípio do mês a lua é pequena. Então cresce, até assemelhar-se a uma banana. Até a metade do mês está cheia e redonda, como uma laranja. Logo começa a contrair-se novamente. Volta a diminuir mais e mais, até desaparecer no fim do mês. No próximo mês, volta a aparecer.
Todo judeu que visse a pequena lua nova no começo do novo mês, deveria apresentar-se ao Bet Din. Ali informava: "Vi a lua nova no céu." Os juízes então aguardavam que chegasse outro judeu e afirmasse o mesmo. Logo formulavam às testemunhas numerosas perguntas para assegurar-se de que diziam a verdade. Se os juízes se sentissem satisfeitos, declaravam publicamente: "Hoje é Rosh Chôdesh, o começo do novo mês."
Hoje através de nosso calendário já determinamos o início do novo mês durante o ano inteiro. Porém, quando Mashiach chegar, os juízes do Bet Din voltarão a estabelecer cada Rosh Chôdesh segundo as testemunhas que viram a lua nova.
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