Pergunta:
Li uma reportagem sobre Madonna (agora conhecida como Esther). Ela estava discutindo como a Cabalá mudou sua vida, as novas opiniões que tem e a percepção que adquiriu ao estudar com seu Rabino. Aparentemente ela tem uma casa casher. Minha pergunta é – o que você pensa sobre as massas estudando Cabalá? É algo positivo ou apenas mais um modismo?
Resposta:
Não sei bem o quanto a “Cabalá” estudada por Madonna é autêntica, mas imaginaria que há coisas muito piores que ela poderia fazer com seu tempo. Se isso de fato fez dela uma pessoa melhor – que bom para ela.
O renovado interesse pela Cabalá é muito bom. Os cabalistas sempre disseram que embora nas gerações anteriores a Cabalá fosse uma área de estudo restrita, chegará um tempo em que esses ensinamentos se tornarão disponíveis a todos. Sua mistura de pensamento profundo e espiritualidade comum é muito necessária hoje em dia.
A questão não é tanto quem pode estudar Cabalá, mas quem pode ensiná-la e como é ensinada. Alguns expoentes modernos da Cabalá alegam que é uma religião separada, distinta do Judaísmo. Essa alegação não apenas é uma inverdade, é auto-destrutiva, e a pessoa deve ficar atenta a esses professores.
Os cabalistas chamam o misticismo judaico de Pardes, que significa “O Jardim”. Se você avistar uma linda flor no jardim, pode ter vontade de apanhá-la e levá-la para casa para apreciar sua beleza. Porém uma flor não dura muito longe do seu habitat. Quando é desconectada de sua força de vida, rapidamente vai murchar e morrer.
Tirar a Cabalá do seu contexto judaico e removê-la da pratica judaica é como apanhar uma flor de um jardim. Parece linda e perfumada durante algum tempo, mas logo começa a murchar, apodrecer e cheirar mal. A cabala é uma espiritualidade viva, pulsante, que é nutrida pelo solo rico da sabedoria e da prática judaicas. Porém aqueles que a estão chamando de uma religião separada, pelo motivo óbvio de ganhar uma maior audiência, estão transformando algo profundo e sagrado em mais uma moda passageira. Parece boa, cria um movimento, mas não vai durar.
Embora alguém possa saborear os ensinamentos da Cabalá sem ser particularmente observante do Judaísmo, não se pode afastá-la de sua fonte. A Cabalá é o coração do Judaísmo. Um corpo sem coração não tem vida. Um coração sem o corpo é inútil. O Judaísmo sem seu lado místico pode se tornar seco e sem atrativos. Porém a Cabalá sem a base do Judaísmo prático é uma flor arrancada.
Somos uma geração que faz buscas. Tentamos o materialismo vazio e ele falhou em nos sustentar. Experimentamos o escapismo espiritual e eles nos deixou flutuando para lugar algum. Está na hora de saborear os frutos do Jardim, os pensamentos místicos mais profundos enraizados no fértil solo da tradição e da observância judaicas. Esta é a verdadeira Cabalá.
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