Ao pensar em Gibraltar, você pode imaginar uma pequena península rochosa no extremo sul da Espanha, famosa por seu imponente rochedo e localização estratégica. Mas você sabia que ela também abriga uma comunidade judaica centenária? Vamos explorar 13 fatos sobre os judeus de Gibraltar — um grupo vibrante e unido que mescla fortes valores tradicionais com múltiplas culturas que abrangem continentes.
1. Um Paraíso Britânico para os Judeus
Desde 1704, Gibraltar está sob domínio britânico. Pode cobrir menos de três milhas quadradas, mas este pequeno território britânico tem sido um lar acolhedor para os judeus por mais de três séculos.
2. A Espanha tentou Mantê-los Fora
Quando a Espanha entregou oficialmente Gibraltar aos britânicos, incluiu uma condição importante: a entrada de judeus era proibida. Isso era um resquício da expulsão dos judeus pela Espanha em 1492. Mas necessidades práticas logo se interpuseram — a Grã-Bretanha dependia do vizinho Marrocos para suprimentos, e os comerciantes judeus marroquinos desempenhavam um papel importante. Assim, os britânicos flexibilizaram as regras e permitiram que colonos judeus se estabelecessem na península.
3. Eles Apoiaram Seus Irmãos Marroquinos
Mesmo agora fazendo parte de um território britânico, os judeus de Gibraltar nunca esqueceram suas raízes. Registros do século XIX mostram que eles apoiaram generosamente as comunidades judaicas no Marrocos, enviando assistência financeira em tempos difíceis e ajudando a financiar casas de estudo. 1
4. Eles São Principalmente Sefarditas

Os judeus de Gibraltar são majoritariamente sefarditas — descendentes de judeus marroquinos, muitos dos quais remontam suas origens à Espanha antes da expulsão. Outros traçam sua ancestralidade a imigrantes sefarditas da Holanda e de outros países. Nas últimas décadas, no entanto, judeus asquenazitas da Inglaterra estabeleceram sua presença em Gibraltar, diversificando ainda mais a comunidade.
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5. Tradições Judaicas São Práticas Padrão
O que torna a comunidade judaica de Gibraltar particularmente especial é o quão fortemente ela se apega à tradição. Todos os residentes judeus guardam o Shabat, seguem a dieta casher e enviam seus filhos para escolas judaicas, promovendo um espírito singular de unidade.
6. Eles Fundem Três Culturas
Os judeus de Gibraltar são moldados por três ricas correntes culturais: sua herança marroquina, seus arredores espanhóis e sua governança britânica. Essa mistura cultural transparece em seus costumes, idioma e hábitos alimentares.
7. Eles rezam em Quatro Sinagogas Históricas

Para um lugar tão pequeno, Gibraltar ostenta impressionantes quatro sinagogas históricas. A primeira, Shaar Hashamayim (“Portão do Céu”), foi inaugurada na década de 1720 e foi a primeira sinagoga a operar na Península Ibérica desde a expulsão espanhola, mais de 200 anos antes. As outras três foram construídas logo depois, e todas as quatro ainda são usadas atualmente.
8. Rabinos Proeminentes Moraram Lá
Gibraltar foi o lar de muitos rabinos e estudiosos da Torá respeitados, muitos dos quais — incluindo o rabino Shlomo Abudarham e o rabino Raphael ibn Naim — vieram para Gibraltar vindos de Tetuão, uma cidade marroquina do outro lado do estreito.2 Uma história memorável envolve o rabino Yosef Elmalech, rabino-chefe de Gibraltar no início do século 19. Tarde da noite, ele foi à sinagoga rezar sem perceber que havia um toque de recolher. Quando um soldado apontou sua arma para ele, a mão do soldado congelou — até que o rabino Elmalech rezou por sua recuperação.3
9. Judeus Serviram em Cargos de Liderança
Gibraltar é conhecida há muito tempo por sua tolerância religiosa e os residentes judeus desfrutam de direitos iguais há séculos. De fato, três judeus serviram como prefeitos de Gibraltar no último século: Joshua Hassan, Abraham Serfaty e Solomon Levy.
10. Os desafios da Guerra Reduziram seus Números
Durante a Segunda Guerra Mundial, todos os residentes de Gibraltar, incluindo os judeus, foram evacuados para o Reino Unido. Embora muitos tenham retornado após a guerra, um número significativo optou por permanecer na Grã-Bretanha. Como resultado, a população judaica, que já foi superior a 1.500 no século 19, agora é de cerca de 800, aproximadamente 2% da população total de Gibraltar.
11. Um Rabino Italiano Promoveu um Renascimento Espiritual
Os anos de guerra afetaram a vida religiosa da comunidade, mas nas décadas de 1950 e 1960, o rabino Yosef Emanuel Pacifici, um líder nascido na Itália, ajudou a desencadear uma renovação espiritual. Com o incentivo do Rebe de Lubavitch, com quem mantinha correspondência constante, trabalhou incansavelmente para fortalecer a observância religiosa e impulsionar a educação dos jovens.
12. O idioma Local Incluía Palavras em Hebraico
Gibraltar tem seu próprio dialeto local, chamado Llanito, uma forma de espanhol misturada com inglês e palavras de outras línguas. Com uma forte presença judaica no território, muitas palavras emprestadas são de origem judaica, como maot (dinheiro), chacham (Sábio) e beitzim (ovos). Muitas palavras em Llanito vêm de Haketia, um antigo dialeto judaico-espanhol, outrora amplamente falado pelos judeus do norte do Marrocos. Hoje, no entanto, a língua — juntamente com seu sabor judaico — está em declínio.
13. Contratos de Casamento Honram a Linhagem Familiar

Muitas famílias judias em Gibraltar podem traçar sua ancestralidade há séculos, desde o início da vida judaica na península e até mesmo antes. É comum que novos casais incluam sua linhagem familiar em sua ketubá (contrato de casamento), lembrando-os de sua herança única e de sua responsabilidade como o próximo elo na corrente de ouro do judaísmo de Gibraltar.
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