Pais com frequência querem ensinar aos filhos como se comportarem; falar respeitosamente, manter-se limpo, partilhar brinquedos, ser organizado, responsável, cuidar de seus corpos e muito, muito mais. Os pais com frequência ficam tão interessados em ensinar que deixam de lado um aspecto importante da educação: a estratégia do ensino.

Por exemplo, alguns pais gritam, berram e empurram os filhos para fazê-los escovar os dentes ou parar de machucar o bebê. A intenção obviamente é boa – crianças precisam aprender como escovar os dentes e parar de machucar o bebê! Porém, quando a lição é ensinada pela estratégia errada, ocorre um tipo totalmente diferente de aprendizado. Neste exemplo, o pai está esperando ensinar higiene e habilidade interpessoais, mas na verdade termina ensinando rudeza, agressão, insensibilidade, impulsividade e falta de controle emocional.

De fato, na maioria dos casos, um pai usa a estratégia grito/agressão exatamente porque ele ou ela aprenderam isso tão bem dos seus próprios pais, enquanto seus próprios pais estavam tentando ensinar outra coisa!

O Que Crianças Aprendem

A lição aqui é que crianças aprendem aquilo que você mostra a elas. Como é declarado em Menorat Hamaor:1 “Pais devem dar um bom exemplo aos seus filhos. Devem tomar cuidado para não falar nada inadequado na frente deles, e certamente não fazer nada inadequado na frente deles.” Por quê? Porque os filhos aprendem pelo exemplo de seus pais.

As crianças aprendem a brigar com um pai que briga com elas. Podem também aprender ao ouvir seus pais discutindo um com o outro. Considerando que filhos estão assistindo seus pais durante 20 anos de desenvolvimento – um tempo em que seus sistema neural está sendo formado, criando caminhos que vão determinar a programação de seus cérebros pelo resto da vida – é compreensível que os pais são os maiores responsáveis em prover o material mais adequado para serem gravados na memória de seus filhos.

Entendendo que os filhos aprendem mais com aquilo que fazemos do que com aquilo que pregamos, ensinamos ou dizemos, podemos apreciar o valor do auto-melhoramento. Um pai poderia ir além melhorando a si mesmo do que investindo pesadamente em dirigir seu filho. Por exemplo, um pai poderia ser muito controlador sempre dizendo ao filho para fazer isso ou aquilo. A criança poderia aprender a ser também mandona, controladora, ansiosa e exagerada – um grande preço a pagar para a cooperação do filho. (Interessante, pais mais agradáveis podem ganhar a cooperação dos filhos com frequência sem ter de recorrer a ordens dadas minuto a minuto; filhos querem agradar um pai agradável.)

Pense sobre como você gostaria que seu filho fosse. Se você está esperando que ele ou ela seja respeitoso, use sempre um tom respeitoso quando falar com seu filho ou filha. Isso significa, é claro, que você vai precisar dar respeito mesmo se estiver desapontado com ele ou quando está frustrado, chateado ou preocupado.

Se você está esperando que seu filho vai se consertar por si mesmo ou desenvolver rotinas de organização ou tornar-se produtivo, então faça constantemente essas coisas para si mesmo. Você quer que ele ame o Judaísmo? Então assegure de demonstrar sua própria alegria na observância e seu amor a D'us.

Pais ansiosos com frequência se preocupam que seu modelo pessoal não será o suficiente. Eles estão certos até um determinado ponto. Ensino e exemplo também devem ocorrer às vezes. Mas o modelo pessoal de um pai caloroso, amoroso é o mais poderoso instrutor. Filhos querem ser como seus pais. Embora traços de personalidade inatos e qualidades genéticas assegurem que um filho não será uma cópia carbono de seus pais, ele irá manifestar suas próprias lições em sua maneira única.

O Que Filhos Não Aprendem

Há um outro motivo por que o auto-refinamento é tão importante para os pais.

Deficiências no comportamento de um pai deixa falhas na educação de um filho. Por exemplo, suponha que um pai use o método de gritar para ganhar apoio. Já vimos que a criança aprende com o comportamento dos pais. Porém há um outro problema: a criança também deixa de aprender o que fazer em vez disso. Quando um filho escuta pais “brigando” – usando linguajar inadequado, dizendo coisas ofensivas, batendo portas e assim por diante – ele absorve estes elementos. Porém, ele também deixa de aprender como alguém lida com as diferenças de opinião, conversa sobre questões difíceis ou se comporta quando se sente criticado.

Como aquela conversa sobre o carro caro deveria ter sido?

Quanto mais os pais são hábeis em comunicação, mais habilidades sociais seus filhos podem aprender com eles. Quando os próprios pais estão carentes de autocontrole, auto-percepção, paciência, respeito em comunicação e outros talentos no relacionamento, seus filhos não podem aprender essas coisas com eles. Embora eles possam ver outros modelos saudáveis, o modelo paterno é o mais potente de todos. Aquilo que se aprende com os pais está profundamente embebido na mente consciente e inconsciente de um filho.

Para ser justo – pais jovens – aqueles de pouca idade – não terminaram de crescer. Seus próprios pais deixaram falhas na sua educação. Porém, qualquer melhoria que eles fazem pode impactar positivamente em seus filhos de qualquer idade, e mesmo se eles melhorarem mais quando seus filhos estão na casa dos 20 anos (o que ocorre com frequência), os filhos podem então aprender que o crescimento é possível no decorrer de toda a vida, e que as pessoas sempre podem mudar, crescer e melhorar.

Essa, na verdade, é a mensagem de D'us para nós. Mesmo com 80 ou 90 anos de idade, devemos continuar nosso processo de evolução pessoal, fazendo teshuvá, consertando a nós mesmos. Ninguém jamais deve dizer: “É assim que eu sou: aceite isso!” Estamos aqui para crescer. E embora possamos pensar que estamos aqui para ajudar nossos filhos a crescer, a verdade é que eles estão aqui para nos ajudar em nosso próprio crescimento.